sábado, março 08, 2008

mr. adams goes to maxime



Bryan Adams "a pedido" no Maxime
Um homem louro de baixa estatura e aspecto franzino, com mãos de guitarrista (dedos longos e pulsos fortes), entra num mini-palco com uma viola e uma harmónica. Poderia tratar-se de um qualquer espectáculo a solo e ao vivo num pub da capital portuguesa. Mas não. O músico, letrista e fotógrafo Bryan Adams apresentou assim, a cerca de 350 fãs, convidados e jornalistas três músicas do seu novo álbum, misturadas por entre canções antigas e expressamente pedidas pelos fãs fervorosos e de todas as idades que estiveram no Maxime.
Enquanto começava o mini-concerto acústico e original em plena Praça da Alegria, lá fora começava no centro lisboeta a azáfama da hora de ponta, já que o espectáculo foi à tarde, entre as 17h15 e as 18h - mais uma peculiaridade da iniciativa promovida pela discográfica de Adams e apimentada com as sugestões do rocker canadiano que viveu cinco anos da sua infância perto de Cascais.



Brincalhão e disponível
Com o habitual estilo descontraído e jovem, de quem tem 18 ‘till I die (música pedida pelos fãs e tocada por Adams), o cantor entrou bem-disposto e brincalhão com as habituais calças de ganga e uma sweat shirt preta. “Vocês não vão a bares strip, pois não?” Perguntou aos fãs brincando com a história do Maxime, acrescentando ainda “em Portugal não há bares de strip”.
Com o público entusiasta a menos de um metro de distância, sem barreiras e num pequeno palco com 10 centímetros de altura, Adams confiou na boa vontade e bom senso dos fãs e deu-se bem. Falou um pouco em português, entrou em diálogo com vários membros do público, quase todos eles com máquinas fotográficas cujos flashes disparavam avidamente e perguntou várias vezes: “O que é querem ouvir?” Depois de dezenas de respostas que iam de músicas pouco conhecidas de álbuns de 1983 até ao recente Room Service, Adams ia escolhendo aquilo que conseguia tocar sozinho, com a viola acústica e harmónica. “Não ensaiei nada”, admitiu o cantor da voz roca, que mostrou estar em boa forma e continuar perito em cantar ao vivo. Sempre com uma resposta divertida para os fãs, sugeriu que um deles lhe começasse a fazer a setlist dos concertos e precisou da ajuda de folhas para as músicas do novo álbum.





Público cantor
“Hoje nem preciso de cantar”, brincou o cantor que das 11 músicas tocadas, que passaram pelo mexido Can’t Stop this Thing We Started, pelo inevitável Summer of 69 ou por Heaven, apenas houve duas em que o público não conseguiu acompanhar Adams em todas as partes das letras. Foram tocadas três músicas do novo álbum, duas que ninguém conhecia ainda (o álbum ainda não saiu) e uma, o single, que já a sala tinha ouvido no site oficial.
O músico pediu ainda para não o filmarem. Porquê? “Não quero ir parar ao Youtube”, brincou. No final pediu desculpa pela brevidade da “promo” (concerto de promoção) de 45 minutos, que tinha de terminar à 11.ª canção, e prometeu que volta a Portugal para um concerto em Dezembro.
“Foi uma oportunidade incrível e única de conviver com ele, pedir-lhe músicas e ouvi-lo num registo muito íntimo... só mesmo o BA para alinhar numa coisa destas”, disse Carlos, engenheiro de 33 anos e fã desde 1986.
Já Hélder e Patrícia, irmãos gémeos de 13 anos, tiveram pena de não terem conseguido ver o ídolo de perto. Sorte diferente teve Carla, 27 anos e fã desde os 10, que ficou “a escassos centímetros dele e vibrou quando ele veio tocar coladinho a mim”. O casal Jorge e Ana, com quase 40 anos veio ver “mais um concerto” do ídolo número um de Jorge, desde os anos 80. Um público heterogéneo que contou ainda com os músicos portugueses Tiago Bettencourt (Toranja) e João Pedro Pais.
Concerto terminado, houve tempo para fãs antigos e conhecidos muitos deles apenas pela Internet, se encontrarem e porem a conversa em dia num Maxime mais vazio e que oferecia bolos, pastéis e bebidas aos 350 sortudos que “nem sequer tiveram pagaram para ver BA”, como disse João, de 26 anos e fã desde 1990. “Em Dezembro há mais já com o Mickey Curry e o Keith Scott (a banda de Adams).”




Texto e fotos: João Tomé



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Curiosidades
11 álbuns, 11 canções, 11 concertos em 11 países em 11 dias
A "jóia da Europa", como Adams apelidou Lisboa logo no início da apresentação "tinha de ser" o ponto de partida da promoção europeia (e da estreia mundial) do novo álbum que é lançado a 17 de Março por todo o planeta. O álbum com o nome de 11 e que inclui 11 músicas novas e com uma tonalidade mais acústica do que o habitual, tem esse título por ser o 11.º da carreira do canadiano a viver em Londres. Por isso mesmo a digressão de promoção passa por 11 países em 11 dias, sempre em locais pequenos e onde Adams toca sempre 11 músicas, incluindo algumas das novas.

T-shirt Y-3
Adams não costuma vestir roupa de marcas conhecidas nem com mensagens. Mas no concerto do Maxime apareceu com uma sweat shirt preta com a indicação no ombro Y-3. Apenas isso e mais nada. Ora Y-3 é o nome de uma nova colecção da Adidas que ainda não foi lançada no mercado mundial mas se espera inovadora.




Microfone pessoal
Foi ainda utilizado o microfone habitual de Adams, com um formato específico bem ao gosto do cantor que usa o mesmo género de microfone em todos os seus concertos.
















Alinhamento (acho que é esta a ordem)
1. Back To You
2. Can’t Stop This Thing We’ve Started
3. I Thought I’d Seen Everything (nova, single)
4. Cuts Like A Knife
5. 18 Till I Die
6. Oxygen (nova)
7. Straight From The Heart
8. Summer of 69
9. Walk On By (nova)
10. When the Night Comes
11. Run To You

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