quinta-feira, dezembro 18, 2014

um trenó cheio de gadgets para o Natal

 

Tem sido um ano recheado de tecnologia. Nos populares smartphones o iPhone 6 (e 6 Plus) tiveram a sua estreia e a Samsung tem o Galaxy S5, o gigante Note 4 e o novo Alpha. Em 2014 nasceram ofertas cativantes de marcas como a Wikko, LG (e o seu popular G3) ou a Motorola (que se estreou no final do ano em Portugal de forma oficial). Nos gadgets do ano há ainda a Gopro Hero4 (lançada já em outubro) e vários ‘wearables’ (relógios inteligentes e semelhantes – o Apple Watch chega em 2015), que estão cada vez melhores. Destacamos aqui alguns gadgets originais.

Chromecast

O Chromecast é um intermediário. Liga-se esta espécie de “pen” HDMI à televisão (com ligação wi-fi) e é possível espelhar no ecrã do televisor o que vemos no nosso navegador Chrome do computador (inclusive streaming vídeo) ou em algumas aplicações do smartphone ou do tablet (por exemplo o Youtube, Deezer ou Google Play) - só para sistemas iOS e Android. Custa €35.

Drone4You – Science4You
A empresa portuguesa de brinquedos científicos Science4You (com várias opções e cada vez mais sucesso internacional) lançou este pequeno drone capaz de captar imagens até 100m de altitude (desde que não haja muito vento). O lado educativo não foi esquecido, vem com um livro online sobre a história e modo de funcionamento dos drones, que estão cada vez mais na moda e servem não só para divertir miúdos mas também graúdos. Custa €79,90.

Panasonic Lumix GM1 
Um pouco mais barata do que a rival Sony RX100 III, a Lumix GM1 é uma câmara compacta com as vantagens de uma câmara de objetivas intermutáveis (permite várias objetivas). É para quem quer qualidade reflex e o lado prático. O aspecto 'retro' ajuda ao estilo da máquina da Panasonic que tira fotografias de qualidade profissional. Custa €599.

WD My Cloud
Existem cada vez mais opções nos discos externos. Este My Cloud permite utilizar a rede wi-fi de casa e partilhar o conteúdo deste disco de 2TB com quem quisermos através de wi-fi, sem ser preciso ligação por USB. O sistema permite transferir ficheiros com rapidez q.b. e aceder aos conteúdos de forma remota, numa solução bem interessante teoricamente mais segura do que os serviços de cloud 'normais'. Custa €139.

Moto G
A Motorola entrou oficialmente no mercado português no final do ano com o Moto G de 2ª geração. Este smartphone com Dual Sim e sistema Android tem um processador rápido Quad Core (1,2 GHz), um ecrã de 5 polegadas, uma câmara 8 MP bem razoável. Dentro dos smartphones de gama média é um dos melhores. Custa €199.

sexta-feira, novembro 21, 2014

um rebelde anunciado

Ao volante do Mégane RS:
Rebelde e Sonoro

TESTE
O Mégane RS é um dos melhores desportivos do segmento dos pequenos ‘rebeldes’ da estrada, tem 265 cv muito bem aproveitados, mais estilo e até start/stop. Ah, e traz emoções à flor… do volante. Fui conduzi-lo!

quarta-feira, novembro 12, 2014

a cidade está deserta

há qualquer coisa de poético e solitário andar de carro depois da meia noite por uma cidade deserta, pelas ruas desertas, por uma segunda circular deserta, por uma auto-estrada deserta... decorada pela chuva e pelo reflexo das luzes no chão molhado. 
a cidade devia ser sempre assim, como o campo. ainda assim (e especialmente sem volante nas mãos) prefiro o campo e a natureza.


quarta-feira, outubro 29, 2014

l-oo-k

Tenho Olhares.
http://olhares.sapo.pt/serEmot/


um aston martin 'racing' nas mãos

Conduzir um Aston Martin.
Há vários tipos, de várias décadas, em vários estados. Mas há denominadores comuns.
Um Aston Martin é um carro especial, com uma história especial e que, claro, dá um status especial. Quem o compra pensa no status e que está a conduzir um carro belo e de uma elegância extrema. Sim. Mas nas poucas horas (são sempre poucas) em que pude conduzir uma versão mais, vamos dizê-lo, 'racing', fiquei impressionado pelos outros detalhes.



Qual Aston Martin? O Vantage N430. O nome pode parecer complexo, mas a explicação é simples e... 'racing'. Vantage é uma espécie de gama de entrada na Aston Martin (marca inglesa histórica de luxo que atingiu píncaros da fama mundial com os filmes de James Bond), com valores ali um pouco acima dos 100 mil euros. N430 é a versão do Vantage mais desportiva, leve e com promessa de sensações de corrida, neste caso com o motor V8 (mais leve do que o V12). A sigla N está associada a alguns modelos recentes da Aston Martin e refere-se ao facto de serem testados durante singelos 10 mil quilómetros na mítica pista de Nürbürgring, no meio de um bosque alemão e a umas dezenas de quilómetros de Colónia e Frankfurt. Curiosamente foi junto à mítica e antiga pista - cuja versão antiga (Nordschleife) tem mais de 20 quilómetros - que andei neste belo espécime da marca londrina, que fez este ano 101 anos de história (parte dela ligada ao mundo das corridas automóvel).



E as sensações iniciais? O aspecto não engana. As cores vivas e o amarelo e verde que a Aston Martin utilizou em vários carros de corrida estão presentes. Estar ao lado de um Aston Martin é diferente de o ver nas fotos. As dimensões/proporções são diferentes. O encanto e a forma como a elegância suprema nos deslumbra também. Apetece entrar e 'sentir' o volante. Foi o que fiz.
A pega é à antiga: pressiona-se a parte da frente (estilo botão) e surge, como se de um gadget ao estilo 007 se tratasse, o puxador para podermos abrir a porta. Uma porta sólida, com o peso suficiente (até porque não falta o uso de fibra de carbono para torná-lo leve) para nos dizer: sou um carro especial.

O veludo cuidadosamente costurado está por todo o lado e é com orgulho de o Vantage apresenta as suas costuras - este modelo mais 'racing' tem um interior mais rebelde e desportivo do que o luxo normal da Aston (até já tratamos a marca por 'tu').
O banco fica mais em baixo do que parecia, ou não fosse a suspensão do N430 rebaixada para trazer ao de cima (ao condutor) as emoções da estrada. Faz lembrar os Lotus. O centro de gravidade também é bem baixo, como se quer para as curvas.

Ficamos encaixados no banco (suave ao toque, rígido q.b. e ultra fino) repleto de suporte lateral para evitar que o nosso corpo fuja numa curva mais apertada e para mantê-lo todo concentrado na condução - transformando assim, como se quer, homem e máquina num só (dentro do possível).
O primeiro pensamento: "não quero sair daqui". O segundo, enquanto sinto a suavidade do veludo do volante nas mãos: 'wow'. Como se costuma dizer, mal pego no volante percebo que 'isto é outra louça'.
O interior luxuoso inclui um requintado relógio analógico, mantendo os pergaminhos da Aston Martin em ordem. Se pararmos para olhar, nota-se neste modelo a atenção ao detalhe, onde até o fio usado nas costuras no tabliê é amarelo, a combinar com o topo do bólide.

A ignição? A ignição! VRUMMMMMM. A chave volta a fazer-nos lembrar o secreto James Bond. Isso e os cristais que o Super Homem usava para comunicar com o pai. A parte superior da chave/comando é em vidro e evidencia com o luxo necessário o símbolo da Aston Martin. O resto é um pequeno bloco que se insere não junto ao volante mas num local 'secreto' e reluzente, no centro da consola, por cima do rádio (ex-auto-rádio).

A penetração da chave no orifício (peço já desculpa pela linguagem gráfica) é uma acção que é obrigatoriamente feita de forma suave. Isto porque é ao penetrar aqueles centímetros extra que 'damos vida' ao motor a gasolina, de 4.7 litros e 430 cavalos (ou não fosse o nome da versão N430). Com a última estocada também nós ganhamos 'vida' e adrenalina com a explosão sonora (VRUMMM) da ignição do motor. E depois do susto, só podemos sorrir!

A manete da caixa de velocidades, suave ao toque, também de veludo, mas rígida, com sensação metálica q.b. e intensa na hora de 'encaixar' a mudança é o primeiro passo. O segundo (em simultâneo) é o travão de mão que, neste caso (para quem não esteja habituado) também tem segredo: está à esquerda do banco do condutor, escondido no pouco espaço que sobra e não se trata de o baixar para dar liberdade às rodas mas sim puxar de baixo, para cima, e novamente para baixo (não parece, mas é simples!).
Com as rodas sem amarras, o acelerador é accionado com o cuidado devido e o arranque atira-nos para a estrada... literalmente.



E a condução? É nervosa q.b., como se quer! A primeira sensação é de surpresa. "WOW! Está vivo!" Ao contrário de muitos Aston Martin, o N430 faz jus ao que a marca fiel à Rainha chama de 'pedigree racing': é nervoso à partida, ao primeiro carregar do acelerador. Ah... E QUER SEMPRE MAIS! Ao volante do N430 sentimo-nos parte máquina. Sentimos que ele pede mais velocidade, mais concentração do condutor, mais intensidade nas curvas, mais e mais e mais e MAIS.

A fibra de carbono e o alumínio permitiram tirar 80 kg ao Vantage N430. Os 430 cavalos não o tornam no mais potente do parque Aston Martin mas a forma como está concebido, para ser um 'bicho' nervoso e pronto para a acção tornam aqueles 430 cavalos em equíneos alimentados a esteróides - falando em cavalês, seria uma espécie de puro sangue árabe, sempre nervoso e pronto para o ataque.

