domingo, abril 09, 2006

judas iscariotes

[Dê lá por onde der, para mim, Judas Iscariotes terá sempre a figura deste actor que interpretou essa personagem no musical Jesus Christ Superstar. Um filme a que comecei a dar mais valor depois de consumir repetidamente a fantástica banda sonora. Sobre esta notícia, é impressionante ver o que ficou por dizer em envangelhos perdidos e esquecidos, a recordar que a bíblia é apenas um livro, escrito por homens.]

Achado é desvendado esta noite em emissão especial do canal por cabo National Geographic
Novo evangelho reabilita figura de Judas Iscariotes
Porque é que Judas Iscariotes traiu e denunciou Jesus de Nazaré aos romanos? A questão atormenta os católicos e alimenta o sentimento anti-semita desde os primórdios do Cristianismo. Agora, o reaparecimento de um manuscrito com mais de 1700 anos oferece uma nova luz sobre os acontecimentos que precipitaram a captura e posterior crucificação de Jesus.
O Evangelho de Judas, uma cópia em copta de um texto do século II atribuído a um grupo cristão gnóstico, apresenta uma versão radicalmente diferente da ligação entre Jesus e Judas, que é retratado como o discípulo preferido a quem é confiada a missão de salvação de Cristo. O texto apresentado em Washington na quinta-feira é desvendado esta noite, às 21h00, numa emissão do canal por cabo National Geographic, Especial Segredos da Bíblia: O Evangelho Proibido de Judas.

"Este é o relato secreto da revelação que Jesus confiou em segredo a Judas Iscariotes três dias antes da Paixão", principia o Evangelho de Judas, um documento do qual existiam apenas referências verbais que remontam a 180 d.C. O Evangelho de 13 páginas está contido num códice que foi desenterrado nos anos 70 das areias de El Minya, no Egipto, e que esteve fechado em cofres e até num frigorífico até ser confiado à Fundação Mecenas para a Arte Antiga da Suíça.

Um complexo e avultado processo de reconstituição patrocinado pela National Geographic Society confirmou a veracidade do documento, um genuíno exemplar da literatura apócrifa cristã do ano 300. Como repetiram os vários académicos convidados a analisar e comentar o Evangelho, a descoberta do texto não implicará qualquer reescrita da História - o relato confirma, como muitos outros documentos da antiguidade cristã, as acções do discípulo de Jesus. Mas abre a porta à reabilitação daquela que é uma das mais intrigantes e mal-amadas figuras do Cristianismo.

Discípulo favorito
"Aqui Judas não é o malvado, corrupto, perverso e quase demoníaco seguidor de Jesus que trai o seu mestre; é, pelo contrário, o mais íntimo e próximo amigo de Jesus, aquele que conhecia e compreendia Jesus melhor do que qualquer outro e que apenas denunciou Jesus às autoridades porque essas foram as suas instruções", sublinha Bart Ehrman, director do departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte.
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