Texto escrito para a edição da última quinta-feira do jornal Destak como crónica semanal, que terminou com o final de Julho (ao todo foram quatro crónicas).
De scooter por Lisboa
A lei a mudar
As despedidas existem para assinalar o fim de algo. Mas o fim significa que houve um princípio e um meio onde, espera-se, se partilhou experiências úteis. Nesta última crónica deste pequeno périplo dedicado às scooters na cidade, nada melhor do que ir às bases. O que é preciso para conduzir um ciclomotor ou uma scooter? Há uns anos, para ciclomotores até 50cc uma simples licença camarária dava para os mais novos e, para os mais velhos, bastava a carta de automóvel (B). Depois tudo se complicou (em tempo e dinheiro): tornou-se necessário tirar o código da estrada e aulas e uma parte prática _– quem já tinha carta automóvel (B) teria só de fazer a parte prática.
Este ano e graças a uma proposta do deputado do PCP_Manuel Tiago (ele próprio um motard), foi aprovada na Assembleia da República a chamada Lei das 125. O que permite? Possibilita aos detentores de carta de categoria B, maiores de 25 anos, a condução de motociclos até 125cc com potência limitada a 11 kw – os mais novos têm apenas de fazer um teste. Apesar da lei ainda não estar em exercício (o que é pena), esta realidade sem burocracias facilita a condução das scooters mais aliciantes em cidades grandes – as que já podem andar em vias rápidas e auto-estradas (125cc).
O que nos espera o futuro? O ideal é que proliferassem as scooters eléctricas. É pena que em tempos de grande mediatismo dos carros eléctricos, não se veja nenhuma iniciativa camarária (e estamos em época de eleições!) a pensar nas mais pequenas e práticas scooters eléctricas (silenciosas, não poluentes). São cada vez mais bem sucedidas no norte da Europa e uma miragem em Lisboa (existem cidades a Norte de Portugal que as promovem). Como conselho final faço minhas as palavras do dono da minha 1.ª scooter (comprada em 2.ª mão): «ser motard não é ser ‘acelera’ nem descuidado. É apreciar e respeitar a experiência». Vemo-nos no trânsito.
PS: O início deste texto chegou, por momentos, a ser este:
"As despedidas são como as moscas, poucos gostam delas (sim, há quem goste) mas são necessárias e inevitáveis na maior parte dos casos."
Foi alterado porque nenhuma rapariga da redacção onde o texto foi redigido achou a mínima piada à utilização das moscas numa crónica. Só eu para fazer comparações parvas como esta...
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