E as curvas? DEUS. AS CURVAS! O N430 não lhe chama curvas, chama 'pedaços' de inferno flamejante. À primeira curva mais apertada sinto a facilidade com que ele patina (os saborosos slides) sobre o asfalto quando lhe damos 'gás' no momento certo. A direcção bem directa e imediata dá-nos as sensações da estrada necessárias para corrigirmos e controlarmos o 'bicho' assim que o 'slide' começa. Se tratarmos bem o N430, com concentração e mãos prontas a saborear as sensações do volante, temos amigo para a vida. Apetece acelerar mais e mais nas curvas.

À medida que a confiança vai aumentando entre homem e máquina, um ajuda o outro a saborear não só a curva como aquele momento perfeito em que voltamos a acelerar a full trottle para a recta que se segue. Apetece levá-lo para a pista e é lá que o N430 mais se sente em casa, à vontade, pronto para abusar e ser abusado por nós (por mim). A agilidade com que parece fugir de um criminoso repleto de armas poderosas (ao estilo 007) é incrível e é fácil fazer o que queremos com este peso pluma.
Faltou a pista de Nordschleife para ser um dia perfeito.

Passado uma hora ao volante, a direcção já não me parecia tão directa e perfeita e já queria um pouco mais de potência e sensação da estrada no volante. As emoções e a adrenalina, essas, continuaram sempre no topo e foi com pena e saudade que vi partir o pequeno coupé de dois lugares - bastava-me um -, rebelde. Adeus felino com 'pedigree racing', até à próxima. Queria-te mais.


terça-feira, outubro 28, 2014

recordar goodnight irene

Para o jornal Mundo Universitário, em 2008.












fotos de Mónica Moitas

Entrevista para o jornal Mundo Universitário a Nuno Lopes e Paolo-Marinou Blanco, protagonista e realizador do filme português Goodnight Irene. Mais sobre o filme explico tudo por aqui.


«Houve uma química especial no filme e na vida real»

Chama-se Goodnight Irene é um dos filmes portugueses mais prometedores dos últimos anos. Conta a história de um velho inglês e de um jovem português cujo fascínio pela intensa Irene irá torná-los improváveis amigos. O filme estreia já na quinta-feira. Protagonista, Nuno Lopes e realizador, Paolo Marinou-Blanco estiveram à conversa com o MU sobre a experiência «inesquecível». Tudo isto teve como pano de fundo o templo do cinema que é a Cinemateca.


Depois de já terem rodado e produzido o filme e agora que estão a dias da estreia, o que é Goodnight Irene significou para vocês?
NUNO Para mim foi muito mau (risos).
PAOLO …Querem que me vá embora? (risos)
NUNO Para já, desde o Alice nunca mais tinha feito cinema e quando rodei este filme já tinham passado três anos desde a última vez. Foi um regresso ao cinema, que eu tinha muita vontade que acontecesse. Já tinha recebido convites, uns que declinei por falta de tempo, outros porque os projectos não me interessavam. E com o Goodnight Irene apareceu o filme que me apetecia fazer até porque havia uma expectativa grande da minha parte. Houve ainda o lado de voltar a trabalhar com uma pessoa que está a fazer uma primeira obra, que eu acho interessante, porque estás a descobrir as coisas ao mesmo tempo que o realizador e sentes que estás a fazer parte de algo muito importante para ele.
PAOLO O Nuno tem razão quando diz a primeira obra é de uma importância muito grande para um realizador. Uma pessoa encara como se fosse o único filme que fosse fazer. Tudo tem uma importância de vida ou de morte. Agora, olhando para trás, o que achei mais fantástico foi sentir que todos trabalharam na mesma direcção. Isso tinha-me preocupado no início, mas desde os actores à equipa técnica, senti que éramos realmente uma equipa a trabalhar para o mesmo objectivo, que parecia ser maior do que nós. Apesar de ter sido eu a engendrar tudo aquilo, sentia-me apenas mais uma peça. Essa sensação de família intelectual e criativa foi muito especial e inesquecível.


Como é que surgiu a ideia para o Goodnight Irene?
PAOLO A maioria das ideias que tenho surgem de imagens muito simples. A partir daí faço quase um trabalho de detective a perceber porque a imagem é importante para mim. Neste caso tinha presente a imagem de duas personagens, Alex e Bruno, que estavam numa casa que não era deles. O Alex, mais velho, estava numa cadeira de rodas e o Bruno a empurrá-lo ao som de música, quase a fazê-lo dançar. No fundo soube quem eram as personagens, havia uma interdependência emocional entre dois homens sozinhos e individuais que estavam à vontade numa casa que não era deles.
NUNO Aliás, essa cena está no filme.


Nuno, como definirias a personagem do Bruno e o que deste de ti a ele?
NUNO O Bruno é muito solitário. Foi abandonado e isso tem uma marca muito importante na vida dele. E no cerne do personagem parece existir uma vontade de voltar a ter uma família, uma casa. Conscientemente o Bruno recusa isso e faz o contrário: esconde-se do mundo e isola-se. Esses dois lados confrontam-se e explodem nos assaltos dele às casas dos outros, que é como se fosse uma droga para poder sentir-se parte de uma família. A partir do momento em que a Irene entra na vida do Bruno e do Alex, eles percebem que a vida deles já não pode ser a mesma, porque passam a falar com outra pessoa e precisam disso. Quando ela desaparece, isso passa a focar-se um no outro e começam-se a aproximar.


Existe uma relação forte no filme entre o Alex, interpretado pelo experiente Robert Pugh, e o Bruno. Foi fácil criar isso com alguém tão experiente?
NUNO
Havia um certo receio da minha parte em trabalhar com o Robert. Nunca tinha trabalhado em cinema com um actor estrangeiro e sei que a cultura pode influenciar. Além disso, o Robert tinha uma experiência gigante e trabalhado com pessoas que admiro. E era fundamental para o filme que a nossa relação funcionasse e houvesse cumplicidade. No início parecia haver um certo distanciamento que se foi quebrando com a rodagem e com o juntar dos dois personagens, até que passou a haver uma química muito especial no filme e na vida real. Começámo-nos a dar cada vez melhor e na rodagem em Espanha já nos divertíamos que nem loucos e éramos melhores amigos.
PAOLO Estavam sempre na brincadeira (risos). Uma vez, em Espanha, tivemos um problema de luz e foi necessário conduzir o carro em que iam o Nuno e o Robert durante duas horas, à procura do melhor local. Normalmente os actores sairiam do carro para estarem mais confortáveis. Mas eles ficaram lá na conversa a rir constantemente todo aquele tempo!


Do que é que falaram tanto?
NUNO
Falámos muito pouco de cinema, curiosamente.
PAOLO Foi mais Kant e Nietzsche (risos)
NUNO (risos) Acabou por ser mais situações da vida, histórias daquela rodagem e de rodagens anteriores. O Robert tem imensas histórias incríveis de rodagens, inclusive do Master & Commander… mas não sei se posso contar… (risos).


Porque é que o nome do filme mudou já depois da rodagem de Olho Negro para Goodnight Irene?
PAOLO
Quando entrámos na rodagem o título já não fazia muito sentido porque as cenas que o justificavam tinham sido retiradas do guião. Só comecei a pensar num novo título na fase final da montagem. Como a Irene é a catalisadora da história, achei que era bom inclui-la no título. E depois a música folk americana Goodnight Irene surgiu na rodagem de forma espontânea, não existia no guião.
NUNO A canção era o Robert que conhecia, eu só o acompanhei. Começámos a cantá-la no chão do Terreiro do Paço.
PAOLO Durante muito tempo, na montagem, não pensava incluir essa cena em que eles cantam juntos. Mas acabei por usar porque me agrada essa parte da espontaneidade e parecia um bom título. Houve bastante contributo dos actores.


Paolo, acha que era fácil encontrar duas personagens assim na baixa de Lisboa?
PAOLO
Acho que sim. O Alex faz locução para guias turísticos e isso existe. Fui actor da companhia Lisbon Players. E havia uma série de ex-patriados, que tinham sido actores e ganhavam a vida a fazer narrações. Foi a base para a mecânica da personagem do Alex. O Nuno faz chaves e é um português típico com traumas muito particulares.


Como é que o experiente Robert Pugh entrou para este filme?
PAOLO
Tivémos de suborná-lo (risos)… Fizemos um casting em Londres e havia muito a atitude de alguns agentes de actores do tipo “quem és tu?” Houve dificuldade e estranheza por ser um filme português a tentar arranjar um actor com alguma experiência e por ser um realizador estreante. A escolha acabou por ser fácil. No fundo o Robert era o melhor. A relação com ele foi óptima. No início foi algo mais profissional, mas imediatamente percebi não estava a lidar com uma vedeta no mau sentido do termo. E acho que ele ganhou confiança na minha realização e o sentido de humor dele aproximou-nos. Hoje somos amigos.


O filme passa-se quase todo no centro de Lisboa e num apartamento. Porque houve a necessidade de torná-lo, depois, num road movie até Espanha?
PAOLO
Era enfatizar a procura das duas personagens em busca da Irene. A Irene é o catalizador de uma busca em todos os sentidos. Da própria Irene, que desapareceu, e de uma proximidade com outras pessoas e a busca de algum sentido. Eles tinham de tomar esse último passo e sair desse quase casulo que era a casa da Irene.
Quais as expectativas que têm?
NUNO
Nunca espero muito. Gostava muito que as pessoas gostassem, mas nunca sei bem o que vão achar. Sei o que eu acho, mas também estou tão dentro do projecto... Estou muito curioso.

PAOLO Já tive feedback positivo. Satisfaz-me ver que as pessoas reagem bem ao humor que está no filme. Para mim isso é óptimo. O filme esteve em Itália e vai para outro festival no Reino Unido. Acho que a reacção em Portugal vai ser positiva. São personagens com que é fácil identificarem-se.





