segunda-feira, abril 18, 2005

exército dá trabalho



Exército alicia jovens com garantia de bom emprego
"Procuramos jovens dinâmicos, com espírito de aventura e que pretendam uma experiência profissional diferente. Oferecemos: remuneração compatível com o posto e função, apoio social e ainda um conjunto de incentivos capazes de assegurarem futuro profissional." É com publicidades como esta que o Exército português procura atrair jovens entre os 18 e os 24 anos para as suas fileiras e preencher os seus quadros, após o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO) em Novembro do ano passado.

Ao longo de 2005 serão realizadas mais de mil actividades de promoção da carreira militar como uma profissão de futuro. É a luta pelo recrutamento de praças e a mensagem para os jovens é que vejam a tropa como "um emprego seguro e com condições apetecíveis".
Os alvos poderão ser confrontados com a oferta militar em diversos locais escolas, certames de emprego, feiras regionais (em especial nos distritos do interior), publicidade na comunicação social e até acções em centros comerciais e, no Verão, nas praias. O Exército assume-se com uma fonte de emprego e afiança que tem obtido receptividade, ancorada na crise que deixa muitos jovens sem mercado de trabalho. Para muitos, a carreira militar é uma porta para fugir ao desemprego.

Com uma banca atractiva, com projecção de imagens e informação tratada como marketing, dois sargentos passaram cinco dias no Shopping Bom Sucesso, em pleno centro do Porto. A zona comercial onde o Exército se instalou não era a melhor. Junto ao supermercado, a maioria das pessoas que passavam eram mulheres e homens com idade fora dos requisitos. Tal não significa tempo perdido.
São os pais ou familiares mais velhos que se interessam e pedem informações. Maria Marques, 50 anos, portuense, foi uma das interessadas. "Vi isto e pensei que pode ser uma oportunidade de emprego. Tenho uma amiga com dois filhos, ambos com formação superior, desempregados. Não conseguem nada e resolvi levar estes folhetos. Pode ser uma saída profissional. Pelo menos, por agora", disse ao DN.

Esta explicação é a mais comum entre os interessados. Existem duas vias de recrutamento um ano em regime de voluntariado, ou seis anos em regime de contrato, com cada escalão a ter duração de dois anos. A remuneração oferecida a um soldado é de 582, 90 euros, após ter efectuado as cinco semanas de instrução básica, em que recebe 176,21 euros, e a instrução na especialidade.
(...)
Para tal, a política de recursos humanos foi alterada, porque agora "o Exército tem de ir ao mercado de trabalho concorrendo com o mundo empresarial". Mas o benefício com a crise de emprego não é assumido. "Essa é uma forma enviesada de ver as coisas. As condições de mercado são as existentes. Se mudarem, vamos ver o que acontece", responde o oficial.

Entre os militares, prefere-se sublinhar que "as condições são apetecíveis". Muitos jovens alimentam o desejo de integrar uma missão no estrangeiro (aliciados por mais altos vencimentos), a segurança no posto de trabalho, o ordenado "certo, sem falhas", a hipótese de completar os estudos e a possibilidade de integrar as forças de segurança. Hoje a GNR tem o Exército como exclusiva fonte de ingresso. Curiosamente, para os novos praças o quadro do Exército só reserva uma quota de 30 por cento. --- in DN

Sem comentários: