crítica livros
T.S. Eliot e o medo de existir no tédio
Prufrock e Outras Observações, a primeira recolha de poemas do escritor inglês Thomas Stearns Eliot (1888-1965), publicada em 1917, que acaba de ser reeditada pela Assírio & Alvim, com tradução de João Almeida Flor ( a anterior contava com um texto crítico de Pound), revela uma originalidade profunda e numerosas influências. A técnica do verso livre, que acompanha neste livro estados de espírito penosos e complexos, provém da influência dos simbolistas franceses e de Jules Laforgue, que aliava um certo barroquismo à escrita mais simples, límpida.
Eliot entusiasmou-se com Henry James, Donne, os poetas metafísicos, Browning, Dante na exactidão nua das suas imagens visuais, as últimas produções do teatro elisabetiano - que lhe ofere- ceram o gosto pelo verso flexível e o enjambement - e o livro de Arthur Symons, The Symbolist Movement in Literature, graças ao qual conhece os "poetas malditos", nomeadamente Laforgue, mestre nas associações verbais, e Corbière. Os estudos de filosofia auxiliaram-no, por outro lado, a ter uma nova concepção metafísica, a ligar ideias a objectos inusitados, a escrever de um jacto e em linguagem falada.
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segunda-feira, outubro 03, 2005
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