Têm outros projectos no cinema?
PAOLO
Sobreviver (risos). Agora estou a trabalhar num novo argumento de outra longa-metragem que se passa em Portugal e na Índia.

NUNO Acabei de gravar outra longa-metragem, Efeitos Secundários, de Paulo Rebelo e no cinema, para já, não tenho projectos confirmados.


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Perfis
Nuno Lopes – o multifacetadoAcabou de fazer 30 anos. Nuno Lopes tem alternado como poucos em Portugal (talvez apenas como Nicolau Breyner), entre a comédia e o drama. Formado na Escola Superior de Teatro e Cinema e com diversas formações no estrangeiro, Nuno tem já uma vasta experiência em teatro, televisão (onde trabalhou no Brasil e em Portugal) e cinema. Apesar de termos visto o seu talento para a comédia na televisão (Herman SIC, Diário de Maria e Paraíso Filmes) foram os papéis dramáticos que lhe trouxeram distinções: o Globo de Ouro de Melhor Actor em 2006, pelo filme Alice, o prémio de Melhor Actor no Festival de Cinema Luso-Brasileiro e o de Shooting Star no Festival de Cinema de Berlim.

Nuno está satisfeito até porque «trabalho não falta» e «não tenho parado». «Neste momento estou numa peça na Cornucópia chamada D. Carlos», explicou enquanto rabiscava o seu caderno de apontamentos (sempre presente), antes de iniciarmos esta entrevista, advertindo ainda que termina já no dia 18 de Maio. Mas o maior desafio recente é a série televisiva de sketches humorísticos para a RTP1, Os Contemporâneos, «onde me tenho divertido imenso mas que me tira muito tempo». Até porque Nuno ainda faz locuções publicitárias e, quando pode, é DJ.

No cinema, depois do muito elogiado Alice, de Marco Martins, de ter entrado em Quaresma e Peixe Lua e António, Um Rapaz de Lisboa, fez este Goodnight Irene e acabou de rodar Efeitos Secundários, de Paulo Rebelo. Para já é tudo, «enquanto não se confirmam alguns projectos que lhe foram sugeridos».



Paolo Marinou-Blanco – o poliglotaTem um nome de origem italiana, pai português, mãe grega e nasceu em Nova Iorque. Mas o carácter internacional de Paolo não se fica por aqui. Saiu de Nova Iorque aos dois anos, onde «nasceu por acaso» e viveu depois na Bélgica, Madeira, Grécia, África do Sul e Macau. Tudo isto porque o pai era delegado da TAP. Aos 18 anos saiu de casa e passou a maior do tempo entre Londres, Nova Iorque e Portugal.

«Inicialmente não ligava ao cinema, interessava-me era o teatro e comecei como actor e depois encenador», explicou Paolo, admitindo que não tinha talento para actor. Depois quis «enriquecer o intelecto» e estudou Filosofia e História em Londres, tendo ainda feito um mestrado em Literatura Francesa. Com 24 anos e graças a ter descoberto o filme Pierrot le fou, de Jean-Luc Godard, «percebi que queria fazer cinema». Seguiu-se novo périplo de estudos agora em Nova Iorque (de 2000 a 2003), onde teve a ideia e escreveu o Goodnight Irene, que foi rodado em 2005 e estreia esta semana.


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Curiosidade

Nuno Lopes é um estudioso das personagens que interpreta, especialmente no cinema. Para fazer do tímido Bruno, em Goodnight Irene, viu dezenas de filmes e alguns livros. Stalker, de Andrei Tarkovsky, The Conversation, do Francis Ford Coppola, Pickpocket, de Robert Bresson são alguns exemplos, bem como livros do Kafka, até porque o Bruno é «vive muito no seu mundo à parte», e filmes com Philip Seymour Hoffman. Também esteve uma semana a trabalhar na oficina de chaves onde a personagem trabalhava para «perceber o ofício e o universo daquelas pessoas».


Sinopse Lisboa. Portugal. Hoje em dia. Para Alex e Bruno poderia ser qualquer outra época ou lugar. Alex é um actor inglês falhado, velho e solitário, que grava narrações para vídeos turísticos, e embebeda-se até adormecer. Bruno é um jovem e recatado serralheiro que se dedica à sua obsessão: lutar contra a passagem do tempo, invadindo casas de estranhos para fazer “registos” das suas vidas. Partilham uma obsessão por Irene, uma atraente pintora, que tem toda a paixão pela vida que a eles lhes falta. Mas um dia Irene desaparece, sem deixar rasto... Embora inicialmente contrariados, Alex e Bruno unem forças para descobrir o que lhe aconteceu. À medida que procuram pistas no apartamento de Irene, vão se instalando aos poucos, e uma verdadeira amizade nasce entre estes dois homens solitários. Quando descobrem que Irene poderá estar em perigo em Espanha, este dois heróis improváveis decidem salvá-la.

domingo, outubro 26, 2014

ballet in the streets

Os bons projectos merecem ter visibilidade. E este Ballet in the Streets of Portugal parece-me uma bela ideia, bem concretizada. Mistura locais conhecidos, com belíssima fotografia (também ela uma arte) e, claro, ballet. Basicamente 'tira' o ballet dos palcos para as ruas.


Na descrição os responsáveis dizem que querem «fundir a Arte da Fotografia com a Arte da Dança». «Procuramos enquadrar a beleza, historicidade e arquitetura de vários lugares e monumentos de Portugal com a fluidez e expressividade do corpo dos bailarinos». Nas imagens, bem conseguidas, nota-se.







sexta-feira, outubro 24, 2014

reportagem spielberg :: cavalo de guerra

Reportagem em janeiro de 2012 para o jornal Destak.


REPORTAGEM
O génio de Spielberg na primeira pessoa
Estivemos em Londres para falar com Steven Spielberg sobre o seu novo filme ‘Cavalo de Guerra’, uma «história de amor» entre um rapaz e o seu cavalo, em plena 1.ª Grande Guerra, onde morreram milhões de pessoas e cavalos. Ouvimos o mestre do cinema sonhador Steven Spielberg sobre tudo: carreira, vida, cinema e... cavalos.

João Tomé

É um dos homens que, através dos seus filmes, mais pessoas influenciou e “tocou” desde que o cinema é a 7ª Arte. Determinado, sonhador, criativo e de uma humildade e dedicação surpreendente, foi assim que vimos e ouvimos o único Steven Spielberg, no início de Janeiro, em Londres, numa conferência de imprensa a falar sobre o seu novo “rebento”: Cavalo de Guerra.

Habituado a nos fazer sonhar, o realizador e produtor norte-americano por trás de pérolas do cinema como ET, Tubarão, Indiana Jones, A Lista de Schindler, também tem a sua quota parte em filmes de guerra.

Mas esta é uma «história de amor» que se passa numa guerra, a 1ª Grande Guerra, por isso «é universal e para todas as idades, dos 8 aos 80».

Spielberg fala com paixão dos seus filmes, das suas histórias. Foi a produtora de sempre, Kathleen Kennedy (com quem também falámos) que ficou cativada com a peça de teatro sobre o jovem que vai para a guerra para recuperar o seu cavalo, Joey. Depois de contar a Spielberg, ele sobe logo que a queria realizar, mesmo antes de ver a peça e ler o livro de Michael Porpugo, com quem também falámos.

Isto porque a filha, Destry, 15 anos, «é cavaleira de competição» e mal soube da história disse: «Tens de fazer o Cavalo de Guerra! Tens de o fazer para mim!». Após ver a peça, Spielberg admite que «fez-me chorar e gostei mesmo muito».

O cavalo que une pessoas
«O Joey tem uma forma de unir as pessoas, especialmente pessoas dos dois lados da guerra», explicou Spielberg, que na pesquisa ficou surpreendido com um facto que desconhecia: «morreram quase tantos cavalos quanto pessoas [15 milhões]».

«Foi o fim do cavalo como instrumento de guerra, o início da era da máquina – o tanque, o avião –, tudo convergiu na Primeira Grande Guerra, que todos diziam que ia ser a ‘guerra para acabar com todas as guerras’», explicou entusiasmado este «amante de história», que se diz mais «europeu do ponto de vista histórico» e admite mesmo: «era a única disciplina em que era bom aluno».

O realizador de 65 anos, lembrou a sua proximidade com a guerra. «O meu pai, que faz 95 este mês, combateu na II Grande Guerra. Cresci a ouvir histórias de guerra e os meus primeiros filmes de 8mm eram na maioria filmes de guerra!» Até porque «não há melhor maneira de testar uma pessoa, do que atirá-la no meio de uma guerra».

Não filmar é morrer
Spielberg, para quem «querer realizar algo é uma sensação inegável», «bem diferente de produzir». E admite realizar para além dos 100 anos, como Manoel de Oliveira? «Não quero parar. Sempre disse que só páro quando o meu amigo Clint Eastwood quiser desistir. Como isso não vai acontecer...».

Tempo ainda para explicar que nem todos os realizadores de Hollywood se regem por números e dinheiro, até porque é um «processo colaborativo» e «nós só queremos ir e contar as nossas histórias. É uma tortura que adoramos e pela qual os nossos antepassados passaram, na era dourada de Hollywood. O objectivo é o mesmo».

Spielberg é Spielberg e isso significa que, desde Tubarão, faz o que quer. Por isso aumentou o orçamento de Cavalo de Guerra só para poder filmar em Devon, localidade onde se passa o filme e poder ter, sem efeitos especiais, «o céu incrível de Devon», numa homenagem a realizadores como John Ford e Howard Hawks.

