quarta-feira, setembro 01, 2004
Abortos pouco seguros matam 70 mil mulheres por ano
O referendo em Portugal deu a vitória ao não à despenalização do aborto até determinadas semanas, será que estaria na altura de novo referendo? Qual seria o resultado?
Cerca de 70 mil mulheres, a maior parte asiáticas, morrem de abortos com falta de condições por ano. Isto apesar dos supostos esforços de vários governos anunciados há uma década para fazer prevalecer os direitos humanos e saúde reprodutiva, indicaram hoje investigadores em Londres.
Já em Portugal são praticados, pelo menos, 20 mil abortos ilegais, visto que no país essa prática foi rejeitada num referendo há poucos anos, por ano. Das complicações que resultam desses abortos ilegais, que são potenciadas pela própria ilegalidade do acto, todos os anos são cerca de 5 mil mulheres atendidas em hospitais. Nos últimos 20 anos, de que exista registo, morreram cerca de 100 mulheres por complicações do aborto (dados do Ministério da Saúde).
O relatório que foi apresentado hoje numa reunião de três dias para demonstrar progressos desde a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, em 1994 no Cairo, chega à conclusão que apenas pequenos ganhos foram feitos para prevenir mortes maternas durante os abortos.
"Abortos inseguros coloca uma ameaça há saúde e vidas das mulheres de todo o mundo, não é só na Ásia", explicou Elizabeth Maguire, presidente do grupo IPAS, que trabalha para proteger as mulheres de abortos sem condições.
Os abortos sem condições de saúde foi um assunto reconhecido como uma preocupação prioritária da saúde pública na conferência do Cairo de 1994, em que 179 membros das Nações Unidas definiram objectivos para melhorar a saúde reprodutiva feminina, educação, direitos e para aumentar os serviços de planificação familiar para reduzir abortos inseguros até 2015.
João Tomé, com Reuters
informação sobre factos do aborto, aqui
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saúde
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