sábado, outubro 18, 2014

bryan volta a «casa»

14 Outubro de 2014. Reportagem/conferência para o jornal Destak. 

Exposição Cascais
Bryan Adams volta a «casa» para mostrar ‘best of’ como fotógrafo

De Mick Jagger até às jovens fadistas lusas, Bryan Adams inaugurou ontem exposição Exposed, em Cascais, com os seus melhores retratos. Estivemos com o cantor de Summer of 69 e ouvimos Bryan falar das memórias de um dos períodos mais importantes da sua vida: «foi em Cascais que me apaixonei pela música».



João Tomé

Bryan Adams voltou a «casa». A expressão é do próprio, para descrever o regresso «com a família» [a companheira e as duas filhas], ainda que por uns dias, a Cascais. A vila onde viveu parte da infância/adolescência recebe agora uma exposição não de música, pela qual o autor de Summer Of 69 é famoso, mas de fotografia, a arte que o cantor-autor abraçou já no início do milénio.

E como é que surgiu a paixão? «Adorava tirar fotografias das tournées, até que comecei a fazer as capas dos meus álbuns e depois a tirar retratos», explicou o cantor em conferência de imprensa, ontem, em Cascais, horas antes da inauguração da exposição Exposed – ficará no Centro Cultural de Cascais até 1 de fevereiro.

O ‘best of’ fotográfico reúne 100 fotografias entre famosos da música, de Mick Jagger a Amy Winehouse, moda (Kate Moss), cinema (Ben Kingsley), desporto (José Mourinho) passando pela nova geração de fadistas portuguesas (num trabalho feito já este ano): Ana Moura, Carminho, Cuca Roseta, Gisela João e Aldina Duarte.

O denominador comum? São a preto e branco e algumas das fadistas revelam outra faceta, entre poses naturais (que incluem risos espontâneos) e mais sensuais, sem roupa. Adams não tem regras na hora de escolher a fotografia certa, o importante é o momento ter algo de especial, seja apenas revelador da pessoa que tem à sua frente ou a tentar mostrar um lado sensual.

Noutra parte da exposição, o autor de Have You Ever Really Loved a Woman expõe algumas fotografias de soldados britânicos feridos na Guerra do Iraque e do Afeganistão, num trabalho duro e tocante que mostra bem os efeitos da guerra intitulado Wounded, The Legacy of War, lançado em livro em 2013.

A ‘música’ começou em Cascais
À pergunta/trocadilho que lhe fizemos, o canadiano sorriu: "Sente-se no céu por estar aqui no local onde passou o Verão de 69 / Do you feel in Heaven now that you're back to the place where you spent the Summer of '69 [em referência às músicas Heaven e Summer of '69]"?

Na resposta, o ‘rocker’ de Run to You – do álbum Reckless, que comemora este ano 30 anos –, contou que vivia em Cascais no verão de 69, então com 9 anos, e que foi nessa altura, em Portugal, que se apaixonou pela música.

«Foi aqui que comecei a ouvir música e a ganhar gosto musical. Adorava ir a uma loja de discos numa ruela no meio da vila», recordou o músico de 18 til I Die que revelou que trouxe a companheira e as duas filhas, de um e três anos, para lhes mostrar a vila onde cresceu.

O músico lembrou ainda o primeiro concerto em Portugal, na Amadora, em 1987 - existiam na conferência de imprensa portugueses que estiveram nesse mini-concerto para jornalistas que antecedeu um no Estádio da Luz -, que foi «feliz em Cascais» já que foi a altura em que a sua família estava mais unida (os pais divorciaram-se pouco depois) e que vai voltar a Portugal para tocar: «em 2015 darei cá um concerto... dos grandes [a propósito dos 30 anos do álbum Reckless, o mesmo onde figuram Run to You e Summer of 69]».

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