quarta-feira, fevereiro 02, 2005

jornalista de ciência e ambiente, unam-se


Preocupados com a formação, jornalistas de ciência e ambiente associam-se
A preocupação de formar melhor os jornalistas que tratam assuntos ligados à ciência e ao ambiente levou à constituição de uma associação de repórteres, apresentada hoje em Lisboa, que pretende seguir alguns exemplos europeus.

Criada por um grupo de jornalistas de vários órgãos de comunicação, a ARCA - Associação de Repórteres de Ciência e Ambiente - recebeu já o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do British Council, da Embaixada dos EUA e da Fundação Luso-Americana (FLAD) que se mostraram disponíveis para ajudar em programas ou acções de formação.
Ricardo Garcia, da direcção da ARCA, afirmou que em Portugal existem muito poucas acções de formação para jornalistas de ciência e ambiente, ao contrário do que acontece noutros países europeus.

Ao todo, trabalham em Portugal nestas duas áreas cerca de 30 jornalistas, de acordo com a ARCA.
Um diagnóstico reforçado pela intervenção do presidente da União Europeia de Associações de Jornalistas de Ciência (EUSJA), Istvan Palygai, que apontou o exemplo da Escandinávia, onde este tipo de formação é paga pelo Governo.

Palygai chamou ainda a atenção para a dificuldade do trabalho dos jornalistas de ciência nalguns países da Europa comparativamente aos EUA, onde existe maior noção da importância da comunicação científica.
"A ciência é tão importante para a imprensa generalista como o desporto, o entretenimento ou as artes", sustentou, exortando os jornalistas presentes na conferência a adoptar novos métodos, estilo, truques, que os faça sair "do gueto".

Ricardo Garcia estimou, no entanto, que a cobertura das notícias de ciência e ambiente em Portugal tem melhorado, apesar das dificuldades que por vezes têm os jornalistas em "conseguir comunicar com o público", com os cientistas e também com os editores, que têm de ser "convencidos da importância dos temas".
"Esse será também um dos objectivos da ARCA, tentar fazer com que a ciência e o ambiente ganhem mais espaço nos jornais e conseguir comunicar melhor com o público", acrescentou.

Formar melhor os jornalistas ajudará a "passar melhor a mensagem", o que ajudará à divulgação científica, argumentou.
in Lusa

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