sábado, abril 01, 2006

ser ou não ser copião...

Copiai-vos uns aos outros - Opinião de Luiz Carvalho
Depois de Clara Pinto Correia ter sido apanhada a copiar uma crónica da «New Yorker», é agora a vez de Margarida Rebelo Pinto ser «acusada» de se plagiar a si própria.
Pelo menos é o que afirma um «coca-bichinhos» da cultura, que decidiu investigar a fundo a obra da popular escritora.
Alguém disse que a obra de um artista é noventa por cento copianço, cinco por cento transpiração e o restante criação. Se assim for, Margarida vai alcançar um mérito excepcional: ao copiar-se a si própria, 95 por cento será criação e os cinco miseráveis pontos da transpiração passam a ser negligenciáveis, se pensarmos que qualquer eficaz desodorizante irá resolver o problema !
Quando os críticos literários andam entretidos a escrever sobre os textos mais herméticos dados à estampa, a promoverem algumas tendências e a ignorarem ostensivamente a chamada literatura «light», aparece alguém a escrever uma tese sobre uma das escritoras mais queridas do nosso mercado.
Não conheço o estudo, mas à partida parece-me no mínimo divertido: descobrir as contradições e as fragilidades de certo tipo de sucessos, sustentados por uma alavanca mediática, onde o que muitas vezes conta é o que parece e não o que é.
Mas se aquele implacável homem das letras se atira à obra de Margarida, como gato a bofe, não percebo porque fica tão ofendida a escritora, ao ponto de pedir uma providência cautelar para que a crítica não veja a luz do dia.
É bizarro e revela uma insegurança tremenda.
Se Margarida Rebelo Pinto está segura do que escreve, porque fica irritada? E não saberá ela que estas atitudes censórias se viram sempre contra quem as quer praticar?
Um bocadinho de «fair-play» muitas vezes não fica nada mal !

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