sábado, janeiro 14, 2006

questionamentos

[Esta história recente dos registos telefónicos de figuras políticas faz-me pensar numa possibilidade que ninguém se lembrou até ao momento. Sim, poderei estar a criar uma autêntica teoria da conspiração, mas faz-me confusão como ninguém se lembrou do seguinte: existe a possibilidade, forte, de ter sido um funcionário da PT a fornecer os dados ao 24 Horas - sei que isso pode acontecer por experiência própria, na PT ainda mais fácil. Pode não ter fornecido ao 24 Horas directamente, pode ter sido fornecido a uma pessoa, que por sua vez forneceu ao 24 Horas a troco de uma bela quantia. Também sei que a PT assume agora um lapso na informação transmitida, mas não será isso uma forma de encobrir uma falha de segurança bem mais grave?
Quanto pagou o 24 Horas por esta informação? Será legitímo pagar por este tipo de serviços de autêntica espionagem? Será que o 24 Horas cometeu um crime para ter uma publicidade estrondosa, como teve, com o assunto? O que varia entre o pagamento para obter uma informação privada e obtida por meios ilegais e o pagamento para assaltar a casa de uma personalidade e roubar-lhe extractos pessoais, números de telefone, uma televisão e um computador? Ou o que varia, nesse aspecto, do jornal 24 Horas pagar a alguém para fazer um atentado contra a vida de um político, só para ver o que se passaria? Será que ninguém responsável está atento o suficiente para se questionar desta forma??? Onde estão os tão falados mecanismos da comunicação social, aqueles que nos querem obrigar a pagar um bela quantia no final do ano só para mostrarmos uma carteira profissional com o nosso nome, aqueles mecanismos que não têm papel nenhum no acompanhamento, auxílio, restrição ou controlo sobre a actividade jornalística? O que se passa??? Ninguém se questiona para além do óbvio?]

Portugal Telecom assume lapso
Telefonemas de altas figuras do Estado juntos por engano
A Portugal Telecom (PT) assume um lapso na inclusão no processo da Casa Pia da facturação detalhada dos telefones fixos de algumas das mais altas individualidades do Estado, como Jorge Sampaio, Souto Moura, Mário Soares ou Almeida Santos, entre finais de 2001 e Maio de 2002.
Acesso aos registos telefónicos só foi possível com violação de ficheiros informáticos
Veja aqui o destaque do PÚBLICO de hoje sobre o caso das listagens telefónicas

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