Miguel Guedes, dos Blind Zero
João Tomé - in Destak
entrevista completa aqui.
Quais as maiores dificuldades actuais da música portuguesa?
É um mercado em recessão. As pessoas não se apercebem que enquanto houver cópias piratas e desrespeito pela música, a música portuguesa corre o risco de extinção daqui a alguns anos, acabando por ser uma parte do país que morre com isso.
Os Blind Zero têm um novo álbum (o quinto), The night before and a new day. Este é um álbum mais calmo, com mais silêncios do que o anterior. Porquê a alternância?
Acho que sempre tivemos momentos calmos, desta vez as coisas estão mais definidas. Não diria mais calmo, mas é um disco mais positivo com menos desarmonia. E só poderia ser assim, no disco anterior andámos muito perto das psicoses das pessoas, dos registos sombrios.
Escrever canções é, para si, um acto de libertação?
Sim! De libertação e de mudança. Nestes 11 anos, temos feito questão de mudar de disco para disco. Há uma enorme necessidade de mudar, de forma a dizermos sempre algo de novo.
O que espera ainda alcançar na música?
Os Blind Zero seguem o seu caminho. Até agora temos achado que há sempre algo mais a dizer. Enquanto houver esse sentimento, faz sentido continuar.
Cantar em inglês é também um reflexo da influência que as artes anglosaxónicas têm nas suas letras, como é o caso da inspiração do filme de Wim Wenders, Paris-Texas?
Claramente. Sempre me aproximei mais facilmente de Steinbeck do que do galo de Barcelos. Mais a sério, o Paris-Texas é pura e simplesmente um dos filmes mais maravilhosos da minha vida e que incorpora muitos dos elementos que fazem o percurso conceptualdos Blind Zero: a solidão, a busca, a angustia, a redenção, o amor apaixonado e incondicional, a loucura...
Que outros letristas admira e o influenciaram?
Entre muitos outros, Dylan,Tom Waits, Springsteen, Jorge Palma, Suzanne Vega, Cohen, Joni Mitchell... Tantos...
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Roteiro que recomenda para um dia no Porto
Acordar (com bom tempo) na praia do Cabedelo, em Gaia. Almoçar na Foz, continuando a ter a água por perto. Passear pelo Palácio de cristal e no jardim romântico. Beber um cálice de Porto nas caves. Ao entardecer, passear e jantar na Ribeira. Ir depois ouvir música no Mercedes, e prosseguir a noite fora pelas múltiplas alternativas que o Porto oferece. Mas acabar a noite em casa.
ver o resto da entrevista aqui.
quinta-feira, junho 09, 2005
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