Sobrevivente do despiste da Spainair: “Ouvi um barulho horrível”
Dois dos 19 sobreviventes do acidente de ontem no aeroporto de Barajas relataram os momentos que se seguiram ao despiste. Lígia Palomino, uma médica de 42 anos, falou ao jornal espanhol "El País". Beatriz Reyes, 41 anos, gerente de um banco de Valleseco na Gran Canaria, contou os mesmo momentos de aflição ao jornal inglês "Telegraph".
Segundo Palomino, às 13h20, a hora prevista do voo, o comandante do avião “pediu desculpas e informou que havia um problema com técnico”. No momento da descolagem, começou a ouvir o avião a fazer “um barulho horrível”. O avião deu "um abanão e caiu no leito de um rio seco e cheio de pedras".
Lígia perdeu a consciência por momentos, só a explosão que se seguiu a despertou. Tentou procurar o marido e a cunhada que seguiam viagem com ela mas quando olhou para o lado já só viu corpos carbonizados e estilhaços de avião a deitar fumo.
O calor do fogo e o fumo que saiam da fuselagem do avião eram de tal forma insuportáveis que teve dificuldades em respirar e ver. Teve de proteger a cara com o braço. Mal conseguiu recuperar e dar-se conta do que se passava ao seu redor tentou ajudar algumas pessoas que estavam perto dela e que gritavam por ajuda. Com uma fractura no fémur não conseguiu fazer muito.
Festa de aniversário
As primeiras ambulâncias e equipas de emergência chegaram pouco depois. Lígia ficou com escoriações na cara e o braço queimado. O marido, José, e a cunhada, Gema, que iam com ela na viagem para festejar nas Canárias o seu 43º aniversário, não terão sobrevivido.
Combalida e medicada com calmantes, Lígia falou ao "El País" acompanhada da mãe e da irmã que a ajudaram nas declarações. Lígia é médica do Samur (os serviços de emergência espanhóis), os seus colegas do serviço de emergências que estavam de serviço e a encontraram entre os feridos ficaram atónitos: “Primeiro olharam-se admirados, depois choraram”, relata a irmã de Lígia, Fernanda.
Apesar do acidente, Fernanda recorda que quando Lígia lhe ligou disse-lhe que o avião havia explodido mas que estava bem, para não de preocuparam. Falava “com uma lucidez e tranquilidade assombrosas”, recorda Fernanda.
quinta-feira, agosto 21, 2008
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