quarta-feira, novembro 02, 2005

sex freaks? apenas homens

Ministério da Cultura
A saliva de Marilyn - Opinião de Pedro Mexia
Antoine de Baecque foi chefe de redacção dos Cahiers du cinéma e actualmente dirige a secção de cultura do Libération. Num seu ensaio editado em 2003 (La Cinéphilie, Invention d'un regard, histoire d'une culture, 1944-1968) encontramos, entre outros preciosos contributos, uma reconstituição da feroz atracção erótica que o cinema americano exerceu sobre determinados espectadores (masculinos, franceses) num determinado período (a década de 50) "Muitos jovens aderiram à cinefilia por causa do amor e do desejo que sentiam pelas mulheres que viam no ecrã: as revistas dos anos 50 estão pejadas de declarações de amor, de retratos de actrizes, de dicionários fetichistas, de colecções erotomaníacas do corpo feminino". O ensaísta demonstra, com muitos exemplos, que amor pelas mulheres e amor pelo cinema se confundiam inextricavelmente. Havia mesmo um aspecto iniciático no modo com se vivia a sexualidade no ecrã. O cinema (e a própria sala de cinema) funcionava como educação sentimental e como montra erótica. Assim se entende que o pontífice do amour fou, André Breton, tenha elogiado o cinema como um meio privilegiado de concretização dos "poderes do amor".
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