segunda-feira, março 27, 2006

entrevista a mega ferreira

Mega quer hotel de luxo e programação de qualidade
Porque aceitou este convite? Foi um "pedido de socorro" do Governo PS?

Não atendo pedidos de socorro, não tenho vocação para bombeiro nem para político de carreira. Não aceitei ser ministro nem deputado... Sou de projectos. Gosto de pegar em coisas, imaginar, conceber e realizar. Quando a ministra me convidou só perguntei se tinha "carta branca para concluir o projecto CCB", construir os módulos 4 e 5. Ela respondeu "com certeza", e aceitei.

E as condições financeiras?
Já se consegue construir sem investir. E podemos, pelos estatutos, fazer uma concessão até 75 anos. Isso tem valor. Justifica que o concessionário invista na construção.

Porque é que essa foi a exigência número um?
Porque o projecto foi muito bem pensado, nas vertentes arquitectónica, urbana e financeira. Os módulos 4 e 5 devem gerar receitas para auxiliar o CCB a cumprir a missão: cultura da mais alta qualidade para o maior número de pessoas. São 17 mil metros quadrados de terreno. Porque está o terreno baldio nesta zona?

O que tem até agora?
Os primeiros passos. Estamos a reunir com uma entidade financeira e advogados. Há a ideia de um projecto que se financia a si próprio. Projectando no tempo o valor comercial da exploração encontra-se um valor. E deduz-se o valor da construção.

Senão, perderiam os terrenos.
Essa é uma das questões legais. Já há uma litigância sobre os terrenos porque foram expropriados para a construção desses módulos, mas nunca foi estabelecido um prazo.

A ideia é manter as funções originais? Hotel e centro comercial?
No módulo 4 um hotel que só pode ser de luxo, tipo seis estrelas. Não faz sentido outra coisa. E no módulo 5 uma área comercial altamente qualificada. Não é centro comercial. O [arquitecto] Manuel Salgado disse não acreditar, mas lembrei-lhe que trabalhámos na Expo!

E o CCB, entretanto?
Até lá, a situação financeira é equilibrada. O orçamento é o que é. As contas de 2005 foram encerradas com um prejuízo de 124 mil euros (25 mil contos). Não é prejuízo nenhum em 3 milhões de contos! E em 2006 temos oito milhões de euros do Estado e oito de receitas. Já é excepcional para um equipamento cultural em Portugal. Não chega para fazer mais coisas. Mas nós temos que ir à procura do dinheiro na rua. Para a Festa da Música fui ter com o presidente da Câmara de Lisboa. Não esperei que viesse ter comigo.
mais in DN

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