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CENAS DIFÍCEIS COM CAVALOS
O mais difícil de filme foi mesmo uma altura em que o cavalo Joey fica literalmente preso no meio da batalha entre britânicos e alemães, em arame farpado, num dos momentos mais belos do filme de Spielberg. «Tivemos alguns segundos de cada vez para gravar porque o cavalo queria sempre levantar-se», diz Spielberg que garante: o arame nunca magoou o cava-lo.

Não faltaram cavalos na rodagem e só para fazer todos os movimentos de Joey foram mais de 10, cada um com o seu tratador «de Espanha, Austrália, América e Reino Unido». Mas só dois deram mesma a “cara” e mesmo «improvisação»: Abraham e Finder (que já tinha estado em Seabiscuit).

TUBARÃO, O PONTO CHAVE
«O ponte chave na minha carreira foi Tubarão». Diz Spielberg, que admite que antes era «realizador por encomenda, depois podia fazer o que quisesse, que havia quem passa-se o cheque. Por isso pude fazer um filme que antes foi recusado e ridicularizado: Encontros Imediatos do 3.º Grau».

GERIR TEMPO DISPONÍVEL
«Os pontos baixos da minha carreira são relacionados com a gestão do tempo. Sentir que não tenho tempo suficiente para família e amigos. Tenho sete crianças, tenho de equilibrar tudo». O que não o afecta são as críticas e a bilheteira. Spielberg homenageou ainda o ‘seu’ compositor desde há 40 anos, John Williams, o colaborador mais importante.

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Michael Morpurgo inspirou-se em veteranos
O escritor Michael Morpurgo inspirou o seu livro de 1982 nas histórias que três ex-combatentes da I Grande Guerra, de Devon, lhe contaram sobre a importância dos cavalos na guerra. Em 1914, 10% das tropas britânicas montavam a cavalo, em 1917 eram só 2%.

Nomeação de ‘Cavalo de Guerra’ para os Óscares
Estar na lista para Melhor Filme é algo que Spielberg não esperava por este filme familiar. Desde 2006 (’Munique’) que um filme seu não era nomeado e o último Óscar (tem três) foi em 1999 (’O Resgate do Soldado Ryan’).

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Entrevistas ao elenco: "Ninguém diz não a Spielberg"

Falámos com o principal guionista de Cavalo de Guerra, Richard Curtis, e com parte do elenco, no nosso périplo em Londres e resumimos aqui em poucas linhas os muitos minutos de conversa.

ENTREVISTA A RICHARD CURTIS
Richard Curtis foi convidado para ser guionista de Cavalo de Guerra, graças ao filme ‘Amor Acontece’

Curtis só podia dizer «sim»Richard Curtis é um dos argumentistas e realizadores mais talentosos do Reino Unido. Escreveu e produziu pérolas como: ‘Quatro Casamentos e um Funeral’, ‘Bean’, ‘Notting Hill’, ‘O Diário de Bridget Jones’ e realizou ‘Amor Acontece’ e ‘O Barco do Rock’. Falámos com ele na passadeira vermelha, na antestreia do filme.
Como é que Steven Spielberg o convenceu a juntar-se a este filme?
Bem, vamos “levar” de volta essa pergunta para si. Se o Steven Spielberg fosse ter consigo e dissesse 'Gostarias de escrever um filme para mim?'... A resposta foi fácil. Mas quando ele me perguntou, ainda pedi duas semanas para ver se conseguia fazer bem o trabalho, porque o que eu não queria mesmo era fazer um filme com o Steven e estragá-lo.
Qual foi a sua contribuição para o guião?
O grande trabalho que o Steven quis que eu fizesse, por ser uma grande história e os cavalos ocupam grande parte dela, é ter a certeza que todos os seres humanos tinham vidas credíveis e completas, em vez de apenas fazerem o que tinham de fazer ao pé dos cavalos. Ele pediu-me isto por causa do filme 'Amor Acontece' onde tive de contar histórias muito depressa sobre grupos de pessoas, o meu trabalho foi acrescentar detalhes a todos os personagens.

Ele intervém muito?
O que acontece é que ele é brilhante como parceiro de trabalho, porque é tão fértil e frutuoso. Eu diria que devia de acontecer isto às personagens, e ele dizia, essa é uma boa ideia, e que tal estas sete outras ideias. E eu simplesmente escolhia a melhor e fingia que era minha (risos).

Reescreveu muito durante a filmagem?
Não, eu não fiz muito disso. Estava a fazer outros trabalhos. De vez em quando ia lá para me tirarem a minha fotografia, graças a ele.

Havia pressão para tornar o filme divertido?
Não, o meu trabalho era tentar fazer o filme minimamente divertido sempre que podia. O Steven quis que desse esse contributo.

Quais são os seus novos projectos?
Estou a realizar um filme este ano sobre viagens no tempo. É sobre pessoas que usam as viagens no tempo como se fosse um meio de transporte normal.

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Jovem passou da ‘miséria’ para estrela de filme de Spielberg
Uma nova descoberta: Jeremy Irvine«Não podemos fingir com os cavalos, eles percebem tudo portanto temos de ser autênticos», explica o jovem inglês Jeremy Irvine, 21 anos, uma descoberta que Steven Spielberg antevê poder vir a ter um futuro tão risonho como o de Christian Bale (que dirigiu ainda adolescente para o filme Império do Sol e na altura também nunca tinha feito um filme, como o próprio Jeremy). Jeremy explicou-nos que, se não tivesse sido Spielberg e Cavalo de Guerra, teria desistido de ser actor:_«Estive dois anos sem fazer nada, ninguém me queria e eu nem ganhar experiência conseguia». Depois chegou Spielberg. «Vimos centenas de jovens actores para serem Albert, mas ele tinha aquela qualidade que se destaca dos outros.
Ninguém tinha aquela sensibilidade e a capacidade de comunicar, mesmo em silêncio», admite Spielberg, que gosta de trabalhar com pessoas sem experiência e autênticas – «o meu trabalho é fazer com que elas sejam elas próprias». 
A viver algo com que nunca sonhou, Jeremy admite que Spielberg foi ajuda preciosa e que nunca o esquecerá.
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Dupla britânica levou cavalo Joey para os campos de batalha
Hiddleston e Cumberbatch pela batalhaTom Hiddleston (entrou em ‘Thor’ e ‘Meia-Noite em Paris’) faz de capitão Nicholls, que compra o cavalo Joey para o levar para a guerra. Já Benedict Cumberbatch (entrou em ‘Expiação’ e no recente ‘A Toupeira’) é o major e amigo de Nicholls. Ambos protagonizam a 1ª cena de batalha do filme. Hiddleston admite ter ficado surpreendido pela forma sensível e emocional com Spielberg o dirigiu na batalha, no meio de 120 cavalos e tanta adrenalina. Cumberbatch diz mesmo «ele é um artista na rodagem, sempre a surpreender».
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Emily Watson faz de mãe e esposa de dois homens teimosos
Watson vence medo de cavalosÉ uma das actrizes britânicas mais versáteis. Emily Watson (de ‘Ondas de Paixão’, ‘Dragão Vermelho’, ‘Gosford Park’, entre muitos outros) é Rose, a corajosa mãe de Albert que tem de lidar com a teimosia do marido e o amor do filho pelo cavalo Joey. A actriz, que tinha medo de cavalos, ficou emocionada «pela forma como os cavalos trazem ao de cima a humanidade das pessoas no meio da guerra». E revela: «Spielberg apanhou um valente susto ao cair numa das trincheiras cheias de água».

entrevistas homem de ferro 3

Abril de 2013. Entrevistas do filme Homem de Ferro 3 para o jornal Destak e Record Online.


Reportagem
«Menos espetáculo» mais Downey Jr. em Homem de Ferro 3
25 | 04 | 2013   19.55H
Estivemos em Londres à conversa com o elenco do surpreendente Homem de Ferro 3 e participámos na conferência de imprensa liderada pelo inimitável Robert Downey Jr. O ator não confirmou se continua como Tony Stark no futuro e aborda o desafio que foi interpretar uma história diferente das outras, com um Homem de Ferro mais humano do que nunca e que sente o peso da ansiedade.



Quando Robert Downey Jr. entra, a sala fica ‘elétrica’. Ouvem-se palmas e o norte-americano extrovertido responde com acenos de estrela (está no seu habitat natural).

Entre piadas, provocações (levou uma pequena chapada de Gwyneth Paltrow) e a certeza que Homem de Ferro 3, bem mais próximo do 1º filme da saga, «tem tudo para triunfar», foi uma conferência de imprensa divertida onde Downey Jr. era a estrela apesar da presença de Don Cheadle, Paltrow, Sir Ben Kingsley e Rebecca Hall (ambos estreiam-se na saga, tal como Shane Black, o realizador de Kiss Kiss Bang Bang e guionista de Arma Mortífera).

O ator norte-americano que deu a cara em 2008 por Homem de Ferro – iniciando uma sequência de sucesso de filmes de super-heróis para a Marvel – recebeu 50 milhões de dólares (um recorde) com o último capítulo da saga, Vingadores (2012) e, agora, cumprido o contrato com a Marvel deixou no ar se continua ou não ligado à saga que terá, já está confirmado, em 2014, Vingadores 2.

«Depois de Vingadores, nós sabíamos que não era possível ir tanto pelo lado do espetáculo neste filme» até porque este é o 4º filme com o Homem de Ferro, apesar de ser apenas o 3º com Tony Stark a solo e «queríamos mais profundidade» e «mais semelhanças com o primeiro filme».

Depois de perguntas «parvas» que Downey Jr. ignorou, o ator convidou uma jornalista só com elogios para um jantar a dois e admitiu que «só em Homem de Ferro 17 é que vou estar em melhor forma do que Don Cheadle».

