sábado, abril 30, 2005

azulejos


Do 'az Zuleij' à arte urbana que inspirou criadores
A História de Portugal parece um puzzle em que cada peça conta o engenho e a vontade de fazer mais e melhor. A cada rua, igreja ou monumento aparecem pequenos quadradinhos de barro pintado que contam uma cena e marcam um tempo. Essas peças vidradas, que os mouros trouxeram para o nosso país e a que deram o nome de az Zuleij, para se referirem à pedra lisa e polida, assinalam um tempo de conquistas, guerras e vitórias e contam a História num diálogo com a arquitectura, pintura e escultura. A técnica, que na origem, não é portuguesa, deu lugar à arte de se reinventar o azulejo, tornando-o num símbolo nacional e cartão-de-visita para o exterior.

De acordo com Ana Leitão, do Serviço Educativo do Museu Nacional do Azulejo, "o melhor museu do azulejo é o País". É aí que se verifica o "casamento perfeito" entre a azulejaria portuguesa e a arquitectura. Um casamento que só foi possível graças a muitos artífices e artesão que desenvolveram o trabalho da pintura do barro e que passaram desconhecidos ao longo do tempo.
O azulejo chegou até nós como parte integrante da história e cultura de um povo. Apesar de o século XX ter trazido um decréscimo do uso do azulejo, devido à proibição do seu uso em revestimentos de edifícios públicos, rapidamente volta a conhecer o seu auge a partir de 1949. Júlio Pomar, Sá Nogueira, Carlos Botelho e Maria Keil deram vida aos azulejos dos grandes painéis decorativos para a Avenida Infante D. Henrique, em Lisboa. Igualmente na capital, nos anos 70, Cargaleiro e Querubim Lapa realizavam trabalhos contemporâneos. Actualmente, os painéis mais recentes encontram-se no metro, com o trabalho de Helena Vieira da Silva, na estação da Cidade Universitária, de Eduardo Nery, na estação de Campo Grande, e uma criação de Júlio Pomar, no Alto dos Moinhos. O futuro vira-se agora para os viadutos rodoviários que já contam com painéis dos reconhecidos Rui Mantero e Bela Silva.
patrícia cintra --- in DN

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