Em Janeiro, George W. Bush anunciou a intenção de os EUA voltarem a pôr astronautas na Lua, em 2015
Público - Teresa Firmino
Terça-feira, 20 de Julho de 2004
Faz hoje 35 anos que o homem pisou a Lua pela primeira vez. A façanha pertenceu a Neil Armstrong e Edwin Buzz Aldrin, que, após terem pousado com o módulo lunar Eagle no Mar da Tranquilidade, foram os primeiros humanos a aventurar-se pela superfície de outro corpo celeste. Cumpria-se assim a promessa que o Presidente John F. Kennedy fez em Maio de 1961, no contexto da guerra fria, pouco depois de saber que a União Soviética tinha posto o primeiro homem em órbita terrestre, Iuri Gagarin: os EUA iriam pôr um homem na Lua antes do fim da década de 60. Isto apesar de então a experiência norte-americana de voo tripulado se resumir a 15 minutos.
Da missão que pôs um homem na Lua, a Apolo 11, perdurou para sempre na memória colectiva a primeira pegada de Armstrong na poeira lunar acinzentada. Foi um acontecimento visto na televisão, em directo, por 700 milhões de pessoas em todo o mundo.
Aquela pegada ficou lá para a eternidade, já que a Lua não tem atmosfera e por isso não tem vento ou chuva. A bandeira das riscas e das estrelas a esvoaçar, embora à força, é outra das memórias. À falta de vento, houve que fingir que esvoaçava com um suporte, mas o pau da bandeira - cosida por uma portuguesa, Maria Isilda Ribeiro, na fábrica de bandeiras Annin, em New Jersey, onde trabalhava - não se conseguiu enterrar no solo. Acabou por tombar quando o Eagle abandonou a Lua ao encontro do módulo de comando e de serviço Columbia, onde ficou, em órbita lunar, o astronauta Michael Collins.
As primeiras palavras na Lua de Armstrong, o comandante da missão, depois de ter descido as nove escadas do Eagle, são outra memória. "É um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade."
Aldrin lançou palavras pertinentes quando descia do Eagle e ia ter com Armstrong, embora não tão famosas. "Agora vou fechar parcialmente a escotilha; quero ter a certeza de que não ficamos trancados do lado de fora." "Ora aí está uma boa ideia!", disse-lhe Armstrong.
Nos EUA chegou a haver apostas sobre quais seriam as primeiras palavras de Armstrong. Havia quem garantisse que rezaria um Pai-Nosso, outros avançavam hipóteses mais pragmáticas: "Não está cá ninguém"; "E agora?"; "Onde é que vou espetar esta bandeira?" Nas 21 horas que ficaram na Lua, Armstrong e Aldrin recolheram 24 quilos de rochas.
Depois do regresso à Terra, foram recebidos como heróis. Os EUA acabavam de ganhar a corrida à Lua aos soviéticos, que também tinham planos secretos para ir ao satélite da Terra, mas a guerra fria ainda prolongaria a corrida no espaço, em vez da colaboração, pelas duas potências mundiais. Era preciso rentabilizar o feito norte-americano, e Armstrong, Aldrin e Collins cumpriram um esgotante périplo pelo mundo: em 38 dias visitaram 23 países.
in Público
terça-feira, julho 20, 2004
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