quarta-feira, setembro 07, 2005

dahl e hornby

[Li para a disciplina de inglês do 11.º ano alguns contos dos Tales of the Unexpected de Roald Dahl, por isso, e por gostar bastante do filme Charlie e a Fábrica de Chocolate deixo aqui um excerto deste artigo de opinião.]

Ministério da Cultura
O mestre do imprevisto - por Pedro Mexia
Charlie e a Fábrica de Chocolate, o mais recente delírio de Tim Burton, veio lembrar aos mais distraídos o nome de Roald Dahl, escritor britânico de origem norueguesa que morreu em 1990, aos setenta e quatro anos. Charlie é uma variação bastante canónica sobre uma moralidade clássica os maus meninos são castigados e os bons são premiados. Mas há uma pontinha de perversidade nas peripécias, que Burton explora em registo deliciosamente weird. Uma perversidade que não espanta quem conhece a obra de Dahl para adultos.

Embora célebre pelas suas histórias infantis, Dahl foi também um contista invulgarmente malicioso e mesmo sádico. Os contos recolhidos em vários volumes com o título genérico Tales of the Unexpected são uma maravilha de concisão e maldade. Os portugueses tomaram contacto com estas velhacarias através da adaptação televisiva Contos do Imprevisto, que passou na RTP em meados dos anos 80 (a série está agora disponível em DVD). Na sequência dessa exibição, os livros foram traduzidos, em três volumes, na Teorema.
mais in DN

________

30 Canções, Nick Hornby
Crítica de Livro - por Nuno Galopim
Afinal para que serve uma canção pop nas nossas vidas?
Não é preciso ler uma qualquer biografia de Nick Hornby (e descobrir que em tempos assinou crítica musical para a New Yorker), para saber que a música pop faz parte da sua dieta habitual. No genial Alta Fidelidade [grande livro e filme] tomou por protagonista um melómeno compulsivo, coleccionador de vinil e ávido consumidor de cultura rock'n'roll. Num outro romance, Era Uma Vez Um Rapaz, um dos personagens era filho de um one hit wonder, vivendo à conta de royalties em tardes de preguiça no sofá, ora frente à televisão, ora entregue à colecção de discos. Agora, em 31 Canções, encara a própria pop como protagonista, num conjunto de histórias, memórias e reflexões que se afirmam em rota oposta a um sentido de intelectualização que por vezes aflora em alguma escrita sobre música pop, e que claramente abomina.

31 Canções não é um livro de crítica musical, nem um prontuário de história pop. É antes um espaço de afirmação de uma maneira de viver as canções como banda sonora de episódios marcantes nas nossas vidas. Reconhecendo que, mesmo mal escritas, e pueris, as canções pop podem ser pilares de sustentação de memórias e pensamentos.
mais in DN

Sem comentários: