terça-feira, abril 01, 2014

os duelos dos opostos

Os opostos defrontam-se

Costuma dizer-se: os opostos atraem-se. A lei da física (chamada de Coulomb e que descreve a interacção electrostática entre partículas electricamente carregadas - e esta, hein!) que deu origem ao ditado retrata, neste caso, o duplo duelo com que começam hoje os quartos-de-final da Champions.

Na parte ibérica da Europa
, mais precisamente no maior estádio europeu (capaz de receber 99 mil adeptos), Camp Nou, há embate espanhol (entre madrilenos a catalães). Um Barcelona ainda a ‘bailar’ ao ritmo remoto de Guardiola - agora sob a batuta do argentino Tata ‘tango’ Martino - é conhecido pelo futebol de ataque e pela nota artística. Este Barça enfrenta um At. Madrid conhecido pela força mental e física com que conseguiu chegar à liderança da Liga espanhola actual  (os catalães estão a um ponto), muito graças às danças tribais coordenadas pelo também argentino (mas bem mais experiente nas andanças europeias do que Tata) Diego Simeone.

Fora da Europa continental,
 numa ilha a que dão o nome de Grã-Bretanha, o duelo é anglo-germânico. De um lado estará o pior Man. United das últimas décadas na Liga inglesa – orientado desde Julho por David Moyes – defronta o melhor Bayern Munique de sempre na Bundesliga e principal favorito em revalidar o título na Champions – do catalão Pep Guardiola.
Opostos à parte, o único jogo onde se espera uma tempestade humilhante para uma das equipas é no Teatro dos Sonhos, Old Trafford (Manchester). Os registos do campeão da Champions e da Bundesliga a ‘bailar’ agora ao ‘som’ do tiki-taka de Guardiola têm tudo para esmagar os pobres resultados do campeão inglês (a época passada), com dificuldades para interpretar o novo ‘sapateado’ de David Moyes desde que o veterano maestro Sir Alex Ferguson abandonou a orquestra do United a época passada.

O Bayern de Pep é o grande favorito à vitória final da Champions. As casas de apostas online assim o indicam, ao cotar com praticamente o dobro do favoritismo do segundo mais cotado, o Real Madrid. O Chelsea está atrás de Barça e PSG na lista dos favoritos. O último é o Dortmund, que consegue estar pior neste domínio de cotações do que o próprio Manchester United - a demonstrar que este Dortmund não é o mesmo que eliminou à tangente a época passada o Real Madrid.

Os registos são como o algodão, não costumam mentir. O catalão Pep Guardiola é, provavelmente, o treinador com melhores registos em menos tempo da história. A ajudá-lo tem a melhor geração de sempre do Barça e o Bayern mais demolidor (ainda antes da sua chegada). Ironia das ironias: é preciso recuar cinco anos (num total de 229 jogos, desde 2009) para Guardiola acumular 14 derrotas; já Moyes herdou um United campeão de Inglaterra mas perdeu 13 jogos em 47 disputados só esta época!


Mas esqueçamos Moyes, um escocês com um registo bem razoável ao longo de uma década num Everton, mas que andou sempre longe das luzes do topo do futebol mundial.

Pep Guardiola tem apenas 23 derrotas em toda a carreira e impressionantes 17 títulos. Vejamos:

290 jogos
217 vitórias
50 empates
23 derrotas
17 títulos
3 títulos no Mundial de Clubes
2 Ligas dos Campeões
3 La Liga
1 Bundesliga

Ganhou 14 títulos em 19 possíveis (só perdeu cinco) nos primeiros quatro anos de carreira com uma equipa principal (o Barça). 

A vitória mais volumosa preferida é a mítica 'manita': o 5-0  (19 triunfos!)
Do qual foram vítimas equipas como Sevilha, Real Madrid (o primeiro clássico de Mourinho pelos madrilenos), Villarreal, Atlético de Madrid, Basileia, o Panathinaikos ou o BATE Borisov. 
O Barça de Pep goleou por 5-0 em 15 jogos e o Bayern de Pep conseguiu o 5-0 esta época em quatro = 19 jogos em 290.
Com o Bayern em 2013/14 existem ainda três goleadas por 4-0; quatro por 3-0; uma 7-0; uma por 5-1; uma 6-1

Aliás, o 4-0 é outra predilecção. Só em 2011/12, época em que o Real Madrid de Mourinho 'roubou' a primeira La Liga a Guardiola (à segunda tentativa) o Barça ganhou nove jogos por 4-0 e cinco por 5-0, contando-se pelo meio goleadas por 7-0, 8-0 e 9-0. Ainda assim perdeu a La Liga para o Real Madrid, não conseguiu vencer (como até ali) o rival na maioria dos jogos, foi eliminado por um Chelsea ultra sortudo nas meias-finais da Champions. E Guardiola saiu, conquistando 'apenas' o Mundial de Clubes, a Supertaça Europeia, a Supertaça e a Taça do Rei.


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