sexta-feira, outubro 29, 2004

Tim Booth | A busca pela essência, até ao "osso"


Tim Booth adora desafios e detesta monotonia. Três anos após o fim da banda inglesa James, onde foi o vocalista ao longo de duas décadas, Tim Booth aparece com o seu álbum a solo intitulado Bone, onde não renega a herança dos James, isto depois de ter experimentado de tudo um pouco ao longo destes anos. Foi actor, argumentista, DJ e escreveu músicas para outras bandas, mas o destino levou-o novamente à interpretação das suas canções. Portugal é um dos destinos predilectos e regressa agora pela segunda vez este ano – esteve no último festival Sudoeste – para dois concertos, um na próxima terça-feira na Aula Magna, em Lisboa e outro no Porto.

João Tomé

Manteve-se ocupado ao longo destes três anos desde o fim dos James, como actor, argumentista e até como DJ. Como foram essas experiências?
São todas coisas que eu adoro fazer e são desafios. Eu gosto de alternar entre as coisas que gosto de fazer. Se me fartar de estar a fazer um papel no teatro, então faço um guião, ou se estou a fazer música e me farto então muda para outras coisas. Adoro esta diversidade! Acho que isto está relacionado com o facto de trabalhar com o Bryan Eno há demasiado tempo, ele vive uma vida incrível, todos os dias aparecem coisas diferentes. Às vezes é artístico, outras vezes é a música e vai para todo o lado no mundo e faz coisas fantásticas e exóticas e demonstra que não temos de estar presos apenas a um dos nossos gostos, mesmo que adoremos fazê-la, se fizermos durante tempo demais podemos secar nela. É fascinante fazer outras coisas e alternar, não nos fartamos e tudo se torna numa alegria.

Pensa em repetir estas experiências? Sim! Tenho alguns papéis porreiros já previstos para o ano passado em teatro na Inglaterra. E argumento tenho um que vou fazer que deve ir ser utilizado na televisão, que tenho de terminar nas próximas semanas.

Disse recentemente que após os James nunca pensou em seguir carreira a solo, queria apenas escrever canções para os outros. Porquê este regresso, mudou de ideias?
Foi mais por acaso. É que conheci o Lee Baker, comecei a adorar trabalhar com ele e uma coisa levou à outra, não foi pensada antes, a maioria das coisas que faço não costumam estar previstas começo as coisas e se tiver boa sorte andamos para a frente e trabalhamos em alguma coisa interessante. Foi isso que se sucedeu com este album, acabei por cantá-lo porque pareceu a coisa mais óbvia a fazer depois de algum tempo a trabalhar com o Lee.

Ver versão completa aqui

Trabalho publicado no jornal Destak, edição 144

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