Hassan Askari, o novo herói de Nova Iorque, nasceu há 20 anos em Manhattan, mas passou a juventude no Bangladesh, a terra dos pais. Muçulmano cumpridor, regressou há um ano aos Estados Unidos para estudar Economia e a sua vida dividia-se entre o Berkeley College e o restaurante de East Village onde trabalha algumas horas. Até que, irritado com a indiferença dos outros passageiros do metro, saiu em defesa de três jovens judeus atacados numa carruagem por um grupo de anti-semitas. Askari foi esmurrado, mas a sua intervenção permitiu a um dos agredidos puxar o travão de emergência. Chegou então a polícia, que deteve dez pessoas, incluindo um homem que exibia uma tatuagem de Cristo, e que tinha sido o primeiro a agredir Walter Adler, Angelica Krischanovich e Maria Parsheva. O seu erro? Terem respondido com "Feliz Hanuka" ao "Feliz Natal" desejado por outros passageiros. Celebrada em Dezembro, a festa judaica das luzes assinala a reconquista do Templo de Jerusalém no século II a. C., mas para o homem com a tatuagem só podia ser uma provocação: "Não foi nessa altura que os judeus mataram Jesus?" De seguida as agressões, verbais ("Judeus de merda") e físicas.
in DN, crónica de Leonídio Paul Ferreira
segunda-feira, dezembro 17, 2007
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