segunda-feira, maio 26, 2008

passos coelho, o perfil

Pedro Passos Coelho O novo velho
por Joana Ferreira da Costa, Público
Está na política desde os 13 anos. Fez carreira na JSD, foi deputado e vice--presidente do PSD. Só começou a trabalhar a tempo inteiro fora do partido quase aos 40 anos. Frontal e muito senhor do seu nariz, Passos Coelho é também barítono e até fez audições para o musical de Filipe La Féria
Parece que Pedro Passos Coelho passou ao lado de uma carreira artística. "Podia ser um grande cantor em qualquer parte. É um talento para a música." Maria Cristina de Castro, que chegou a cantar com Maria Callas e é uma referência no ensino do canto, continua a dar aulas ao candidato à liderança do PSD. "É um melómano. Adora música. Tem uma voz esplêndida", diz a professora, para quem o aluno é "um grande amigo".

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Aos 43 anos, é um Pedro Passos mais maduro e de gravata à Sócrates, monocolor entre o cinzento e o azul, que se apresenta nos slogans de candidatura a presidente do PSD. A culpa pode ser de Miguel Relvas, que lhe passou a escolher as gravatas desde o dia em que o candidato se preparava para aparecer na televisão com uma gravata às riscas, infringindo uma das mais básicas regras do pequeno ecrã. Apesar disso, Passos é hábil a lidar com jornalistas. Tem à-vontade, sabe fugir às perguntas e insistir na mensagem que quer transmitir. Também ouve com atenção os seus reparos. Um dia uma jornalista queixou-se de que nas suas respostas o candidato falava muito. A partir daí passou a ser mais conciso e a responder em frases curtas, conta um repórter que tem acompanhado a sua campanha.
Carismático, tem capacidade para atrair pessoas. Sobretudo jovens. Reconheceu que já fumou um charro, que inalou, mas não gostou. É favorável à liberalização das drogas como forma de combater o tráfico. Já quanto ao aborto, votou "não" no primeiro referendo por considerar que as excepções previstas na lei eram suficientes. No segundo votou "sim", porque o Estado se mantinha demissionário do planeamento familiar e educação sexual nas escolas.
Tem o discurso mais liberal da campanha. Quer um Estado muito menos interventivo e concorrente dos privados na maioria das áreas. Uma economia dinâmica, com maior investimento estrangeiro e incentivos às pequenas e médias empresas. Defende a redução de impostos indirectos e do IRC ao longo de uma legislatura, bem como da despesa pública.
As propostas passam por uma clara demarcação ideológica dos outros candidatos. Relvas vai mais longe: "Há uma ideia de consolidação. Um discurso com espessura ideológica. Ganhe ou não ganhe, está a forçar a determinação de um conteúdo programático.
"Uma vida no partidoApesar do discurso próprio, a imagem do jovem magro, de camisa e irreverente dos tempos da JSD ficou para trás. Passos é hoje candidato à liderança do maior partido da oposição, mas também à chefia do Executivo, contra figuras de peso como a ex-ministra das Finanças e da Educação, Manuela Ferreira Leite, ou o actual líder da bancada parlamentar laranja Pedro Santana Lopes.

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