Chaos And Creation In The Backyard
Em 1967, Paul McCartney escreveu o tema "When i'm sixty four" (quando eu tiver 64 anos). Hoje, aos 63 anos, o músico de Liverpool lança o seu vigésimo disco pós-Beatles - "Chaos and creation in the backyard" -, uma colecção das melhores canções que alguma vez compôs desde a separação dos "Fab Four".
O disco sucede "Driving rain", editado em 2001, e traduz-se num proveitoso compasso de espera. É que o novo álbum do baixista esquerdino assinala a despedida da pop inofensiva que marcou os seus últimos trabalhos e inscreve-se na linha dos seus melhores registos a solo. É o caso de "McCartney", de 1970, ou "Ram", composto em 1971 com Linda, mas também das edições mais tardias dos Beatles, como o álbum branco, de 1968, ou "Abbey road", lançado um ano depois.
Paul McCartney reconhece a associação "É verdade que algumas destas canções poderiam ter sido feitas com os Beatles". Em declarações ao semanário francês "Epok", o músico assume que chegou a um ponto da sua vida em que disse a si próprio - "Ok. É o meu estilo. Inventei-o com os Beatles. E se há um monte de bandas que se inspiram neles, por que razão não tenho eu o direito de voltar ao meu passado. Decidi não ter vergonha das minhas raízes".
Raízes manifestamente evidentes em "Chaos and Creation in the Backyard", ao longo de 47 minutos e 13 canções, sendo que há um tema instrumental escondido na peça.
A soberba "Jenny Wren", 13ª canção do disco, lembra a "Blackbird" do álbum branco e as harmonias dolorosas em "At the mercy" parecem ter saído de "Abbey road". Por sua vez, "English tea" evoca "For no-one", uma canção de "Revolver", editado em 1966, pela sua melodia de piano, e "The fool on the hill", do "The magical mistery tour" de 1967, pela curta passagem de flauta.
O disco, lançado 35 anos depois da separação dos Beatles, 25 após da morte de John Lennon e quatro anos depois do desaparecimento de George Harrison, mergulha numa atmosfera muito melancólica e nostálgica.
Em "Promise to you girl", McCartney canta "looking through the backyard of my life", palavras que ilustram a capa do álbum uma fotografia de bolso tirada em 1962 pelo seu irmão Mike, em que Paul surge, ainda jovem, sentado no jardim de sua casa com a guitarra ao colo. Não havia passado muito tempo desde a morte da sua mãe.
Paul Ricard, France Press - in JN
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Letras do album
Artigo do Guardian
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Ouvir o single - Fine Line
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FINE LINE
There is a fine line, between recklessness and courage
It's about time, you understood which road to take
It's a fine line, your decision makes a difference
Get it wrong, you'll be making a big mistake
Come on brother, all is forgiven
We all cried when you were driven away
Come on brother, everything is better
Everything is better when you come home and stay
Whatever's more important to you
You've got to change what you wanna do
Whatever's more important to be
That's the view that you've gotta see
There is a long way, between chaos and creation
If you don't say, which one of these your gonna choose
It's a long way, and in every contradiction
Seems to say it's a game that your bound to loose
(...)
Foto tirada em 1962 pelo irmão de Paul, Mike, em que ele surge, ainda jovem, sentado no jardim de casa com a guitarra ao colo.
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