[Muito a aprender...]
Jornalismo cibernético de alto nível
Num dos seus sites, JournalismNet, Sher ensina como encontrar e-mails, endereços e números de telefone de qualquer pessoa, como encontrar especialistas em qualquer matéria, como procurar informação
Um jornalista quis entrar nos meandros da Al-Qaeda e, no processo, inventou um novo género de reportagem: o ciberjornalismo de investigação. Neil Doyle é pioneiro nesta prática, que implica novas técnicas e conhecimentos, mas também novas armadilhas. Julien Sher e Tom McPhail ensinam essas novas técnicas. Porque "a História está a transferir-se para a Internet".
A 1 de Setembro de 2001, o jornalista de investigação britânico Neil Doyle navegou durante horas pelo site http://www.azzam.com/. Nessa altura, ele já sabia que ali se noticiavam as actividades dos taliban e da Al-Qaeda, que se publicavam instruções sobre treino para jihadistas, que se davam conselhos aos recrutas que queriam partir para o Afeganistão ou a Tchetchénia, que se ensinava como fazer chegar aos taliban donativos ou como entrar no Afeganistão (o site incluía até a minuta de uma carta a entregar na fronteira e a lista dos comandantes e números de telefone).
O que Neil Doyle não sabia era que os atentados de Nova Iorque tinham sido planeados e organizados e estavam a ser monitorizados naquele site, naquele próprio dia, 11 de Setembro de 2001.
Através de mensagens cifradas, em frases aparentemente inócuas mas cheias de informações codificadas, foram dadas instruções, sinais, ordens e confirmações. Tudo se passou ali, à frente dos seus olhos. Como foi possível não ter percebido? Nem ele, nem a polícia, nem os serviços de informação, nem ninguém?
Aliás, ainda hoje, "não é do conhecimento de muita gente que os terroristas do 11 de Setembro mantiveram contacto deixando mensagens em código neste site da Internet", diz Neil Doyle ao P2, numa entrevista telefónica. "Se isso tivesse sido percebido na altura, a tragédia poderia ter sido evitada. Mas, na época, era como procurar uma agulha num imenso palheiro."
Os taliban eram vistos como um bando de fanáticos vivendo em cavernas, diz Doyle. "E ninguém imaginava aqueles homens da Idade da Pedra a enviar e-mails." Mas a verdade é que "os operacionais da Al-Qaeda usam a Internet com grande destreza desde o início dos anos 90". "Em todos os julgamentos de terroristas que tenho acompanhado há sempre o uso da Net."
"A História está a transferir-se para a Internet"
segunda-feira, outubro 08, 2007
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