domingo, fevereiro 03, 2008

sarcasmo do filósofo sócrates




"Insiste o jornal que V. Exa. dirige em vasculhar
o meu passado em constantes e desesperadas
tentativas para descobrir qualquer coisa, mínima
que seja, que permita atacar-me pessoal e
politicamente. É uma forma de estar na política
– mais do que uma forma de estar no jornalismo
– que já não passa despercebida a ninguém.
Desmentido categoricamente pela investigação
das instâncias judiciárias competentes no caso
da minha licenciatura pela Universidade
Independente, o jornal cuja direcção lhe foi
confiada, sem conter o ressentimento, decidiu
agora dedicar-se a um novo exercício de
arqueologia jornalística procurando questionar o
meu passado profissional na década de 80.
Espero que não deixem em branco as décadas
de 60 e 70 que, bem exploradas, e com os
critérios em voga, ainda poderão render uma ou
duas manchetes…
"




Sócrates acumulou subsídio de exclusividade como deputado com funções privadas
O ex-deputado José Sócrates recebeu indevidamente um subsídio de exclusividade da Assembleia da República, entre finais de 1988 e princípios de 1992, por acumular as suas funções parlamentares com a actividade profissional de engenheiro técnico, enquanto projectista e como responsável pelo alvará de uma empresa de construção civil. Sócrates nega que tal tenha acontecido, mas diversos documentos por ele assinados confirmam a violação do regime legal de dedicação exclusiva.

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Sócrates desmente acumulação de subsídio de exclusividade como deputado com funções privadas
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Primeiro-ministro considera notícia “ataque pessoal e político”
Sócrates assinou durante uma década projectos da autoria de outros técnicos
Carta de José Sócrates ao PÚBLICO
Editorial: Jornalismo e política, ética e lei
O PÚBLICO DIZ:
"Algumas das expressões utilizadas nessa mensagem foram ontem repetidas pelo primeiro-ministro na sua declaração aos jornalistas, praticamente palavra por palavra. A nossa notícia foi apresentada como sendo, “basicamente, um ataque pessoal e político na senda de outros que o PÚBLICO já fez”. A seguir acrescentou que “todos os projectos que assinei na década de 80, há mais de 25 anos, são da minha autoria e da minha responsabilidade”.
Ora acontece que, mesmo que o primeiro- -ministro o repita muitas vezes, o PÚBLICO não está na política: está no jornalismo. E saber se o titular máximo do poder executivo pautou a sua carreira pessoal e profissional por critérios éticos rigorosos faz parte dos deveres de qualquer jornal numa democracia liberal. O PÚBLICO não decidiu perseguir o primeiro-ministro: decidiu verificar se era ou não verdade aquilo que Abílio Curto, antigo autarca socialista da Câmara da Guarda, dissera numa entrevista à Rádio Altitude, isto é, se José Sócrates, durante a década de 80, enviava muitos processos para essa autarquia, sendo que, e citamos, “nem todos os projectos seriam da autoria dele”.
(...)
P.S. Ontem, ao minuto 18 do seu Jornal da Tarde, a RTP abria com a seguinte frase a sua peça sobre o nosso trabalho: “A nova ofensiva do jornal PÚBLICO apresenta-se como uma investigação jornalística a partir de declarações de um antigo presidente da Câmara da Guarda...” Não foi solicitado a qualquer membro da direcção do PÚBLICO que se pronunciasse sobre esta acusação. Será este o bom jornalismo que Sócrates defende?"

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