encenação. Com 96 pessoas envolvidas, todos os segundos contam nesta produção de cenários exuberantes assinada por Cameron Mackintosh
'Miss Saigon' e a metáfora das cicatrizes do Vietname
Musical ainda esgota o Palace Theatre de Manchester. Chega a Lisboa em Janeiro
"Queres que eu seja só mais uma história de uma mulher vietnamita na tua vida?", interroga-se Kim (Ima Castro) com a voz amargurada pela incerteza, depois da sua primeira noite de amor com o soldado norte-americano Chris (Ramin Karimloo). Kim, ou melhor, Miss Saigon, não é apenas mais uma aventura, mas uma metáfora para as cicatrizes ainda visíveis da Guerra do Vietname - o centro nevrálgico deste espectáculo - e a heroína que dá nome ao musical, já visto por 31 milhões de pessoas em 18 países, que se estreia em Lisboa a 17 de Janeiro.
Antes de chegar ao Coliseu dos Recreios, onde estará duas semanas (há hipótese de prolongamento), Miss Saigon continua a esgotar os 1998 lugares do Palace Theatre de Manchester, espaço nobre que reavivou a sua arquitectura clássica e os acabamentos em dourado numa recente remodelação. O cenário perfeito para uma intensa história de amor, consumada apenas em breves encontros de bordel mas aprofundada pelas diferenças étnicas e o nascimento inesperado de Tam (interpretado por um pequeno actor amador - ver caixa).
Pelo meio, há ainda a reconstituição quase cinematográfica de Saigão entre 1975 e 1978, oscilando entre os conflitos bélicos e a vida boémia. E as canções, emotivas e possantes, bem características das produções do empresário Cameron Mackintosh - responsável por êxitos como Os Miseráveis, As Bruxas de Eastwick ou Mary Poppins.
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segunda-feira, dezembro 12, 2005
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