terça-feira, agosto 10, 2004
Chuva de pedaços de cometa esta semana
[Uma linda chuva de pequenos grãos que já viajaram por grande parte do sistema solar, algo que nada humano ou construido por humanos conseguiu ainda fazer. Há alguns milénios ver este brilho no céu era considerado algo divino, alguma resposta ou intenção dos deuses (dependendo das épocas) que alguns homens faziam de acordo com os seus desejos ou pretensões. Hoje, é apenas um simbolo de que o universo está repleto de coisas que não controlamos e só podemos mesmo observar e sentirmo-nos no que somos, uma gota num oceano. Deus? Já não são assim tantos que vêem neste tipo de fenómenos algo divino, algo motivado por deus. Talvez... ainda bem.]
Perseidas mais visíveis entre quarta e quinta-feira
Viajam a cerca de 60 quilómetros por segundo e entram na atmosfera terrestre como pequenos grãos que rasgam o céu com um brilho que espanta astrónomos e curiosos. São rastos deixados pelo percurso de um cometa que se cruza pela rota da Terra. Conhecidas como Perseidas, surgem numa chuva que fascina e deslumbra pela intensidade de luz que ilumina o céu de Agosto. Começam a cair esta noite e atingem o ponto máximo na próxima quarta e quinta-feira.
Os astrónomos e curiosos têm esta semana na agenda um rasto luminoso a seguir. Durante os próximos dias caem do céu pequenos grãos de poeira que despertam o fascínio dos amantes das estrelas.
Todos os anos, entre 25 de Julho e 18 de Agosto, os observadores têm a oportunidade de acompanharem a chuva de Perseidas. O fenómeno acontece quando a Terra atravessa a órbita do cometa 109P/Swift Tuttle.
O cometa aparece a cada 130 anos. Vem de uma região fora da órbita de Plutão, cruza-se com a Terra e volta a desaparecer. Passado mais de um século volta a fazer a devida visita. Pelo caminho deixa um rasto de detritos. Uma poeira libertada pelo núcleo do cometa. Trata-se de gelo que se evapora à medida que o Swift Tuttle se aproxima do Sol.
A marca do cometa fica como uma nuvem de detritos. É por essa mancha de poeira que a Terra passa todos os anos. E este mês haverá um espectáculo em duas partes. É que o nosso planeta vai cruzar o rasto de duas “viagens” do Swift Tuttle: a de 1862 e a de 1992. As observações são assim repartidas entre as noites de 11 e 12 de Agosto.
Boas condições para um bom espectáculo
Para observar este espectáculo não são necessários instrumentos especiais, tais como binóculos ou telescópios. Basta apenas escolher o lugar certo, isolado e com pouco luz. Para uma boa observação o melhor mesmo é sair das grandes cidades, onde a poluição luminosa é bastante elevada, e encontrar um espaço onde se possa ter uma visão amplitude do céu.
Os meteoritos vão cair na terra a uma média de 200 por hora a 11 de Agosto, e de 60, no dia seguinte. Os astrónomos garantem: alguns destes pequenos grãos vão proporcionar um grande espectáculo de luz. Cada um desintegra-se na atmosfera, antes de atingir a superfície. A chuva irá atingir todo o céu e os rastos que cada meteorito deixa parece apontar para a constelação de Perseus (é daí que vem o nome de Perseidas).
Os astrónomos dizem ainda que estão reunidas todas as condições para um bom espectáculo. A Lua vai aparecer tímida, em quarto minguante e a meio da noite. Só as nuvens que surgem fora de Verão podem estragar a observação de quem espera uma chuva de nada molhada e com tudo de celestial.
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