terça-feira, fevereiro 01, 2005

«Welcome home Bryan!»





Fotos por João Tomé



Bryan Adams voltou a Portugal para mais três concertos. O Frescas e Boas assistiu à festa do rock and roll no primeiro concerto, domingo, onde 15 mil fãs portugueses vibraram para a posteridade, visto que o espectáculo foi filmado e vai ser editado em DVD para comemorar os 25 anos de carreira a solo do rocker canadiano a viver em Londres

Por João Tomé
in Destak 1 Fevereiro 2005 [esta é a versão completa, a do jornal é apenas parcial - irónico, hein]





> Cabelo louro curto e rebelde. Uma T-shirt preta, justa e simples. Umas calças de ganga o mais banais possível. Uma guitarra na mão e uma voz rouca sempre sintonizada com o que de melhor o rock and roll tem, a simplicidade. Foi com os melhores ingredientes de Bryan Adams que 15 mil portugueses vibraram no domingo, em pleno Pavilhão Atlântico, em Lisboa.
O canadiano, a residir em Inglaterra, adora Portugal e está sempre disposto a regressar – muito por ter vivido cá durante a infância, entre 1967 e 1971. Não é por acaso que Adams escolheu o nosso país para gravar o DVD de comemoração dos 25 anos de carreira. «Podia escolher Inglaterra, mas não; podia ter escolhido Espanha, mas não; escolhi Portugal, claro!», disse Adams a meio do concerto motivando a público a gritar por Portugal.

Com uma atmosfera mais agradável ao olhar, mas menos intimista do que os concertos em Fevereiro de 2003 – em que Adams terminou a actuação de duas horas e meia num minipalco no centro da plateia –, este foi um espectáculo onde o público também foi protagonista. Luzes vindas da última bancada e do centro do pavilhão iluminaram os fãs portugueses, durante todo o concerto, para a posteridade.
O primeiro momento da noite foi com o clássico Can´t Stop this Thing We Started, onde Adams e o público pareciam não querer parar de cantar – a música durou no mínimo dez minutos. Apesar de estar a promover o álbum Room Service, lançado em Setembro – onde integram músicas escritas no Pavilhão Atlântico e no Coliseu do Porto – o canadiano acabou por tocar poucas músicas novas fazendo deste espectáculo e futuro DVD, uma espécie de Best Of.
Room Service, que reflecte a vida de quem anda sempre em digressão e dá nome ao novo álbum, foi uma das preferidas pela audiência. Mas foi com rock puro e duro de Kids Wanna Rock, It´s Only Love e Run to You que o pavilhão foi ao rubro numa interacção continua entre Adams e o público – ao cantarem alternadamente.
Já Keith Scott, o guitarrista que acompanha há décadas Bryan, mostrou o que de melhor a guitarra eléctrica pode dar a um concerto com momentos electrizantes. A magia e interacção com o público é um dos trunfos do cantor de 45 anos que adora percorrer todo o mundo com centenas de concertos todos os anos.

«Escrevi esta música com 18 anos», disse Adams para dar início a Straight from the Heart. Mas a balada que encantou o pavilhão e colocou muitos olhos a brilhar na plateia foi mesmo Everything i do (i do it for you) que motivou os habituais isqueiros e beijos dos casais mais apaixonados. «Quem quer vir cá acima cantar comigo?» Perguntava Adams aos fãs – algo habitual nos seus concertos –, havendo uma maré de dedos no ar, ansiosos por cantar ao lado do seu ídolo. Adams olhou, até que encontrou uma jovem de Carcavelos chamada Mariana que cantou com ele When Your Gone, nervosa mais desinibida. Ainda houve tempo para Adams tocar sozinho no palco, apenas com a música da sua guitarra, a balada do novo álbum, Flying, entre outras. No fim, os fãs queriam mais do que as duas horas de concerto, mas o resto ficaria para ontem, o segundo concerto em Lisboa.

Fãs de todas as idades
«Adoro o Bryan! Estive na fila desde o meio-dia para ficar mesmo à frente, e as portas só abriram às 7h [19h.]». Ana, que segura um cartaz a dizer «Welcome home Bryan», é uma das sortudas que conseguiu garantir um dos lugares mais requisitados da plateia: mesmo à frente de Adams, junto ao palco. «Haviam umas raparigas que vieram para cá desde as 8h30 da manhã, que doidas!», explica a fervorosa fã de Bryan Adams, de 18 anos.
Mas não eram apenas jovens que estavam junto ao palco, Carlos, de 37 anos, é adepto incondicional de Adams desde os dez anos de idade e não perdeu um concerto desde 1988, quando o canadiano tocou no Estádio da Luz. «Não é só a música fantástica que me inspira, é também a forma de estar na vida, na música e no palco que fazem do Bryan um símbolo que acompanho desde a juventude», explicou.
Num dos principais momentos do concertos tanto Carlos como Ana, e dezenas de outros fãs que conseguiram ficar à frente na plateia puderam abraçar o cantor, quando este desceu do palco para se infiltrar no público ao som da música The Best Of Me. «You´ll always get the best of me», cantava Adams por entre abraços e beijinhos dos fãs portugueses. E foi o melhor de Bryan Adams que se viu domingo em Lisboa – ainda por cima ficará guardado para sempre em DVD.




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