De uma assentada, Downey resumiu assim a experiência no novo filme da saga:

«só sei que estamos a fazer algo bem. As reações têm sido incríveis e repetir tudo isto com o Don [Cheadle] e a Gwyneth [Paltrow] é um prazer, mas ter agora Sir Ben [Kingsley] a levar-nos para outra dimensão com um dos maus mais incríveis da história dos super-heróis e a super talentosa Rebecca Hall a dar classe à tasca, fez desta uma experiência deliciosa».

Sobre o realizador e guionista Shane Black, amigo de Downey e que apostou nele no seu regresso ao cinema em Kiss Kiss Bang Bang (de 2005) disse ainda: «criou um guião que é a razão de estarmos todos sentados aqui e da maioria de vocês [jornalistas] não dizerem que o filme não presta.»

Paltrow e a chapada a Downey Jr.
Sir Ben Kingsley (um mau da fita muito peculiar chamado Mandarim, neste filme cheio de surpresas) explicou que a receção que teve na «família Homem de Ferro foi excelente e generosa» e «adorou o guião e a sua personagem» - colocaremos no site nos próximos dias a entrevista que fizemos ao ator britânico.

Já Gwyneth Paltrow admitiu que só ouviu falar da mítica personagem da Marvel Homem de Ferro quando foi convidada para participar no filme, «mas fazer parte desta saga tem sido incrível». A atriz ficou feliz por «ver Pepper Potts evoluir tanto nestes seis anos» e admite que ficou «surpreendida por ter gostado tanto de ver este último filme», que a sua família «também adorou» - Downey Jr. brincou, chamando a atriz considerada esta semana a mais bonita do mundo para a revista People de «snob». A reação de Gwyneth? Uma chapada.

Genética humana no centro do filme
A alteração genética humana é um tema importante no filme, tal como a crise de ansiedade e depressão de Tony Stark, amedrontado com tanta ação sobrenatural que se viu o ano passado em Vingadores.

Homem de Ferro 3 vale por si só, mesmo para quem não viu os outros filmes, até porque mais do que nunca Tony Stark terá de mostrar o seu valor sem a sua armadura (ao estilo McGyver) e aprender tudo de novo, ficando a certa altura perdido numa pequena cidade americana onde conhece um rapaz que o vai ajudar.

Para Downey Jr. o objetivo do filme que reserva surpresas pouco usuais neste tipo de sagas é que as pessoas «saiam do filme a questionar-se e falar sobre o que viram», «desde as cenas de ação até aos traumas em Tony Stark».

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CONSELHO: Espere pelos créditos finais do filme, há uma pequena grande surpresa mesmo no fim.


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ENTREVISTA A SCARLETT JOHANSSON NO RECORD ONLINE

Scarlett Johansson explica-nos a importância de ser sexy

Bem vestida, de saltos altos, simpática e com a já famosa voz rouca, entrevistámos uma bem disposta Scarlett Johansson em Londres a propósito do filme Os Vingadores. Depois de participar em Homem de Ferro 2, Scarlett volta a ser a espiã russa mortífera Viúva Negra no filme da Marvel que junta alguns dos super-heróis mais poderosos: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Hulk (Mark Ruffalo), Thor (Chris Hemsworth) e o Capitão América (Chris Evans). O filme estreia em Portugal e no resto do mundo a 25 de Abril.

João Tomé

Era fã da Marvel quando era pequena?
Não era muito fã de banda desenhada, mas acabou por não ser mau porque assim não ia com ideias pré-concebidas sobre a minha personagem, Viúva Negra.

Participar em tantas cenas de acção foi um grande desafio?
Foi difícil porque eram muitas. Eu tive alguma sorte porque já tinha feito o Homem de Ferro 2 e o estilo da Viúva Negra é o mesmo, por isso já tinha aprendido alguns movimentos de luta. Quando fiz o Homem de Ferro 2 nunca tinha tido nenhum tipo de treino de luta, só treinos com armas, por isso foi um mundo novo para mim perceber como lutar com alguém de uma forma rápida, limpa e credível. Agora aprendi mais depressa por ter experiência e foi bom porque tinha muitos combates para fazer.

Mas gostou de se tornar mais física para Os Vingadores?
Sim, até consigo gostar. Só temos de nos mentalizar que durante cinco meses da nossa vida vamos estar constantemente com dores e com nódoas negras, primeiros dos treinos e depois das filmagens. Só temos de aceitar isso e quando aceitamos fica mais fácil, como muitas coisas na vida.

Sentiu-se num cenário surrealista quando olhava à volta nas filmagens?
A maior parte de nós teve sorte, porque toda a gente tinha os seus fatos cheios de estilo e andávamos por ali a sentirmo-nos bem connosco próprios, com elevada auto-estima, mas coitado do Mark Ruffalo [Hulk]. Tinha de andar numa espécie de pijama quando fazia de Hulk, com cara estranha e em cima de uma plataforma. Ele faz mesmo o Hulk, através do motion capture, que regista os movimentos dele, mas por isso sofreu bem mais. Ninguém podia olhar para ele porque desatávamos a rir em cena. Por isso ficávamos sempre de costas para ele. Coitado!

MÚSICA NOS TEMPOS LIVRES

Se a sua carreira musical crescesse e tivesse de escolher, preferia ser actriz ou cantora?
Adoro música, gosto de cantar, sozinha ou outras pessoas, mas preferia continuar como actriz que é onde tenho o coração. Quando muito podia cantar num filme.

Nunca imaginou ser uma actriz de acção?
Nem por isso, mas também nunca pensei que o Mark Ruffalo pudesse ser o Hulk, aquele gigante e raivoso mutante, mas agora é o Hulk e resulta mais do que alguma vez poderia ter imaginado.

Tinha algum herói de acção quando era mais nova?
Nem por isso. Eu era mais do estilo dos Tartarugas Ninja, nunca fui muito de gostar de super-heróis, gostava mais de mutantes verdes. As Tartarugas Ninja eram populares quando era miúda e o Michaelangelo adorava pizza, era hilariante.

O seu fato é muito justo. Preferia ter tido algo mais solto?
Quando treinamos assim tanto para lutar e para ter força, o resultado é que cabemos bem num fato de cabedal justo, isso é bom porque não temos de pensar muito em dietas. Se tivesse de usar um fato justo dentro de 10 dias, ficaria preocupada. Mas depois de meses de treino sentimo-nos mais confiantes. E o fato também não era muito revelador (risos).

SER SEXY
Foi cansativo tentar lutar e parecer sexy ao mesmo tempo sem perder o controlo?
Eu perco muitas vezes o controlo. Há muitos momentos em que não pareço calma quando luto, felizmente mexia-me depressa. Quando vemos um grupo de duplos gigantes de 2 metros a correr na nossa direção com bastões, só nos apetece gritar. Tive de me tentar enganar a mim mesma. Mas sobre ser sexy concretamente, nunca penso nisso. É tão foleiro num filme de acção, uma mulher andar a fazer poses sexys enquanto luta (risos), mexer no cabelo.

Já se imaginou a interpretar uma mulher pouco atrativa, como uma professora do Harry Potter?
Sim, claro, porque não. Não procuro ativamente papéis sexys, não é um requisito que a minha personagem seja bonita e oca. Nunca penso nas minhas personagens como sendo sexys, a não ser que esteja escrito que estou a tentar atrair alguém.

Há géneros que ainda não fez que gostava de fazer?
Eu quero fazer um western (risos), porque não.

Viaja muito. Quando está por casa o que gosta de fazer para se entreter?

Gosto de ficar por Nova Iorque, onde vivo, e aproveitar tudo o que a cidade tem para oferecer. Gosto de ir ao Central Park, ir ao teatro, a bons restaurantes, ouvir música ao vivo e encontrar-me com os amigos. Adoro ficar em Nova Iorque no meu tempo livre.

entrevista peter jackson

Fevereiro de 2010. Breve entrevista a Peter Jackson sobre o filme Visto do Céu e à jovem actriz Saoirse Ronan para a SIC Notícias (programa 35mm) e publicada no Destak.


Entrevista a Peter Jackson
«O livro tal como o filme dá uma visão de conforto sobre a morte»
Cinco minutos de entrevista em Madrid, esticados até aos seis, graças à simpatia de Peter Jackson (os responsáveis espanhóis estavam determinados em acabar cedo) deram para fazer algumas perguntas sobre o filme e o pós-Senhor dos Anéis a um dos realizadores mais importantes dos últimos anos. 

João Tomé

Foi muito diferente criar um mundo épico como o «Senhor dos Anéis» e mostrar um mundo simples, de metáfora emocional, em «Visto do Céu»?
A principal diferença vem na fase de escrita do argumento, porque eu sou sempre co-escritor dos argumentos que fazemos [Peter escreve sempre com a mulher Fran Walsh]. Para mim é uma parte muito importante do processo, porque significa que estou a par das razões porque tudo aquilo que está no filme lá está, de todas as decisões que foram feitas no argumento. E é interessante, porque, como realizador, o nosso trabalho é literalmente pegar no guião e imaginá-lo com vida. Já quando estamos no local de filmagem, estamos a dirigir os ângulos da câmara e o design. Por isso, sei que pode parecer estranho, mas não há grande diferença quando estou a realizar, quer seja buracos de Hobbits, na Terra Média, ou no Pennsylvania [em Visto do Céu], continuo apenas a pensar na forma de contar a história com a câmara, a lente e os actores. A grande diferença está na escrita do guião, porque aí estamos com a cabeça totalmente imersa num tema muito diferente, no caso deste filme. Em vez da luta para destruir o Anel e o monte Doom, agora lidamos com o pós-vida de uma jovem de 14 anos que foi assassinada e que quer resolver o seu crime a partir deste estranho estado psicológico de sonho em que se encontra. Por isso, sim, é completamente diferente, e manifesta-se especialmente na fase do argumento.

