sábado, outubro 25, 2008

as cartas de caetano

As cartas de Marcello Caetano no exílio no Brasil são agora pretendidas pelo Estado para a Torre do Tombo ou a Biblioteca Nacional. Acho bem. Faz parte da história.
De seguida, coloco um excerto de uma das últimas cartas datada de Julho de 1978, três anos antes do autor deste blog nascer (parece-me pertinente para perceber o que Caetano pensava). Uma das figuras mais visadas nas cartas é Diogo Freitas do Amaral, "discípulo e assistente" de Caetano e que o "desiludiu" profundamente.




"Não tenciono regressar a Portugal. O Sr. Ramalho Eanes disse por aqui que o podia fazer quando quisesse mas existe uma lei monstruosa a considerar criminosos quantos chefiaram o governo entre 1926 e 1974 – e só eu estou vivo. Quer dizer: aquilo que foi feito à luz da Constituição e das leis vigentes com anuência do povo português e reconhecimento pelo resto do mundo durante 50 anos, é agora considerado crime! Nunca na história portuguesa se fez nada mais monstruoso.",

Marcello Caetano





ACT: Afinal o Estado não comprou coisa nenhuma. Quem levou as cartas foi um empresário adepto do Estado Novo que pagou 2500 euros por elas.


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