“Portugal continua com os defeitos de sempre. Os privados servem o Estado e o Estado serve-se dos privados. Os tiques salazaristas mantêm-se: o Estado joga Monopólio e brinca às televisões. A PT fez uma figura triste.”
Ricardo Costa, Expresso, 27-06-09
A salvação de José Sócrates (caso a tenha) pode estar nos outros, que não ele. Na preparação do seu programa eleitoral, o primeiro-ministro desceu do pedestal (faz parte da estratégia após a desilusão das europeias, até porque Sócrates, percebe-se, está com muito medo de perder as legislativas o que, para mim, é muito mau sinal... detesto políticos tão agarrados ao poder que ficam cheios de medo de o perder).
Reuniu-se com personalidades independentes e cheios de valor, que nunca ouviu anteriormente, e ouviu as suas ideias para o país.
O encontro decorreu em Lisboa, na quinta-feira, e contou com a presença de António Mexia, presidente da EDP (ex-ministro do tempo do PSD de Durão Barroso), António Carrapatoso, presidente da Vodafone (que cedeu o lugar a António Coimbra e depois de participar no Compromisso de Portugal pode estar mesmo a pensar entrar na política, e ainda bem), Henrique Granadeiro, presidente da PT, para além de José Miguel Júdice (ex-bastonário da Ordem dos Advogados e ex-dirigente do PSD, agora desfiliado), Daniel Proença de Carvalho (advogado, antigo director de campanha de Freitas do Amaral em 1986) e Carlos Monjardino (presidente da Fundação Oriente e um nome sempre próximo do PS e de Mário Soares) - este último, o único nome verdadeiramente ligado à esquerda e ao PS, o que é muito curioso.
Sócrates prepara-se para combater a direita com a direita e com cara de esquerda.
Nota-se ainda que, apesar de estar no 4º ano de Governo, José Sócrates não faz a mínima ideia do que quer para o país (tirando querer deixar umas ideias de marketing (Simplex e Magalhães) e obras públicas de grandes dimensões (TGV) )
O primeiro sinal, discreto, foi dado pelo ministro da Presidência, já depois de Cavaco Silva ter exigido explicações da Portugal Telecom (PT) sobre o negócio da compra de parte da Media Capital, dona da TVI. No final do Conselho de Ministros de quinta-feira, Pedro Silva Pereira deixava no ar dúvidas sobre o negócio, ontem vetado pelo executivo de José Sócrates.
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