Bombeiros apanhados no fogo
A trágica morte de seis bombeiros, em Famalicão da Serra, vem provar que não há sistema 100 por cento eficaz quando se trata de enfrentar a força dos elementos.
Cinco das vítimas eram sapadores vindos do Chile, técnicos com reputação mundial contratados pela associação de empresas da celulose para tentar garantir que as suas plantações ficavam imunes à praga que todos os Verões assola o Portugal florestal. Mas os sapadores sul-americanos não resistiram às chamas, como já não tinham resistido dois compatriotas seus, em 2003, na Chamusca.
O fogo de ontem veio mostrar, de forma trágica, que não há bombeiro suficientemente experiente, não há floresta suficientemente limpa, não há lei suficientemente previdente. Contra os incêndios de Verão, tem de haver bombeiros bem preparados e em quantidade, florestas bem geridas, legislação que puna quem potencia as ameaças inerentes às altas temperaturas. Mas tem de haver, acima de tudo, a formação e o bom senso de quem trabalha ou mora na floresta. Só assim se evita que actos aparentemente tão banais (e até de aplaudir) como usar uma máquina para cortar mato se transformem numa tragédia com as proporções que tem a morte violenta de seis homens no auge das suas vidas.
por Paulo Camacho - SIC
segunda-feira, julho 10, 2006
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