sábado, janeiro 22, 2005

Homenagem a Bordalo Pinheiro


[Já agora deixo o conselho para visitarem a Fábrica de Faianças Bordallo Pinheiro, nas bonitas Caldas da Rainha e verem outras coisas interessantes para além dos manguitos.]

Tributo ao caricaturista, pintor e escultor português no Museu da Imprensa
O Museu Nacional da Imprensa inaugura sexta-feira, no Porto, a exposição "Bordallo Pinheiro: um génio sem fronteiras" para homenagear o caricaturista, pintor e escultor português no âmbito do centenário da sua morte.

Em declarações à agência Lusa, o director do museu destaca em Bordalo Pinheiro a "permanente actualidade do seu humor", considerando que as caricaturas do criador do "Zé Povinho" se encaixam nos dias de hoje.
A mostra, exposta até Maio, que visa sublinhar "a sua genialidade fixada em múltiplos jornais e livros, em Portugal e no estrangeiro", é composta por originais e dezenas de publicações periódicas, das quais Rafael Bordalo Pinheiro foi fundador ou colaborador.
Para assinalar a "actualidade" do humor de Bordalo Pinheiro, o museu fará, nesta mostra, uma referência especial à forma como o caricaturista viu as eleições.
"É possível ver que o que era criticado há mais de 100 anos é o mesmo de hoje", considerou Luís Humberto Marcos, acrescentando que Bordalo Pinheiro já mostrava a desconfiança nos políticos e as promessas que eles faziam e, depois, não cumpriam. "Foi capaz de mostrar como os políticos voltavam a cara quando acabavam as eleições", disse.

Considerando Bordalo Pinheiro como uma "das pessoas mais críticas e frontais da história do jornalismo", Luís Humberto Marcos afirmou ser intenção do museu fixar o nome do artista na futura galeria internacional da caricatura projectada para este ano.

A vida do criador de “Zé Povinho”
Rafael Bordalo Pinheiro nasceu a 21 de Março de 1846, em Lisboa, e morreu a 23 de Janeiro de 1905, também na capital.
Começou o estudo do desenho com o pai, mas depois trocou o pincel pelo lápis, tornando-se caricaturista e rivalizando com a maior parte dos estrangeiros.
O seu primeiro grande sucesso foi com a "Lanterna Mágica", a que pertenciam Guerra Junqueiro, Guilherme de Azevedo e Lino de Andrade, onde surgiu o "Zé Povinho", em Junho de 1875.

Bordalo experimentou também o barro, tendo tido um primeiro contacto com o material nas oficinas Gomes de Avelar e ao qual dedicou 21 anos de trabalho na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.

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