O que o cativou mais no livro que inspira o filme, já que esta é uma história de uma morte, mas que mostra o valor da vida…
É isso mesmo, é uma visão positiva. É o valor da vida, é o valor do amor. Eu pelo menos vejo-o mais como uma história de amor. O livro, tal como o filme, dá uma visão de conforto sobre a morte. Lembro-me que ao lê-lo não pude deixar de conter as lágrimas, porque a história emociona, só faço filmes que me emocionem. Também não queríamos fazer um filme sobre um assassinato, e esse é um dos motivos pelos quais não mostramos o momento da morte da Susie Salmon no ecrã, porque iria desequilibrar o filme. Tornar-se-ia conhecido como um filme que partia de um assassinato e eu não queria isso. Um assassinato brutal não é aquilo que eu quero ver num filme que também é uma forma de entretenimento. Queria fazer um filme intenso e que sabe cativar, sobre a Susie que tem de se habituar à sua realidade alternativa [uma espécie de Céu], ela já não está no seu corpo. Sobreviveu, é imortal, é uma das mensagens de esperança do filme, mas está num estado de consciência diferente.

Existe muito suspense, muitos movimentos de câmara intensos e de cortar a respiração, muito ao estilo de Alfred Hitchcock. Ele foi uma influência?
Tenho a certeza que o Hitchcock é uma influência, não necessariamente de forma consciente. Mas como realizador, simplesmente penso que sou o resultado de todos os filmes que já vi (risos). Não podemos evitar ser influenciados por tudo e adorei filmar as cenas de suspense. Foi uma área que não explorei propriamente no Senhor dos Anéis ou no King Kong, esse suspense puro e duro. E adorei fazer isso aqui, foi divertido e de facto dá ares a Hitchcock.



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«A Saiorse é incrível»
Apesar de Mark Wahlberg, Rachel Weisz ou Susan Sarandon estarem no filme, a protagonista é a jovem irlandesa Saoirse Ronan. «Estávamos a ter dificuldades para encontrar a Susie, pensámos que seria preciso 400 audições nos Estados Unidos, quando recebemos um DVD no correio», explica Jackson. A gravação no quintal da casa da irlandesa Saoirse «convenceu-nos de imediato, ela é incrível, tem um naturalismo que é um dom» e nem o facto de ter sotaque foi impeditivo.


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CONVERSA RÁPIDA COM... Saoirse Ronan

Nomeada para um Óscar pelo filme «Expiação» aos 13 anos, aos 15 a irlandesa volta a surpreender num grande papel.


Como definiria a personagem da Susie?
Isso foi o que tentei fazer durante muito tempo e tive muitas dúvidas sobre se estava a pensar na Susie de forma correcta, se a estaria a criar da melhor forma. E embora tivesse os outros actores a ajudar-me, como actriz precisava de interiorizar a personagem. A Susie é daquelas personagens que vamos percebendo. E à medida que estava a atravessar esta "viagem", que íamos filmando, ia percebendo-a mais. Portanto, demorou um pouco, até porque ela muda muito no decorrer do filme e nós temos de mudar e aprender ao mesmo tempo.

Peter Jackson deu-lhe muita independência para adaptar e criar Susie?
Sim, ele quis sempre sugestões dos actores e até de outras pessoas como o meu pai. Tudo que pudesse melhorar a personagem e tornar a Susie tal como ela é no livro. Por isso senti que tinha liberdade. Ajudava-me muito quando as pessoas falavam para mim durante as cenas. Nunca ensaiámos em demasia, íamos para lá e íamos limando a performance entre as cenas.

A nível profissional, o seu pai, que é actor, ajudou-a?
Sim. O facto de ele ser actor ajudou, sem dúvida. Inicialmente porque disse ao agente irlandês dele para me tentar arranjar algumas coisas, isto antes de ser actriz, e ele conseguiu. Fiz um pequeno papel numa série dramática irlandesa de baixo orçamento, que agora é bastante bem sucedida, curiosamente. O pai foi descoberto como actor quando estava em Nova Iorque e isso também ajudou depois a ter trabalhos nos Estados Unidos.

Já esteve nomeada para os Óscares, já pensou a quem agradeceria se vencesse?
Não, mas se algum dia vencer, obviamente que teria de agradecer ao meu pai e à minha mãe, à Academia por votar em mim, acho (risos), a agentes e basicamente às pessoas que me ajudaram no filme.

entrevista robin williams

Dezembro de 2009. Breve entrevista para a SIC Notícias (programa 35mm) em versão publicada no jornal Destak.


Entrevista Robin Williams
«Os miúdos suportam-me»

Robin Williams mostra que é um homem de comédia - o motivo da conversa foi o novo filme 2 Amas de Gravata - mas também de muita melancolia. No fundo, é o retrato dos filmes tão díspares que já fez: Popeye e Clube dos Poetas Mortos, Bom Dia Vietnam e o Rei Pescador, Hook e Hamlet, Papá Para Sempre e Jack, Flubber e O Bom Rebelde.



Bryan Adams fez a banda sonora do filme e já tinha feito noutro seu, Jack. Está a persegui-lo?
Quem é Bryan Adams? A sério, não faço ideia. Ele não me está a perseguir de modo algum, porque tenho total falta de conhecimento sobre ele (risos). Neste momento vou ter de me chicotear porque não conheço o nome. (Risos)

Vamos então partir para a sua relação com John Travolta. Acha que ambos se complementam?
Acho que sim. Somos um bom ying e yang. Complementamo-nos. [Começa a cantar] Tu completas-me, de uma forma que mesmo assim não conheces o Bryan Adams. Cala-te Robin, deixa estar [em voz fina]. Sim, sem dúvida, o John é um homem tão generoso e carinhoso e já disse isto uma vez antes, na verdade quatro vezes... ele é o equivalente humano de um panda. Apetece chamá-lo "vem cá!". É destemido, divertido, mas também é um excelente actor.

A comédia dele é um pouco diferente da sua, não é?
Não é tão azul [triste]. Tenho tendência a ir um pouco abaixo e ele diz-me sempre "fica aqui na luz, fica comigo não te vás abaixo". Isso ajuda, porque traz-me de volta e digo [voz tristonha e infantil] "tens razão, não temos de ficar azuis, mas seria divertido". É tão simpático e generoso que fez vir ao de cima o meu lado bom. Está sempre a cativar-nos para experimentarmos coisas novas.

Neste filme não tem jeito nenhum para crianças... muito diferente de si, não?
Eu sou OK com os miúdos. Os miúdos pequenos suportam-me desde que… Uma vez estava a ler uma história à minha filha e ela disse "não faças as vozes, lê apenas a história". Fiquei surpreendido, mas a verdade é que com miúdos pequenos não podemos exagerar. Se fizermos algo muito louco eles não gostam. Por isso é que os miúdos não gostam de palhaços. Primeiro, parecem alcoólicos mortos. Segundo, aparecem assim [grita projectando a cara com sorriso forçado] "ei, eu vou divertir-me contigo". E os miúdos dizem [voz fina e infantil]: "tu assustas-me, tu és um pedófilo com grandes sapatos". O que funciona é divertirmo-nos com eles. Se começarmos de forma simples, podemos ir subindo e ir fazendo vozes. Eles exigem que sejamos muito honestos com eles. E estarmos concentrados, estarmos mesmo lá com eles, e não inventar coisas como: "tenho de atender esta chamada"; [voz final infantil] Não, não tens, os teus negócios estão na falência. Estás a investir no Google" - "Sim"; - "Não o faças".

Tem inveja do Seth Green por causa da longa cena dele com um gorila gigante?
De modo algum. Por acaso já tive um verdadeiro encontro. Conheci Coco, a gorila que faz linguagem gestual. Primeiro apertou-me os mamilos, o que… [risos] não é nada mau, deixe-me que lhe diga. Se tiver um gorila que lhe aperta os mamilos, aí está uma história para um bar. O tipo vai e diz "Sabem, uma vez estava com um anão". E vou eu e digo, "Ah é? A mim um gorila apertou-me os mamilos e foi bom". Dão-nos logo outra rodada [risos]. E a Coco tentou levar-me para o quarto dos fundos, o que foi um pouco o que acontece com o Seth no filme. O treinador estava a fazer sinais à Coco, a dizer [faz linguagem gestual]: "Coco, não, nada de truca truca Coco". Ele depois ainda me diz, que se ela me levar para o quarto dos fundos não me podia ajudar - ficaria descontrolada. Ouvia-se apenas: "Nãaaaooooo" e "Uh-uh-uh". Não fiquei ciumento. Disse apenas ao Seth… "já estive aí, vaca".

Para terminar, sabe imitar um português?
Conheço a língua, mas normalmente dou um toque brasileiro. Há uns anos tivemos um babysitter brasileiro, um homem chamado Alfredo Pedroto. E dizia sempre [fala em português]: "Robbie, tudo bem? Obrigado, boa noite". É mais brasileiro, sei disso. E aprendi a palavra [diz em português] "bom tempo". Em brasileiro tudo o que dizemos tem um tom do tipo "bom tempo". Perguntamos [em português] "o que vais fazer?"; "shiu, bom tempo, tudo bem Robbie, obrigado. Como vai você? Tudo bem". Vou lá ao Brasil para os Jogos Olímpicos. Sabes para quê? Para o espectáculo de depilação [faz barulho de depilação a cera e simula depilar as pernas com as mãos]. Boa sorte.

