segunda-feira, abril 18, 2005
einstein morreu há 50 anos
[Einstein passou de uma aluno fraco para um ícone mundial da inteligência. Era um homem descontraído e que talvez esteja por trás do estereotipo do cientista com o penteado amalucado e muita excentricidade. Aliás a sua foto com a língua de fora, que por ser demasiado estereotipada não incluo aqui percorreu o mundo, inclusivé as salas de aulas - semelhante ao ícone de Che.]
Cérebro de Einstein apanhado numa estranha odisseia
Quando morreu, na madrugada de 18 de Abril de 1955, faz hoje 50 anos, Albert Einstein personificava a genialidade. Por isso, o patologista responsável pela autópsia, no Hospital de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos, onde o físico morreu, decidiu retirar o cérebro sem ter autorização da família. Fotografou-o inteiro e depois cortou-o em 240 pedaços, que guardou durante mais de 40 anos, como uma relíquia, em dois frascos de vidro com formol.
Na última década de vida, Einstein não estava bem de saúde. Sentia dores muito fortes no abdómen. “Estas crises duravam geralmente dois dias, acompanhadas de vómitos e reapareciam decorridos poucos meses”, relata o físico Abraham Pais, no livro Subtil é Senhor — Vida e Pensamento de Albert Einstein (Gradiva).
Após dores graves, em 1948, foi internado no Hospital Judaico de Brooklyn, em Nova Iorque, e foi-lhe diagnosticado um aneurisma na aorta abdominal (uma espécie de saco na parede externa da artéria que podia ser fatal se rebentasse). Einstein não ligou muito. “Que rebente”, disse, segundo relata o livro Possessing Genius: The Bizzarre Odyssey of Einstein’s Brain, da jornalista canadiana Carolyn Abraham.
Por volta de 1951, o aneurisma estava a crescer. “Todos os que o rodeávamos sabíamos que a espada de Dâmocles pendia sobre nós. Ele também o sabia, e esperava-a, calmo e sorridente”, disse Helen Dukas, secretária de Einstein desde 1928, numa carta a Abraham Pais. A 13 de Abril de 1955, sofreu um colapso. Ainda recuperou um pouco, mas no dia 16 o seu estado agravou-se e foi internado. Resistiu a fazer uma operação: “Quero partir quando quiser. É de mau gosto prolongar a vida artificialmente; já dei o meu
contributo, é tempo de partir. Fá-lo-ei elegantemente.” A última pessoa a vê-lo vivo foi uma enfermeira. Como estava a respirar de maneira diferente, levantou-lhe a cabeceira da cama. Ouviu-o dizer qualquer coisa. Era em alemão, não percebeu. Einstein tinha 76 anos. Morreu de um problema que podia ter evitado. Gostava de comidas gordas, culpadas pela acumulação de colesterol, que por sua vez contribui para a formação de aneurismas. --- in Público (por Teresa Firmino)
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