Passei parte das últimas 48 horas a ouvir pessoas diferentes, nas suas casas, a contarem um pouco do que pensam, do que esperam da vida, das condições que têm e do que sofrem. Curioso como algo profissional, se torna tão pessoal quando as estórias de vida têm uma voz e uma cara. É uma sensação estranha que me faz (re)pensar a forma como encaro a vida em geral e a categorização que vamos ocupando ao longo dos anos e das circunstâncias.
Solteiro, casado, viúvo, junto em união de facto, com ordenado chorudo, com reforma de 200 euros miserável, desempregado mas com sonhos, a idade, a escolaridade, o medo de perder o emprego, a satisfação total por receber a horas o ordenado, o número de pessoas com quem vivemos... As categorias não nos deviam definir, na verdade não definem totalmente, mas que condicionam profundamente, disso não tenho dúvidas, a julgar pelo que vou ouvindo - uns mais do que outros, umas nacionalidades/culturas mais do que outras.
O sorriso nos lábios de alguém, feliz por poder comunicar com outra pessoa que quer ouvir e dá alguma atenção é tão bonito como triste. Como dizem dois brasileiros (já com nacionalidade portuguesa) que conheci hoje, "a vida só pode melhorar, nem que seja por estarmos vivos e podermos continuar para a frente, a viver".
segunda-feira, abril 04, 2011
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