Lembro-me bem do meu fascínio avassalador pela saga Star Wars - na
altura ainda Guerra das Estrelas - assim que vi a saga, algures para o
fim da década de 80. Vi em VHS os três episódios. Era puto para ter os
meus sete anos. Lembro-me do velho sofá de família me acolher naqueles
minutos a ver magia no pequeno ecrã. Acho que nunca me tinha sentido tão
próximo do espaço e de um mundo capaz de ir tão longe quanto a minha
imaginação. Lembro-me de pensar: "Como é que a existência de um filme
assim não passa nas notícias. Isto é genial. Devia ser obrigatório ver
este filme". Lembro-me de sentir que era uma descoberta incrível aquela
que eu tinha feito ao ver o filme e de serem poucas pessoas que o
valorizavam como eu. Mas sempre que encontrava outro apaixonado ficava
eufórico. Como se de uma religião se tratasse, tentava convencer os meus
pais e colegas da Primária do Bairro da Ponte a embarcarem numa
história intergaláctica distante no espaço mas tão verosímil,
entusiasmante e repleta de sensações novas para um puto de sete ou oito
anos. Mais tarde lembro-me de ficar chocado quando alguém não tinha
visto a trilogia. E segundos depois já estava com um: "tens de ver! É
inesquecível". Lembro-me de emprestar as preciosas três K7's VHS que
guardava religiosamente no lugar de honra da minha colecção de filmes à
minha namorada - actual mulher - quando começámos a namorar. Ela não
tinha a certeza se tinha visto todos os filmes. Tinha de mudar isso. Mas
infelizmente não fiz dela uma devota desta religião/saga repleta de
seres estranhos, de uma força inerente que tudo controla, de um império
do mal que tem origem em pessoas que já foram boas e em personagens
verdadeiramente apaixonantes em situações complexas e moralmente
ambíguas. Daqui a pouco vou ver o regresso da saga, com a esperança que
seja mais fiel à primeira trilogia (IV, V e VI) e com a mesma
naturalidade/intimidade intergaláctica.
Nesta paixão um dos momentos mais importantes foi quando a saga foi reposta no cinema em 1997, remasterizada digitalmente (com efeitos melhorados). Finalmente consegui ver tudo no cinema, como devia ter sido visto logo pela primeira vez. Andava em pulgas para que estreasse e, depois, confesso que me voltei a emocionar com as cenas mais memoráveis.
quarta-feira, dezembro 16, 2015
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