[Inquérito a Fernando Rocha a propósito da sua participação no filme Balas & Bolinhos: O Regresso (ver neste blog info), inclui ainda uma pergunta de actualidade. Atrás da figura conhecida do Levanta-te e Ri, está um homem calmo, inteligente, pouco asneirento (ao telefone) e com ideais.]
João Tomé
Como é que surge a sua participação e como foi a experiência no projecto Balas e Bolinhos: o regresso? É um filme que Portugal estava a precisar?
Surge com o convite do Luís Ismael, que é o realizador. Ele pediu-me para ter uma curta participação e dizia que a personagem encaixava em mim. Aceitei e, apesar de aparecer apenas quatro minutos, adorei a experiência. O ambiente no cinema é muito familiar e não é tão stressante como televisão em directo. Eu costumo dizer que é para se ir fazendo, porque para gravar dez minutos estamos ali dez horas ou mais. Além disso este filme é importante porque utiliza palavrões como no Levanta-te e Ri e isso vai abrir precedentes no cinema. Passa a haver espaço para coisas menos conservadoras.
Quem pensa que constitui o seu público? Quais os portugueses que o inspiram quando escreve anedotas?
O meu público é mais a classe média e baixa, mas também há muita gente da classe alta que gosta. Os portugueses que permitem mais anedotas são mesmo os da Assembleia da República e os governantes. Mas nós somos em geral um povo que risca o sétimo pecado, assim como risca o sete: estamos sempre a cobiçar a mulher do próximo. É só olhar à minha volta o que não falta é homens que cobiçam constantemente a mulher do próximo. Por isso criei o Tone que só pensa em sexo. Depois também criei o Tibúrcio que é um emigrante africana e ainda, por exemplo, a Rosa Peixeira, que retrara as peixeiras mais barulhentas do nosso país.
Qual a sua opinião sobre as corridas de Street Racing? O que está mal e como poderia estar melhor?
Quem está a governar é que tem a culpa, porque os Street Racers gostam de fazer corridas (coisa que nem gosto muito), então o mais lógico é meterem-nos num autódromo, com ambulâncias preparadas, onde não podem magoar ninguém, a não ser eles próprios. Só que não os deixam alugar autódromos cá. Tenho amigos que gostam disso e já tentaram várias vezes alugar, mas dizem que por lei não é possível, por isso vão para a rua incomodar as pessoas que andam descansadas na estrada. Isso é como quererem que não se fume nos aeroportos e depois não se criar salas para fumadores. Tem de haver condições para que quem gosta de Street Racing o faça em locais próprios.
trabalho publicado no jornal Destak, edição 140
João Tomé
Como é que surge a sua participação e como foi a experiência no projecto Balas e Bolinhos: o regresso? É um filme que Portugal estava a precisar?
Surge com o convite do Luís Ismael, que é o realizador. Ele pediu-me para ter uma curta participação e dizia que a personagem encaixava em mim. Aceitei e, apesar de aparecer apenas quatro minutos, adorei a experiência. O ambiente no cinema é muito familiar e não é tão stressante como televisão em directo. Eu costumo dizer que é para se ir fazendo, porque para gravar dez minutos estamos ali dez horas ou mais. Além disso este filme é importante porque utiliza palavrões como no Levanta-te e Ri e isso vai abrir precedentes no cinema. Passa a haver espaço para coisas menos conservadoras.
Quem pensa que constitui o seu público? Quais os portugueses que o inspiram quando escreve anedotas?
O meu público é mais a classe média e baixa, mas também há muita gente da classe alta que gosta. Os portugueses que permitem mais anedotas são mesmo os da Assembleia da República e os governantes. Mas nós somos em geral um povo que risca o sétimo pecado, assim como risca o sete: estamos sempre a cobiçar a mulher do próximo. É só olhar à minha volta o que não falta é homens que cobiçam constantemente a mulher do próximo. Por isso criei o Tone que só pensa em sexo. Depois também criei o Tibúrcio que é um emigrante africana e ainda, por exemplo, a Rosa Peixeira, que retrara as peixeiras mais barulhentas do nosso país.
Qual a sua opinião sobre as corridas de Street Racing? O que está mal e como poderia estar melhor?
Quem está a governar é que tem a culpa, porque os Street Racers gostam de fazer corridas (coisa que nem gosto muito), então o mais lógico é meterem-nos num autódromo, com ambulâncias preparadas, onde não podem magoar ninguém, a não ser eles próprios. Só que não os deixam alugar autódromos cá. Tenho amigos que gostam disso e já tentaram várias vezes alugar, mas dizem que por lei não é possível, por isso vão para a rua incomodar as pessoas que andam descansadas na estrada. Isso é como quererem que não se fume nos aeroportos e depois não se criar salas para fumadores. Tem de haver condições para que quem gosta de Street Racing o faça em locais próprios.
trabalho publicado no jornal Destak, edição 140
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