sexta-feira, janeiro 13, 2006

media::dn::publicidade

O DN está diferente.
O grafismo alarma um bocado, por um lado parece mais moderno, por outro parece menos prático, menos claro, e com textos mais atabalhoados. A leitura é mais difícil, o que é pena, visto ser esse um dos elementos fundamentais dos jornais, não é? De qualquer forma tenho de lamentar a extinção do DNA [curioso como Eduardo Prado Coelho lamenta o fim do suplemento no Público de hoje], um local de informação diferente e distinta que tinha no grafismo originalidades, mas num papel pouco apetecível. Mau foi também o fim do Guia DN. Um local que permitia tratar de temas culturais que nunca entravam na secção das Artes. Temas também de viagens, de descobertas, de televisão. Coisas que deambulavam entre secções e não entravam em nenhuma, repletas de pertinência tinham lugar no Guia, mostrando muitas sugestões televisivas e interessantes. É pena. Boa foi a aquisição de Ana Sá Lopes ao Público, depois de Eduardo Dâmaso também ter sido "raptado". Ana Sá Lopes é uma excelente jornalistas e ainda escreve as suas crónicas bem interessantes, o Diário de Vanessa continua. Ainda hoje, sexta-feira, lá estava, no final do DN. De realçar ainda a bela revista . Embora o nome seja pouco original e deixe a desejar, o formato é apelativo e os autores, João Lopes, Nuno Galopim, Pedro Mexia (para falar nos principais) são excelentes na cultura. Mesmo assim, deixo algumas reservas relativamente à estrutura da revista e à qualidade do papel, que poderia ser mesmo de revista.

ESTRANHO
O jornalismo anda a atravessar momentos conturbados, o dinheiro que paga o salário dos jornalistas vem da publicidade, essencialmente. O dinheiro com que as empresas jornalísticas mostram possíveis lucros vem dessa mesma publicidade, por isso mesmo, têm-se verificado factos preocupantes. Ultimamente tenho reparado na SIC notícias tecnológicas sempre a elogiar as novidades de PT (Sapo, etc), depois disso li também que PT e SIC tinham assinado um protocolo avultado... ESTRANHO.
Nos jornais a publicidade ganha mecanismos cada vez mais criativos para se imiscuir nas notícias, para confundir, criando, por exemplo, páginas com um estilo de notícia, ou fazendo aquilo que tem acontecido mais nos jornais gratuitos Destak e Metro que consiste em novos tipos de publicidade, com novas formas na página, etc. Tudo vale para promover os produtos.
Preocupante mesmo é verificar que alguns meios começam a descurar colocar o pequena indicação a afirmar que certos anúncios se tratam de publicidade.
HOJE no DN, verifiquei outra situação preocupante. Na primeira página aparece uma publicidade razoável sobre o Jackpot de 103 milhões de euros no Euromilhões, na mesma capa do jornal aparece uma chamada para o TEMA do dia "Mais de 30 milhões de euros em apostas" no Euromilhões... ESTRANHO Até aqui coloco uma dúvida. Em primeiro lugar este não é nenhum recorde a nível do Euromilhões apesar de ser um valor considerável. Em segundo lugar, a nível jornalístico justifica falar-se nisso, mas num diário como o DN não se justifica fazer TEMA do assunto, já que não bateu nenhum recorde, e os dois recordes anteriores já foram motivo de notícias alargadas e TEMAS há relativamente pouco tempo. Ou seja, coloco algumas dúvidas na escolha. Mas o que me preocupa mais é que a publicidade ao Euromilhões na capa não aparece identificada com Publicidade, em lado nenhum! ESTRANHO. Impressionante, isto no DN. Nem nos gratuitos isto costuma acontecer.

Sem comentários: