"Críticas que me fazem não têm valor para mim"
"Percebo a diferença entre um disco que vende dois exemplares e um que vende dez mil", diz Vítor Raínho, que hoje assume a direcção interina do 'Blitz' - in DN
Vai assumir funções de um jornal de cultura jovem, onde a música é 'rainha e senhora'. Qual é a mais valia que leva para esta publicação?
Espero trazer um alargar de campos. O público que lê o Blitz hoje, no grosso, não é seguramente o mesmo de há 20 anos. Portanto, vamos tentar manter os que vêm de trás, e que são fiéis leitores, e alargar aos novos leitores, marcando as novas tendências, as tecnologias - relacionadas com a música - mp3, sms.
Porque é que está nomeado interinamente durante 6 meses? É uma espécie de estágio?
Não, porque não estarei seguramente mais do que até ao final do ano. O objectivo é renovar o projecto para depois outra pessoa tomar conta da nova face do Blitz e esperar que administração decida o que vai fazer ao jornal. Há várias propostas em cima da mesa passar a mensal, ter uma maior ligação com os canais temáticos da SIC. O meu papel é dar um novo impulso ao Blitz para mantermos uma marca importante na cultura musical.
Como é que vai concorrer com os suplementos de música do Público e do DN?
Eu não tenho a filosofia da concorrência, em relação a estes projectos. Acho que o problema destes produtos é que quem os faz, fá-los muito para si e para o seu leque de amigos. Andam a reboque das editoras. Se se perceber o que é que o público mais jovem gosta e o que quer, consegue-se fazer um jornal, independentemente dos interesses das editoras.
Há uma intenção de recuperar aquilo que o Blitz foi nos anos 80?
Exactamente. Há cada vez mais bandas que têm sucesso. O mercado está cheio de novidades, é preciso é estarmos atentos. Mas não nos vamos fechar na música portuguesa. Esperamos que isto seja um retrato daquilo que se passa a nível mundial. Não nos podemos é esquecer que publicamos um jornal em Portugal.
Quer uma publicação mais comercial?
Não. Pretende-se é que o Blitz seja um produto lido e comprado pelos leitores, que tenha viabilidade económica, sem desvirtuar os seus princípios. A opinião, as criticas a discos e a concertos mantêm-se, mas agora vamos alargar a outras matérias. Não deve haver temas tabus.
Onde fica o 'elitismo' e especificidade do Blitz?
Não queremos perder os mais elitistas, mas queremos abrir a mais público. É um pouco multiplace. Pretende-se que as pessoas optem pelo que querem ler. Os leitores não se identificam com o jornal do princípio ao fim. Tem que ter vários andamentos.
O Blitz é um jornal com muitos leitores por exemplar. Vai combater isso?
Não. O que pretendemos é passar de seis mil para 15 mil exemplares vendidos.
ver entrevista completa in DN
segunda-feira, junho 27, 2005
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