quarta-feira, julho 06, 2005

queremos mais, queremos mais e melhor

Há espaço para mais um canal generalista privado?
Caso espanhol trouxe a discussão para Portugal, mas o mercado divide-se
A decisão do governo de Zapatero de atribuir mais uma licença de televisão a um operador generalista em Espanha veio animar os adeptos da ideia em Portugal. Mas, afinal, tem ou não o mercado publicitário português condições para suportar a chegada de mais um canal capaz de dividir com RTP, SIC e TVI o bolo comercial existente?

Emídio Rangel, antigo director-geral da SIC e da RTP, acredita que há espaço para mais oferta privada. "Defendo a criação de um novo canal de televisão, porque pessoalmente não me conformo com a oferta televisiva que está disponível nos canais abertos", disse Rangel, em entrevista à TV Guia, na semana passada. O profissional, afastado da televisão há três anos, defende que "há condições, quer do ponto de vista publicitário, quer do ponto de vista do mercado da produção nacional, para o aparecimento de outro canal".
Da mesma opinião é o presidente da Associação de Produtores Independentes de Televisão. Em entrevista no domingo ao DN, Frederico Ferreira de Almeida acredita que "há espaço e é desejável a criação de um novo canal. Existe mercado publicitário, até porque o espaço que existe nos três operadores está saturado", afirma.

RECEIO. E é aqui, na alegada saturação do mercado publicitário, que as opiniões se dividem. João Carlos Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Publicidade e Comunicação (APAP), diz que não é bem assim. "Todos sabemos que o preço ajusta-se sempre à capacidade de oferta. Ora, se houvesse uma saturação, os preços teriam aumentado e isso não está a acontecer", afirma ao DN.
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