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Clube dos Poetas Mortos
Já fez filmes tão diferentes uns dos outros. Ainda se sente às vezes Captain, My Captain [referência à personagem John Keating, do filme Clube dos Poetas Mortos]?
Totalmente. Quer dizer, sinto-me tão orgulhoso desse filme em termos do que é e do que significa para mim. Mas também como um filme que pode mudar a vida das pessoas, como alguém uma vez disse. Foi a primeira vez que eu fiz um filme em que houve pessoas a chegarem-se a mim e a dizer que se tornaram professores por causa daquela personagem. E eu fiquei sem palavras… é uma escolha corajosa, especialmente na América onde não lhes pagam. Por isso… é mesmo um grande orgulho. Obrigado.


VERSÃO EM ÁUDIO:

sábado, outubro 18, 2014

bryan volta a «casa»

14 Outubro de 2014. Reportagem/conferência para o jornal Destak. 

Exposição Cascais
Bryan Adams volta a «casa» para mostrar ‘best of’ como fotógrafo

De Mick Jagger até às jovens fadistas lusas, Bryan Adams inaugurou ontem exposição Exposed, em Cascais, com os seus melhores retratos. Estivemos com o cantor de Summer of 69 e ouvimos Bryan falar das memórias de um dos períodos mais importantes da sua vida: «foi em Cascais que me apaixonei pela música».



João Tomé

Bryan Adams voltou a «casa». A expressão é do próprio, para descrever o regresso «com a família» [a companheira e as duas filhas], ainda que por uns dias, a Cascais. A vila onde viveu parte da infância/adolescência recebe agora uma exposição não de música, pela qual o autor de Summer Of 69 é famoso, mas de fotografia, a arte que o cantor-autor abraçou já no início do milénio.

E como é que surgiu a paixão? «Adorava tirar fotografias das tournées, até que comecei a fazer as capas dos meus álbuns e depois a tirar retratos», explicou o cantor em conferência de imprensa, ontem, em Cascais, horas antes da inauguração da exposição Exposed – ficará no Centro Cultural de Cascais até 1 de fevereiro.

O ‘best of’ fotográfico reúne 100 fotografias entre famosos da música, de Mick Jagger a Amy Winehouse, moda (Kate Moss), cinema (Ben Kingsley), desporto (José Mourinho) passando pela nova geração de fadistas portuguesas (num trabalho feito já este ano): Ana Moura, Carminho, Cuca Roseta, Gisela João e Aldina Duarte.

O denominador comum? São a preto e branco e algumas das fadistas revelam outra faceta, entre poses naturais (que incluem risos espontâneos) e mais sensuais, sem roupa. Adams não tem regras na hora de escolher a fotografia certa, o importante é o momento ter algo de especial, seja apenas revelador da pessoa que tem à sua frente ou a tentar mostrar um lado sensual.

Noutra parte da exposição, o autor de Have You Ever Really Loved a Woman expõe algumas fotografias de soldados britânicos feridos na Guerra do Iraque e do Afeganistão, num trabalho duro e tocante que mostra bem os efeitos da guerra intitulado Wounded, The Legacy of War, lançado em livro em 2013.

A ‘música’ começou em Cascais
À pergunta/trocadilho que lhe fizemos, o canadiano sorriu: "Sente-se no céu por estar aqui no local onde passou o Verão de 69 / Do you feel in Heaven now that you're back to the place where you spent the Summer of '69 [em referência às músicas Heaven e Summer of '69]"?

Na resposta, o ‘rocker’ de Run to You – do álbum Reckless, que comemora este ano 30 anos –, contou que vivia em Cascais no verão de 69, então com 9 anos, e que foi nessa altura, em Portugal, que se apaixonou pela música.

«Foi aqui que comecei a ouvir música e a ganhar gosto musical. Adorava ir a uma loja de discos numa ruela no meio da vila», recordou o músico de 18 til I Die que revelou que trouxe a companheira e as duas filhas, de um e três anos, para lhes mostrar a vila onde cresceu.

O músico lembrou ainda o primeiro concerto em Portugal, na Amadora, em 1987 - existiam na conferência de imprensa portugueses que estiveram nesse mini-concerto para jornalistas que antecedeu um no Estádio da Luz -, que foi «feliz em Cascais» já que foi a altura em que a sua família estava mais unida (os pais divorciaram-se pouco depois) e que vai voltar a Portugal para tocar: «em 2015 darei cá um concerto... dos grandes [a propósito dos 30 anos do álbum Reckless, o mesmo onde figuram Run to You e Summer of 69]».

quarta-feira, agosto 27, 2014

entrevista entre o médio oriente e tarantino

Entrevista a Ziad Doueiri.

“Para os árabes não se pode dar voz aos judeus”


‘Rejeitou’ Quentin Tarantino, que o chamou para Kill Bill, porque queria ser realizador e o seu terceiro filme, O Atentado, chegou em abril a Portugal.

João Tomé

O Atentado é escrito e realizado pelo libanês, durante muitos anos cameraman de Quentin Tarantino, Ziad Doueiri. Falámos com ele sobre a sua carreira e o filme que acompanha um médico israelo-palestianino em conflito pessoal depois de descobrir que a mulher é bombista.

Como é que foi ter aos EUA a trabalhar para talentos como Tarantino?
Nunca planeei. Deixei Beirute com 19 e fui estudar cinema na Califórnia. Depois comecei à procura de trabalho na cidade e comecei a ganhar experiência como técnico, na câmara, na grua, nas luzes. Nunca tive intenção de realizar. O meu primeiro filme era do Roger Corman [conhecido produtor] e chamava-se Munchie (1992) – uma versão barata, série B, dos Gremlins. Ganhei muita experiência e aprendi muito nessa altura mesmo a trabalhar em filmes chamados ‘trashy’. O panorama independente em LA nos anos 80 foi muito interessante.

E como é que começou a trabalhar com o Tarantino?  
Tive uma entrevista com o director de fotografia, já tinha algum experiência em filmes B e consegui o trabalho. Desde aí continuámos sempre a trabalhar juntos. Depois de fazermos o Cães Danados (1992), o Tarantino continuou a utilizar a mesma equipa e fizemos o Pulp Fiction e outros. Se eu continuasse a fazer trabalho de câmara ainda estaria a trabalhar com ele. Ele pediu-me para participar no Kill Bill mas eu decidi que não queria continuar a trabalhar como câmara. Estava numa altura da minha vida em que queria fazer outras coisas. Mas ele manteve a lealdade com a equipa técnica é praticamente toda a mesma. A maioria dos realizadores usa a mesma equipa, o Scorsese faz o mesmo. Quando encontram a equipa certa mantém-na. 

Quando estava a fazer esses filmes, Reservoir Dogs, Pulp Fiction, o Tarantino não era tão conhecido como é hoje. Tinham noção que estavam a criar algo tão importante que se iria tornar um clássico?
Simplesmente não sabíamos. Nunca sabemos. Quando fizemos o Reservoir Dogs, olhei para o guião e não sabia se era bom ou mau. Nunca sabemos se é magnífico ou uma merda, só depois, porque era tão estranho e tão diferente. O Reservoir Dogs foi uma das minhas experiência preferidas num filme. 


Porquê?
Há dois anos vi algumas fotografias dessa altura, tiradas na rodagem e trouxe-me de volta aqueles tempos. Foi uma boa experiência. Compreendo que as pessoas queiram fazer um grande alarido do Tarantino porque ele é um realizador tão fantástico e é tão popular e de culto, por isso as pessoas pensam que a experiência de trabalhar com ele foi tão incrível e única quanto ele é como realizador. Foi, mas não mais do que noutros filmes, porque a rodagem é um ambiente técnico. O que é único em trabalhar com ele é que ele é muito entusiasta sobre o que faz. Ele simplesmente adora o seu trabalho, ele está-se a borrifar para política, para o amor, tem tudo a ver com a história em si. Ele é como uma criança numa rodagem e isso afecta-nos porque ele tem uma mente incrível, a forma como trabalha e tem uma memória de elefante, na forma como se lembra de tantos filmes. Todas as semanas ele faz um visionamento na sua casa de um filme projectado em 35 mm, porque ele tem uma coleção enorme de filmes. Ele é tão dedicado à profissão de fazer filmes, que o seu foco principal é sempre como transformar algo em filme. Tem uma mente tão eléctrica e cria personagens muito interessantes.

Depois decidiu realizar...
Sim, mas não foi pensado foi progressivo ao longo dos anos. Percebi que aprendi a arte o suficiente e a comandar o cenário – fazer filmes é uma arte artesenal – e queria contar as minhas histórias. Comecei a sentir-me nostálgico – estive 15 anos sem voltar a Beirute – e escrevi em LA o West Beyrouth [filme político que lhe valeu vários prémios] e o Entre as Pernas de Lila.

Ainda estava em Los Angeles na altura em que escreveu o guião para o filme West Beirute (1998), que lhe valeu prémios em Cannes e Toronto?
Sim, sem dúvida. Escrevi lá esse, o Entre as Pernas de Lila (que estreou em 2004) e o guião do Man in the Middle, para o qual estou a tentar financiamento, todos escritos em LA. LA é um local muito criativo, bizarro mas criativo.

Mas voltou nesse período para Beirute, não foi?
Voltei para Beirute depois do 11 de Setembro (de 2001), porque conheci uma rapariga... conheci alguém e senti que como realizador não precisava de estar em Los Angeles, por isso deixei LA e mudei-me primeiro para o México, por uma mulher. Fui para Bordéus por uma mulher (risos). Parece-me que saio sempre de países porque conheço alguém. Mas primeiro voltei a Beirute porque conheci em LA uma rapariga que era de Beirute, apaixonei-me por ela e fiquei lá com ela. Agora resido em Paris, devido a um problema que prefiro não falar.

