Regresso ao Futuro pode ter sido um período da vida complicado e de excesso de trabalho que Michael J. Fox já nem se recorda bem, mas para mim foi um filme (série de filmes) que marcou uma adolescência.
É curioso ver essa distância. Entre o estado de espírito de quem faz e o estado de espírito de quem consome um produto criativo e de fantasia deste género. Ele era uma peça na engrenagem da saga Regresso ao Futuro. Fez parte dela porque se sujeitou a rodar o filme ao mesmo tempo que gravava a série (memorável já por si) Quem Sai aos Seus. Entrava às 9h na série, saia pelas 17h para ir directamente gravar o filme, acabando as filmagens entre as 4h e as 6h da manhã. Por isso esse período é um pouco nublado para Michael J. Fox. O cansaço não permitiu saborear totalmente a experiência. Ainda assim deu tudo o que tinha, utilizou a sua juventude e a sua inquietude para os papéis que desempenhava e fez história mesmo em condições complicadas.
Sei o que é isso de, quando o cansaço invade por completo mente e corpo, deixarmos agir o piloto automático. Raios, já temos uns anos disto (vida) e já fizemos muita coisa, basta tentar que o piloto automático reflicta a nossa melhor face. E não é que chega a resultar na perfeição. Já me aconteceu recentemente ter uma pressa descomunal, um cansaço incrível e conseguir fazer em condições difíceis, depressa e bem. É o tal piloto automático. Traz riscos, é certo. Mas quando resulta chega a ser cómico. É como se não fossemos nós a fazer aquilo. Estávamos a descansar enquanto o corpo agia por nós, se tudo corresse bem numa boa versão de nós mesmos. É uma sensação quase extra-corporal, mesmo.
segunda-feira, outubro 05, 2009
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