Luís Castro
Jornalista da RTP
O livro Curtas Letragens, lançado esta semana, foi escrito por 53 jornalistas e coordenado por Eduardo Águaboa e Luís Castro (que também escreveu um conto sobre uma família suícida iraquiana). Para além de pretender consciencializar a sociedade para os problemas das crianças, os lucros também revertem para a associação protectora de crianças, Florinhas de Rua.
João Tomé [publicado no jornal Destak, edição 147, 20 Novembro 2004]
Como surgiu a iniciativa de fazer o livro Curtas Letragens?
Foi uma ideia do Eduardo Saraiva, que me ligou a sugerir que juntássemos os nossos amigos da comunicação social para poder ajudar associações protectoras de crianças. Foi uma ideia que me agradou muito e que aceitei de pronto. Tinha regressado do Iraque há muito pouco tempo e estava mais sensível ao sofrimento das crianças, porque vi lá situações muito complicadas. Depois a iniciativa decorreu com alguma facilidade, pensámos que fosse mais difícil conseguir a colaboração de muitos jornalistas mas conseguimos os 53 e neste momento preparamos um segundo livro com ainda mais jornalistas.
Como encara a saída de José Rodrigues dos Santos da direcção de informação da RTP? Que clima se vive na redacção?
Acho que estas coisas agitam-se mais fora da redacção do que dentro. Decorreu tudo de forma tranquila e pacífica, o José [Rodrigues dos Santos] e a Judite [de Sousa] são excelentes pessoas, grandes amigos meus, e excelentes profissionais, fundamentais à RTP mas acaba por ser um ciclo que terminou, o que não quer dizer que as coisas mudem muito. O José Alberto [Carvalho] também é fantástico, uma alternativa credível e é um homem da casa, que apenas teve uma passagem pela SIC. Os três são as pessoas mais bem vistas na redacção.
Que impacto poderá ter a saída de Collin Powell da administração Bush, considerando que era um dos mais moderados?
Isso significa que vence o lobby duro dos falcões, que está instalado na Casa Branca e que está interessado no petróleo. Colin Powell teve atitudes brandas para com o lobby que existia e acabou por sair, fosse porque quis ou porque o pressionaram. A política americana vai manter o mesmo rumo do qual eu sofri na pele as consequências quando fui preso, agredido e humilhado em serviço pela RTP no Iraque porque diziam que eu era um espião. Havia dois tipos de soldados americanos que encontrei no Iraque, aqueles que só pensam em matar e em guerra (não têm cérebro, nem coração) e outros se questionavam sobre a pertinência daquela guerra.
domingo, novembro 21, 2004
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