Em O Atentado volta ao contexto político israelo-palestiniano. Como chegou a esta história?
Embora seja uma história mais geral do que isso. Fui convidado em 2006 para realizar e adaptar o livro com o mesmo nome pela Focus Features e aceitei com condições. Eles queriam que fosse falado em inglês e prometiam, assim, o Tom Hanks. Com ele a bordo ia ganhar mais mas preferi que fosse em árabe e hebraico. Em inglês não fazia sentido. Pelo meio começou a guerra do Hezbollah quando estava a viver em Beirute e o projeto acabou por ficar na gaveta e voltámos a ele em 2011.

O protagonista, Ali Suliman, tal como a personagem, é israelo-palestiniano. Foi importante ter alguém com as duas culturas?
Ele percebe a confusão os iraelo-árabes sentem. É árabe mas é israelita e percebe que está numa situação difícil a nível pessoal. Cresceu em Israel, aprendeu hebraico, misturou-se com os israelitas judeus mas ainda tem a sua identidade árabe, tal como o protagonista. Quando leu o guião disse-me que sentia o mesmo que a personagem.


O filme teve críticas ferozes da parte árabe. Como foi a recepção?
Não fazia ideia como seriam as reações de judeus e árabes. Estava curioso mas não estava preocupado com isso. Assim que o filme estreou na América teve um grande sucesso junto da comunidade judaica, embora não seja nem a favor nem contra nenhuma das partes, tem muitas nuances. A comunidade árabe não reagiu tão bem, porque a mentalidade judaica permite questionar as suas próprias crenças, enquanto para os árabes não podemos dar voz aos judeus sobre nenhum pretexto. Não podemos, são maus da fita. Para o público judeu o facto de ter mostrado os dois lados foi bom, para os árabes foi mau, porque como é que podemos mostrar o ponto de vista judeu, eles não têm um ponto de vista, não merecem um ponto de vista. E agora é moda boicotar-se Israel e o facto de ter filmado em Tel Avic com técnicos israelitas e atores judeus foi mal visto e houve uma campanha contra o filme. Mas o que se pode fazer?
 
E quais os próximos projetos?
Estou a trabalhar com a Arte, a televisão francesa e alemã e a terminar um guião menos político e menos trágico que também se passa no Médio Oriente e chama-se Affaires étran-gères, que terá Gérard Depardieu. É baseado num acidente que tive. Vamos gravar em setembro.

sou um pinhão de um pinhal

Lembro-me de noites destas em casa, na casa onde cresci, no meio de um pinhal, de um campo. Eram noites diferentes, sem as luzes nem o barulho da cidade. Lembro-me de não dar particular importância à beleza a noite, da Lua, das estrelas, do grigri dos grilos e de tantos outros animais que por ali andavam. Nasci no meio de tudo aquilo, era o que eu conhecia. Era a única forma de acordar a meia da noite ou de manhã.

Pensava mais na insónia em si, no presente no passado ou num momento lixado. Imaginava mundos e histórias, inventava canções e respectivas letras que me parecia geniais mas se desvaneciam pela manhã. 

A tv também andava por ali, mas recordo-me melhor das noites de Verão em que abria a porta de casa, entrava e abraçava a semi-escuridão da noite. Os pirilampos  a piscar fascinavam-me sempre. Nunca me cansava. Era delicioso... Perseguia-os. Capturava-os. Tentava perceber porque piscavam, se piscavam dentro de casa, com luz artificial por perto, e depois soltava-os novamente nas suas casas. 

Pensando bem era bom não ter computador naquela altura. Ou melhor, até cheguei a ter cedo mas não o usava todos os dias nem era importante como é hoje para comunicar, partilhar, recolher informação e procrastinar. 

Adorava ficar deitado pela noite no pinhal, a minha rua, o meu bairro. Adorava fugir, correr mesmo, estrada fora, com medo do que se escondia no escuro do pinhal, fossem lobos, monstros ou outro tipo de males - a imaginação era fértil. 

Não há maior liberdade do que sair da porta fora e estarmos totalmente à vontade, só nós e a natureza. A possibilidade de dar um berro ou cantar toda uma canção antes de deitar ou ao acordar no meio da 'rua', fora da porta de casa, em cuecas, sem constrangimentos, é das maiores liberdades que se pode ter. Eu sei porque sempre tomei isso por adquirido, mais de 18 anos da minha vida. Anos em que fiz parte de um pequeno pinhal. Isolado. Meu. Onde sonhei, imaginei, brinquei, marquei golos, explorei, vivi aventuras, cantei, discuti, ralhei, chorei e amei. 

Por isso e por muito mais serei sempre um tipo do campo, daquele pinhal, daquele céu e daquela liberdade, mesmo que nunca me tivesse identificado com alguma da 'típica' malta do campo que não ligava a filmes nem a música, nem a tipos como eu. 

Boa noite. E bons sonhos. 

quarta-feira, agosto 20, 2014

metáfora para a vida? nãaaaa

"Maçãs de amor
casamento

Se uma macieira produzir pouco, é sem dúvida porque lhe falta uma variedade para a fecundar. Plante perto dela uma macieira decorativa do tipo 'Everest' (de pequenos frutos amarelos, muito bonitos) e que serve, além disso, para fecundar muitas variedades."


in 1001 Segredos de Jardinagem

terça-feira, agosto 19, 2014

um, dó, li, tá

Como grande fã dos vários filmes incríveis em que Robin Williams participou, o facto dele se ter suicidado não é muito relevante. O importante e o que fica é a memória dos filmes e aquilo que aprendi e senti com esses pedaços de cinema, personagens inesquecíveis e boas histórias.
Ainda assim, sinto curiosidade pelas circunstâncias em que ele morreu. Mas como já se previa, chovem hipóteses, opiniões diversas de pseudo amigos e amigos. Aqui ficam algumas das várias hipóteses que têm surgido:


  •  uma depressão severa
  •  problemas financeiros por ter duas ex-mulheres e muitas despesas que o obrigaram a aceitar papéis que não queria e o regresso à TV
  •  início de Parkinson e depressão 
  • Parkinson tem tendência para piorar as depressões e tomava comprimidos cujos efeitos secundários referidos incluem suicídio
  • o flop e o cancelamento da série de TV em que aceitou participar tiveram um efeito devastador, agravaram a depressão e esse foi o motivo para ter sido internado uns meses antes
  • um dia antes de se suicidar estava a fazer planos para novos projectos e a trabalhar neles, portanto deduz-se que o suicídio foi espontâneo, não terá sido premeditado. 

Teorias. Nem todas podem estar certas mas as verdadeiras razões podem ser um misto de várias. Certo é que, como é habitual, as certezas de ontem não são as certezas de amanhã. Os jornais/tablóides e sites vão dando informação/entretenimento com certezas a mais e vão vendendo dia após dia numa espécie de novela que gostam sempre de alimentar. 

terça-feira, agosto 12, 2014

Oh Captain My Captain

São tantos os momentos e filmes memoráveis que Robin Williams nos deixa. Ele deu tanto a tantas histórias e personagens que me marcaram... Fiquei fã logo com o Bom Dia Vietnam (e lembro-me dele no Popeye!). Era perito na comédia física e desenfreada mas tinha uma solidão e sensibilidade nele muito grande. Foi isso que o tornou um dos grandes no cinema, a capacidade do drama. Dava entrevistas loucas, atirava os foguetes e apanhava as canas sozinho. Era de um talento humorístico natural impressionante, um mestre do improviso. Mas a espaços dava para perceber como usava o humor louco como subterfúgio para esconder o seu 'eu' mais só e complexo.

Nunca o vi como Mork, a personagem da tv americana que o celebrizou por lá. Mas nunca o vou esquecer por filmes tão diversos como...
- Bom Dia, Vietnam!!!
- O Clube dos Poetas Mortos (um filme que mudou a minha vida, e Keating foi o melhor professor que tive)
- Despertares (o médico dos malucos com um coração gigante)
- O Rei Pescador (o maluco de NY com capacidade de nos fazer sonhar)
- Hook (o Peter Pan (im)perfeito)
- Toys - O Fabricante de Sonhos (o homem-criança no seu habitat, uma fábrica de brinquedos) - o filme é fraquinho
- Papá Para Sempre (Mrs. Doubtfire só podia ser interpretada por Williams... O pai que eu quero ser)
- Gente como Nós - até um filme fraquito como este teve bons momentos
- Jumanji
- Jack (Williams criança preso no corpo de um adulto, perfeito para ele)
- O Bom Rebelde (ele e Matt Damon fazem o filme... Psicólogo com sensibilidade e bom senso)
- O Homem Bicentenário
- Câmara Indiscreta
- Insónia
- House of D
- O Melhor Pai do Mundo (quando achamos que Williams já não nos podia surpreender, ele volta a superar-se)

RIP

sexta-feira, agosto 01, 2014

um canto cheio de estrangeiros

Portugal pode estar numa extremidade da Europa, um canto nem sempre valorizado mas as auto-estradas portuguesas enchem-se nesta altura do ano de belgas, suíços e especialmente franceses e espanhóis. Mas mais junto ao Algarve também se vêem muitos carros ingleses e holandeses. Claro que carros suíços e franceses são na grande maioria de portugueses emigrantes. Também tenho reparado em muitos carros alugados. Uns estão identificados como tal (a Goldcar está na moda) e outros nem tanto.




quarta-feira, julho 02, 2014

life

Days when your headphones are your only friends

quinta-feira, junho 19, 2014

regra dos 20 minutos

"Twenty Minutes Rule.
Now, the moment I get home, I force myself to do at least twenty minutes of one of the following — write an article, read a book, practice chess, learn another language with DuoLingo (I try to do this on my phone rather than my laptop to minimize the risk of distraction), practice guitar, meditate, work on a computer programming language, or improve flexibility with stretching. Customize the activities to suit your interests, but this should generally not involve any computers. "

Read more: Quora.com/Lifestyle/What-small-lifestyle-changes-have-the-biggest-impact/