sábado, dezembro 08, 2007

the fast road

Terry Jones respira talento interpretativo e narrativo. Jones não se considera um actor, é certo, até porque raramente interpretou textos de outros, mas a verdade é que tanto na voz (versátil) como nas caretas e nos movimentos do corpo, todo ele é um prazer de ver actuar. Nem que seja em algo tão simples, quanto narrar Contos Fantásticos - histórias infantis escritas por ele, mas de alguma forma extremamente interessantes e aliciantes mesmo para todos os adultos que gostam de se sentir inspirados. São histórias simples e fantásticas, repletas de metáforas para situações da vida comum, escritas com um ritmo e timing impressionante. Memorável, mesmo.

Fui ver ontem à noite Contos Fantásticos, no São Luiz, e apesar de ser menos de uma hora de narração muito bem musicada, enche por completo as medidas. A Orquestra Metropolitana de Lisboa, com um divertido convidado especial, o concertino Du Xuan, fazem um belo trabalho (concebido por Luís Tinoco) musical, dando ainda mais emoção e thriller mesmo aos três contos que Terry Jones vai contando: A Estrada Rápida, Três Pingos de Chuva e Tomás e o Dinossauro.
Jones é, provavelmente o Python com a carreira mais versátil e diversificada, de obras académicas sobre Chaucer e a Idade Média, à escrita de contos infantis, de peças de teatro, de filmes. É ainda actor dos seus textos, realizador, encenador, narrador, contador de histórias, you name it! Jorra talento.






PS: No final, quando todos batiam palmas, um homem levantou-se da sua cadeira (não para aplaudir, mas porque lhe apeteceu) e um velhote que estava atrás dele pediu-lhe para se baixar, que não conseguia ver o palco. O homem sentou-se danado e começou a insultar o velhote, dizendo que a peça já tinha terminado e não tinha nada de sentar-se. Entretanto as luzes do teatro acenderam-se e o cretino continuou a insultar veemente o velhote que estava com a mulher. Há pessoas muito cretinas! Se não sabem respeitar os outros, mais vale não sairem de casa.

PS2: À saída do teatro (onde estava o director das PF, Nuno Artur Silva, reparei que estavam edições do Destak Fim de Semana na mesa com material informativo. Ainda bem. Bem apropriado, já que a capa é RAP e Terry Jones. Ontem, ao final da tarde, passei de carro pela Praça de Espanha, estavam a distribuir o jornal Fim de Semana. O distribuidor, esperto, mostrava a capa com RAP e Terry Jones aos automobilistas. Ao verem a capa todos pediam o jornal. Mais curioso foi ver muitos a não ficarem satisfeitos com um exemplar, e pedirem aos distribuidores mais do que um. Dá-me uma certa satisfação pessoal ter visto isto.

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