terça-feira, setembro 14, 2004

Nuno Markl


Ele é cómico e simpático. Gosta de cinema e de bonecos. Esta são algumas questões actuais a que Nuno Markl responde no passado fim de semana. Será que ele vai para a TSF?

Por João Tomé

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«O Homem que Mordeu o Cão» tornou-se um programa de culto. Custou-lhe muito esta decisão de terminar a versão radiofónica?
Custou e não custou. Custou-me pelos ouvintes, pelo entusiasmo que muita gente continua a ter pela versão rádio do «Homem Que Mordeu o Cão». Calculei que, ao decidir acabar com o programa, fosse entristecer muitos ouvintes. Por outro lado, abomino a estagnação e sentia uma certa vontade de fazer outras coisas em rádio. Não me apetecia estar a contar notícias bizarras até à idade da reforma! O facto do Pedro Ribeiro ter sido convidado e ter aceite o convite para fazer as manhãs do Rádio Clube Português acabou por ser uma pedra de toque para eu perceber que estava aqui uma bela oportunidade de fechar um ciclo da minha carreira radiofónica e da minha vida e começar algo completamente diferente.

Que projectos tem para substituir o programa?
Foram-me feitas propostas de trabalho noutras rádios e agora é a fase da reflexão. Voltarei à rádio, numa outra rádio, num futuro próximo. Não irei basear uma nova rubrica que faça na pesquisa de notícias bizarras, isso posso garantir! Neste momento sinto-me muito mais virado para fazer na rádio uma espécie de prolongamento do que faço, em formato cartoon, no meu cantinho do suplemento Inimigo Público, do jornal Público: reflexões cómicas sobre os pormenores desconcertantes da vida, algo com que as pessoas que me ouvem se identifiquem, o que por vezes não acontecia quando, nas manhãs da Best Rock, eu falava do homem do Burkina Faso que bateu o recorde de ingestão de pregos. Essas histórias vou continuar a explorá-las com mais detalhe na versão TV do Homem Que Mordeu o Cão, na TVI. Sinto que a rádio pede algo de mais intimista e pessoal.

Qual a situação da sociedade portuguesa actual que lhe provoca mais riso, ou que é mais cómica?
A vantagem de se viver num país como Portugal é também a sua maior desvantagem: isto é um caos, um antro de corrupção, de incompetência, de burocracia - mas a verdade é que se fosse um país perfeito e civilizado, não havia tanta inspiração para uma pessoa que vive de escrever humor. Há várias situações, todos os dias, ao virar de tantas e tantas esquinas. Nem é preciso estar com um nível especial de atenção!

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