Helvética: um tipo vulgar
Por Luís M. Faria
O tipo de letra mais usado e mais visto, aquele que nos facilita a vida com indicações de trânsito, por exemplo, não tem nada de mais. Essa é a razão do seu sucesso 50 anos depois da sua criação
O que é que faz com que um tipo de letra (ou, simplesmente, um tipo, na gíria dos gráficos profissionais) seja mais usado do que outros? Pode haver vários factores. Veja-se o caso do Helvética, um dos tipos mais populares de sempre. À primeira vista, não se destaca por qualquer sinal particular. O Helvética não é obviamente único. Não é bonito, não é excêntrico, não tem nada de excepcional. É uma letra esguia e funcional, que, exactamente pela natureza discreta, serve para quase tudo. Juntando factores de marketing, moda e razões práticas - por exemplo, o facto de uma marca informática a haver adoptado - seria inevitável tornar-se popular.
Existem milhares de tipos de letras. Todos os dias observamos dezenas. Na imprensa, por exemplo, são elemento essencial de identidade. Quantos leitores do «Público» sabem que, até há meses, este diário fazia os títulos em Bodoni, um tipo de letra do século XVIII? Eventuais saudades da imagem do anterior jornal poderão ter a ver com a letra. Não que a nova tenha algo de errado, mas é diferente da anterior.
Texto do Expresso in Visualmente
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
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