sexta-feira, fevereiro 18, 2005

dia para passear

O dia de reflexão não serve para nada.
[pelo grande repórter da Visão [claramente anti direita] Miguel Carvalho . O senhor jornalista aqui tem razão, neste ponto concreto do dia de reflexão. É que é um dia que ser mesmo para tudo, menos para reflectir sobre em quem votar.]

«Mesmo o mais indeciso dos mortais não escolhe o sábado para pensar no que vai fazer no dia seguinte diante dos quadradinhos do boletim. Os dias de reflexão fizeram-se para tudo, excepto reflectir.

Se estiver sol, o cidadão vai à vida, talvez em demanda daquele restaurante onde servem aquele bacalhau e não mói a cabecinha com o assunto pelo menos até dez minutos antes de entrar na mesa de voto. Quanto mais um dia inteiro…

Se chover, fica em casa a jiboiar ou leva a famelga a desopilar no shopping mais próximo. Nos intervalos, talvez reflicta, sim, sobre o porquê do campeonato estar tão renhido este ano ou as crianças andarem tipo bichinhos carpinteiros pela casa ao invés de estarem entretidas com a Playstation 2 que custou os olhos da cara no último Natal.

O dia de reflexão deveria ser, pois, o dia em que os políticos – todos - seriam obrigados a reflectir sobre o que nos andaram a dizer e a fazer durante a campanha eleitoral. Isso sim, seria pedagógico e talvez ainda fossem a tempo de pedir desculpa por qualquer coisinha na noite eleitoral. Depois dos últimos comícios, faziam-nos um grande favor se chegassem a casa, atirassem com os discursos para o sofá, desligassem o telemóvel e aproveitassem o sábado para rever as imagens e os jornais das últimas semanas.
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