quinta-feira, novembro 29, 2007

reaprender a escrever?

Até dói pensar que é preciso reaprender a escrever. Pelos vistos trata-se de um favor que a diplomacia portuguesa (subserviente) está a fazer ao Brasil. O que é pena, até porque a língua é portuguesa e "portuguesa", diz-se, tem alguma coisa a ver com Portugal.
Está disponível uma petição para evitar as alterações ortográfica.

"Catástrofe", um "favor ao Brasil" ou uma oportunidade?
29.11.2007, Alexandra Prado Coelho
"Os brasileiros têm um problema, nós não. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca" Vasco Teixeira, editor português


O Público mostra exemplos das alterações previstas pelo acordo com os países lusófonos:


Em Portugal e nos outros países lusófonos (sem o Brasil)
- Eliminam-se as consoantes mudas - palavras como "acção" (passa a "ação"), "óptimo" ("ótimo"), "baptismo" ("batismo") ou "tecto" ("teto").
É estabelecida uma excepção para nomes próprios: por exemplo, alguém chamado "Baptista" continua a escrever o seu nome com o "p".

- Desaparece o acento circunflexo em certas formas verbais como em "leem"


No Brasil
- Desaparece o trema, que o brasileiros usam ainda em palavras como "lingüiça" ou "seqüência" (Portugal eliminou o trema desde 1945)

- Desaparecem os acentos agudos em palavras como "assembléia", "idéia", e os circunflexos em palavras como "enjôo" ou "vôo"


Alterações para todos
- As letras "k", "w" e "y" passam oficialmente a fazer parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar de já serem usadas com uma frequência cada vez maior e de fazerem parte dos dicionários, não eram oficialmente parte do alfabeto português. Isto é particularmente relevante para os países africanos, que as usam muito mais do que os portugueses.

- Mudam as regras relativamente ao uso do hífen, que é eliminado nalguns casos, como aqueles em que o segundo elemento começa com "s" ou "r", caso em que essa letra é dobrada ("contra-regra" passa a "contrarregra" e "anti-semita" a "antissemita"); e introduzido noutros ("microondas" passa a "micro-ondas")


As excepções
- O acordo privilegia a pronúncia em relação à escrita, por isso, algumas palavras continuarão a ser escritas de maneira diferente em Portugal (e restantes países lusófonos) e no Brasil para as manter próximas da forma como são ditas.
Exemplos: "recepção" (no Brasil pronuncia-se o "p") e "receção" (em Portugal não se pronuncia, por isso deixa de se usar); ou "Antônio" (como se diz no Brasil) e "António" (como em Portugal).
in
Público

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