Por outro lado, nos Estados Unidos (e não só), a 'luta' de favoritos será entre o ex-casal de realizadores. De um lado James Cameron (e o seu Avatar em 3D recordista mundial em bilheteira e em público - suplantando o recorde de Titanic, também de Cameron). Do outro a sua ex-mulher Katherine Bigelow (no extremo oposto, Estado de Guerra, um filme de guerra - no Iraque - muito simples e repleto de subtilezas). No meio destas relações este site espanhol mostra as relações cinematográficas e não só entre os nomeados dos Oscars.
Eu, por cá, apostaria que, se a Academia se mantiver fiel ao seu passado, não dará o prémio nem a um (Avatar vive demais dos efeitos e é pobre e quadrado demais na história de nos entrega para um prémio destes), nem a outro (Estado de Guerra é bem feito, mas simples de mais a nível de narrativa para ter a força que um prémio destes merece). Acho que a força e paixão que um filme como Precious transmite (pese embora seja independente e tenha começado por baixo - mas isso, como se viu em Crash, já não quer dizer nada) torna-o um forte candidato.
Na lista de nomeações sem hipóteses colocaria:
Distrito 9. O filme de Neill Blomkamp produzido por Peter Jackson já tem um belo prémio com a nomeação pela forma arriscada, mas que resulta, como repensou o género dos extra-terrestres ou ficção científica, com uma analogia ao apartheid numa espécie de documentário que primeiro se estranha e depois de entranha.
Up - Altamente. Uma animação na lista dos 10? Up merece. Um belo filme, bem feito e muito bem escrito e cuidado que está longe de ser um filme só para crianças.
The Blind Side (Um Sonho Impossível). A interpretação de mulher teimosa e determinada de Sandra Bullock coloca o filme, com uma bela e bem contada história, num patamar superior. Está por mérito próprio na lista mas dificilmente levará nesta categoria a estatueta que Walt Disney um dia chamou carinhosamente de Oscar - depois disso pegou, até hoje. Já de Sandra não tenho tantas certezas... mas a jovem Gabourey Sidibe (que se estreou como actriz em Precious e convenceu!) parece ser a favorita. No entanto eu daria o Oscar a Mrs. Bullock (o seu primeiro na sua primeira nomeação).
An Education. O filme britânico parece destoar no meio de tantos norte-americanos. Tal como A Serious Man, é o outro que não vi da lista de 10. Este drama passado nos anos 1960 em Londres baseado em factos verídicos, tal como The Blind Side, parece ter bons argumentos, mas não os suficientes para vencer.
A Serious Man. A nova comédia negra dos Coen sobre um professor em crise pessoal que se torna existencial, dizem alguns que viram, não está ao nível do excelente Este País Não é Para Velhos, pelo que também terá poucas hipóteses.
Dito tudo isto, posso concluir para comigo mesmo que sobra-me um belíssimo filme, que me enche as medidas, que consegue surpreender, fazer sorrir, preocupar, assustar, recordar história da humanidade, história pessoal e arriscar em temas complicados. Repleto de ironia e com belas interpretações - especialmente a do outrora desconhecido e ex-companheiro de apartamento de Joaquim de Almeida e, para mim, favorito ao Oscar de Melhor Secundário, Christoph Waltz -, este é o filme que reúne o maior número de condimentos Oscarizáveis. O seu slogan é:
Once upon a time in Nazi occupied France...
E o (meu) Oscar vai para:
Inglourious Basterds (Sacanas Sem Lei)
O mesmo poderia dizer no Oscar de Melhor Realizador: Quentin Tarantino. O seu filme foi o primeiro da lista de 10 que vi, mas não caiu no esquecimento e parece-me a melhor escolha.
Uma frase no filme da coronel nazi interpretado Christoph Waltz que ficou no ouvido:
I love rumors! Facts can be so misleading, where rumors, true or false, are often revealing.
Entre domingo e segunda todos descobriremos.
1 comentário:
Daqui é o João, filho da Céu e do Eduardo. Também ando aqui acordado pa ver os OScars. Deixo-te o meu email: joaomc28@hotmail.com
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