"Sou um homem livre", diz José António Saraiva
O director demissionário do Expresso José António Saraiva está disponível para agarrar novos projectos jornalísticos se para tal for convidado. Confrontado pelo DN quanto à possibilidade de assumir a direcção de um semanário a ser criado pela Cofina ou pela Prisa, como tem sido ventilado, afirma "não tive nenhum convite, mas se amanhã me fizerem uma proposta tentadora vou ponderar seriamente".
Requisitado por Francisco Pinto Balsemão para preencher o cargo de director coordenador editorial para a área dos jornais do grupo Impresa, Saraiva diz-se "a 100% na empresa", mas assume-se "um homem livre".
Em Julho deste ano, Saraiva admitiu haver espaço para mais um semanário com características do Expresso, em entrevista ao Meios e& Publicidade. No entanto, deveria ser "mais pequeno, mais agressivo, com uma fórmula jornalística bastante diferente e original", afirmou. "Se fundasse hoje um jornal tinha capacidade para bater o Expresso", assumiu.
Fim de ciclo. Ontem foi publicada, no Expresso, a sua última coluna de opinião "Política à Portuguesa". "De tudo o que fiz no Expresso, escrever a minha crónica foi o que me deu mais prazer e ao que mais me entreguei", assume ao DN, confidenciado que a escreveu todas as quartas-feiras, ao longo de 24 anos, em casa. Apesar de confessar que não lia as criticas que eram feitas às suas opiniões para se "defender", diz que ficava irritado, pois achava que "eram injustas e contraditórias". No seu último texto admite mesmo que se tornou "vítima regular de outros colunistas e de outros jornais". Foi acusado de "simplista, de doido, de ter falta de noção da realidade, de ter excesso de bom senso". "Sou dificilmente catalogável", afirma ao DN.
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"Uma coluna pode ser uma arma terrível, se mal usada"
O jornalista Miguel Sousa Tavares assinou, na sexta-feira, a sua última crónica nas páginas do Público e dia 7 de Janeiro inicia uma nova era de colunista no Expresso.
"Foi bom para ambas as partes", resume Miguel Sousa Tavares, num balanço que faz de 14 anos de colaboração com o diário do grupo Sonae. "Para mim foi um privilégio escrever num jornal que sempre gostei e com o qual me identifico", acrescenta.
Sousa Tavares confessa ainda que "em 14 anos nunca tive um processo por difamação, ou de qualquer outro género, apesar de escrever sobre assuntos no fio da navalha".
O poder da caneta é algo de que nunca abusou e reconhece que sempre teve consciência que "uma coluna (de opinião) pode ser um arma terrível, se mal usada".
Em mais de 600 artigos de opinião passou por assuntos tão diversos como as querelas políticas portuguesas. Desde a maioria absoluta de Cavaco Silva, passando pelo Guterrismo, e acabando na saída de Durão Barroso e na entrada em cena de Santana Lopes.
Ao nível internacional, foi implacável com as duas Guerras do Golfo, com a questão de Timor-Leste, com a Europa e com o Médio Oriente.
Como escreve no seu último "Espaço Público", não sabe se "sobra alguma coerência ou unidade de pensamento", mas consola-se por saber que escreveu sempre "com convicção e sinceridade", que encontrou no Público "um espaço de absoluta liberdade" e, finalmente, que guarda nas gavetas tudo o que os leitores lhe foram escrevendo ao longo dos anos, que "tantas vezes serviram de estímulo para continuar".
As criticas nunca foram um problema, uma vez que até é conhecido o seu gosto pela polémica. "As pessoas que me lêem identificam-se comigo", acredita o líder de opinião. "Sem rancores e já com inevitáveis saudades" deixa o Público de que, garante, vai continuar leitor.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
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