sexta-feira, agosto 05, 2005

a sudoeste

Festival começa hoje na herdade da Casa Branca
O maior Sudoeste e o mais alternativo
O Sudoeste? É para baixo e para a direita, como dizem os Gato Fedorento no seu gag promocional. Obviamente, em nove anos de existência, já ninguém precisa de indicações para chegar ao Festival Sudoeste, o maior do seu género em Portugal (só, porventura, quem não domine a língua portuguesa, a julgar pelas informações disponíveis no site da Música no Coração, a entidade promotora do evento).

Esta tarde, pelas 17h, a Herdade da Casa Branca, a cinco quilómetros da Zambujeira do Mar, abre as portas para quatro dias e quatro noites com a maior oferta musical de sempre para um festival português. São 71 nomes em cartaz, com eclectismo q.b. para que a romaria garanta a diversidade de públicos.

Não é só o cartaz que muda, nesta edição, é o próprio modelo do festival: três espaços diferenciados para concertos no recinto - Palco TMN, Planeta Sudoeste e Palco Positive Vibes -, a funcionar em simultâneo, e não em horários diferentes como nos anos anteriores. O que é que isso significa? Que será preciso fazer opções. Da Weasel ou Maximo Park? Oasis ou LCD Soundsystem? Humanos ou Josh Rouse? The Kills ou Korn? Por aqui, já se vê que pode deixar de fazer sentido falar de palcos "secundários".

O Planeta Sudoeste e o Positive Vibes podem ser mais pequenos e mais modestos em equipamento mas afiguram-se como propostas verdadeiramente alternativas - nem complementares, nem para matar o tempo enquanto se espera pelos ditos cabeças de cartaz - e, por si sós, capazes de chamar público que de outra forma não iria ao Sudoeste. Como, de resto, acontece nos festivais europeus. Confiram: Devendra Banhart, figura de proa da neofolk mais inspirada que se faz actualmente, no Planeta Sudoeste, amanhã (não será só pela sua aparência crística que fidelizou público em Portugal); Black Uhuru, históricos do reggae, também amanhã, no Positive Vibes.

O Planeta Sudoeste é dominado pela música electrónica (de tendências diversas), mas também por lá andam songwriters como Josh Rouse ou Devendra, ou o rock abrasivo dos The Kills. O Positive Vibes é sintoma da popularidade do reggae em Portugal: é um palco só para esse género musical jamaicano (e para o dub e para o dancehall).

Triplo de bilhetes vendidos
O ano pode ser de crise, como ressalva Luís Montez, um dos responsáveis máximos da Música no Coração, e a recente edição de Vilar de Mouros é a prova de como um festival pode ter resultados desanimadores, mas os organizadores do Sudoeste estão confiantes de que esta será "a maior edição de sempre em termos de afluência de público". Indicadores? A venda antecipada de bilhetes corresponde ao triplo dos resultados do ano passado. Números? "Não vou dar."
in Publico, por Kathleen Gomes

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