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Miguel Viterbo é guionista independente, mas trabalha há muitos anos e com alguma regularidade para uma empresa de guionistas, as Produções Fictícias.Foi autor de inúmeros programas de humor para a rádio e televisão, tendo começado a sua carreira profissional como guionista de Herman José, em parceria com Nuno Artur Silva. Escreve também concursos, programas de entretenimento, publicidade e letras de canções.Coordena oficinas de Escrita Criativa desde 1994. Desde há dois anos está ligado à Act — Escola de Actores e, actualmente, também lecciona nos workshops do EscritaCriativa.com.Já foi guia de caminhadas (trekking), mas uma entorse valente sedentarizou o. É melómano, gourmet, dançarino, poliglota, papa léguas, caçador de eclipses, mago do teclado e alegadamente cuniculino.
EscritaCriativa.com – Como iniciaste o teu percurso como guionista?
Miguel Viterbo – Por impaciência e por sorte. Estive mais ao menos ligado ao teatro amador e à escrita desde os meus últimos tempos de liceu. Tive uma pequena colaboração na escrita das primeiras peças de teatro do meu amigo Nuno Artur Silva, e publiquei em co-autoria com ele um pequeno ensaio / manifesto sobre relações afectivas (Amizade, enamoramento – A Elaboração dos acasos, ed. &etc., 1989). Depois, as nossas vidas profissionais divergiram e eu acabei a trabalhar numa multinacional como chefe de escritório. Quando, ao fim de dois anos, fui promovido a director comercial, deram-me um chefe que era, e estou a ser condescendente, um desmarcado parvalhão. Farto de aturar a criatura, comecei à procura de saídas. Entretanto, simultaneamente, o Nuno Artur tinha começado a escrever para o Herman José, pequenos anúncios da Mimosa e as aberturas do primeiro talk-show, ainda na RTP. Como o trabalho era muito, convidou-me para colaborar. Saí da multinacional, comecei a escrever como freelancer e passados dez anos acabaria por estar a ganhar quase tanto como quando era director comercial. Valeu a pena.
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